07 junho 2015

Angola e a Perspectiva de adoptar o Acordo Ortográfico - artigo

"Nota prévia: nada tenho contra a harmonização da escrita da língua portuguesa entre os diferentes países que a usam como sua língua oficial desde que as especificidades de cada cultura sejam ressalvadas e guardadas. Por isso, não tenho qualquer distinção contra o Acordo Ortográfico (AO), em si, mas não acredito nas bondades tão evidenciadas por certos linguistas quanto à sua total inserção impositiva nos fóruns nacionais e internacionais, sendo o contrário visto não como um arcaísmo, mas sim como um enorme erro, fortemente penalizado nos órgãos institucionais e de ensino.

Como já devem ter reparado, todas as minhas crónicas, ensaios, e outros tipos de obras são escritas, sempre – apesar de aceitar a tal harmonização linguística, leia-se o AO – escritas na versão antiga, aquela que nós ainda usamos e escrevemos.

Posto esta nota prévia, vamos ao que interessa. Recentemente, li um artigo no Jornal de Angola (versão online) que o AO está em desenvolvimento, “bem encaminhado”, segundo o título do artigo, com Moçambique a já ter aprovado, a nível de Conselho de Ministros a entrada em vigor do AO, aguardando a ratificação pelo Parlamento, e que Angola já está em discussão para a sua implementação.

Como disse no início, nada tenho contra o AO, mas há situações que se tornam insustentáveis com o AO, devido aos homónimos que se vão criar com evidentes lapsos semânticos e de sintaxe que os mesmos vão fomentar.

No início de Maio, o primeiro canal da televisão pública portuguesa (RTP) apresentou um novo formato de debate intitulado, salvo erro – porque estive mais de 3 semanas sem poder ver televisão por razões de saúde, motivo porque durante o mês de Maio não estive junto dos leitores –, «Palavras com atos».

Palavras com atos? São o quê, palavras atadas, manietadas? É totalmente diferente de umas Palavras com Actos, que definem acção, definição, objectivo. Resumindo, uma simples letrinha é suficiente, numa frase curta e directa, para alterar um sentido; uma letrinha dita “ c “...." (continuar a ler aqui)

Publicado no semanário Novo Jornal, edição 383, de 5/Jun./2015, 1º Caderno, página 18.

Nota: já depois de enviado o texto e publicado a RTP voltou ao programa  e o nome correcto é "As Palavras e os Atos"

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