31 agosto 2012

As eleições angolanas no jornal Público


(páginas 2 e 3, da edição do Público, de hoje)

O matutico português Público, nas páginas 2 a 5, e na sequência de outros artigos elaborados durante a semana, concluem com uma abordagem geral às eleições angolanas que hoje se realizam.

No extenso e interessante artigo de Ana Gomes Ferreira é analisado segundo a Perspectiva de vários analistas, os possíveis efeitos pós-eleitorais e as eventuais consequências.

Um dos citados é este vosso escriba que, incorrectamente – e do facto, via email, já dei conta disso à autora –, sou citado como sendo Professor do ISCTE quando, na realidade, sou Investigador do CEA do ISCTE-IUL. A correcção pública fica aqui embora sem sequelas de maior.

Os restantes analistas citados são Alberto Colino Cafussa, politólogo, Fernando Pacheco, do Observatório Político e Social de Angola, e Alex Vines, do think tank Chatham House (Londres).

Neil Amstrong e a paz eleitoral

"No passado sábado, 25 de Agosto, faleceu, em Cincinnati, o primeiro Homem a pisar e saltar na Lua, Neil Amstrong, à época, comandante da nave espacial norte-americana Apolo 11.

Neil Amstrong teve, no momento em que deixou a sua marca no território lunar, teve uma frase que ainda perdura no tempo e que é um marco para a Paz mundial: um pequeno passo do Homem um passo gigantesco para a Humanidade.

Recordo que quando isto aconteceu, em 20 de Julho 1969, tinha eu quase 13 anos, ouvia, tal como todos os que estavam em terras angolanas, o desenrolar do maravilhoso acto pela rádio e, simultaneamente, acompanhava o desenvolvimento da transmissão no antigo Observatório privado e amador da Mulemba, que, á época, ficava a cerca de 4 quilómetros de Luanda, um pouco abaixo e frente á refinaria de Luanda.

Infelizmente, os nossos políticos não souberam – ou não quiseram – preservar um serviço reconhecido e acarinhado até pela própria NASA que via no Observatório um suporte e um apoio exemplara no continente africano.

E que tem Neil Amstrong a ver com o acto eleitoral que hoje, desde muito cedo, se verifica em Angola.

Tudo… e nada.

Tudo, porque Neil Amstrong com o seu humanitário e heróico feito provocou, na altura, um momento de Paz inigualável entre a comunidade internacional, mesmo que essa acção se devesse a uma corrida desenfreada entre os EUA e a antiga URSS pela conquista do espaço sideral, começada com a nave soviética Sputnik, e os seus intermitentes “pis”, a 4 de Outubro de 1957, provocando uma enorme dor de cabeça à então administração norte-americana e levando esta a decretar o desenvolvimento das actividades espaciais e recuperar o tempo perdido para os soviéticos.

Nada, porque Angola, apesar de poder hoje estar entre as principais Nações com actividade aeroespacial e poder ser uma fonte de apoio a estudantes africanos não soube, ou não quis, aproveitar o que um astrónomo amador e inventivo criou com tanto carinho e sem apoio do então governo provincial e da então metrópole.

E nada porque se há algo que o eleitorado angolano tem, é os pés bem assentes na terra, mais ainda, bem assentes na vermelha terra angolana. (...)" (continuar a ler aqui)

Publicado no semanário Novo Jornal, de hoje, edição 241, página 23

29 agosto 2012

Hoje fecha a campanha


Interessante a análise que hoje passa na TPA (Internacional) sobre as eleições Gerais com a presença de Walter Filipe e Sebastião Izata.


Apesar de não concordar com uma parte substancial das suas opiniões, talvez porque elas reflitam, de certa forma, mais a linha do partido do poder, ainda assim estão muito equilibrados nas suas análises, não deixando de dizer algumas verdades.

 De notar o equilíbrio – possível – nas análises aos partidos e coligações concorrentes por parte da realização do programa;

Transmissão do encerramento das duas forças políticas mais representativas (face a 2008) em Luanda (MPLA) e no Huambo (UNITA) onde se verificam evidentes disparidades organizacionais.

Enquanto em Luanda há festa e houve uma preocupação em saber coincidir os discursos com as emissões televisivas, já no Huambo e apesar de haver, tal como em Luanda, um número significativo de militantes presentes, salvo se o jornalista está num posto de reportagem externo ao comício, há um mutismo tal que mais parece um velório. Nem a chegada de Samakuva, a directoria da UNITA conseguiu saber coincidir com a transmissão televisiva, sob pena de o programa chegar ao fim e isso não ocorrer.

Os principais partidos oposicionistas já têm – ou deveriam ter – a obrigação de saberem estar, organizacionalmente, preparados para gerir tempos de antena.

Se não sabem, façam como o seu forte opositor, contratem especialistas para aprenderem a saber gerir comícios e imagem.

Não basta pedir votos se não sabem como conquistá-los.

Por isso não admira que, nestas como nas anteriores eleições, já se saiba quem, à partida, vai vencer o pleito eleitoral. Falta capacidade organizacional e marketing político às nossas forças políticas oposicionistas, nomeadamente, à UNITA.

O resultado é continuarem no limbo e verem o “vencedor” manter-se eternamente no Poder com a particularidade do “vencedor” até se dar ao luxo de se clamar de social-democrata mas ter atitudes mais próximas de democracia-cristã conservadora (como demonstraram os analistas durante o programa, principalmente nas análises económicas).

Os “vencidos” devem começar já a estudar a partir do dia 1 de Setembro como fazer para daqui a 5 anos poderem ombrear e lutar com as mesmas armas políticas com o “vencedor”.

Aproveitam, pois, o dia de amanhã de reflexão, para reflectir sobre e nos erros cometidos e depois não chorarem no leite derramado.

28 agosto 2012

70 anos, uma provecta idade para um angolano...


Comemora hoje 70 anos e prepara-se para estar, no mínimo, 35 anos sentado na suave cadeira da Cidade Alta.

E no dia do aniversário, não vá o diabo tecê-las, prefere inaugurar um hospital para os lados do Sambila; assim como assim, se houver alguma bitacaia/matacanha a atormentá-lo já lá está...

E até se compreende. Nestes últimos quinze dias Eduardo dos Santos palmilhou mais milhas e quilómetros aéreos e terrestres que em todo o ano. Foi ver inaugurações atrás de inaugurações, a maioria das quais, mais não foram que reinaugurações de obras já feitas e melhoradas ou requalificadas, como as de Catumbela e Lobito, ontem!


Ainda assim, muitos parabéns cidadão engº José Eduardo dos Santos.

Nota: as minhas desculpas, mas não fui a tempo de pedir ao cidadão Eduardo dos Santos, candidato à Presidência da República de Angola (candidato à sua própria sucessão), autorização para publicar a sua foto. Por esse facto, e mesmo sacada da Internet, está obliterada

24 agosto 2012

A crise do Lago Niassa - artigo

"Parece que é apanágio das organizações regionais necessitarem, de quando, em vez, terem uma crise interna para se tornarem credíveis ou mais críveis.

Creio que não existe nenhuma onde isso não tenha acontecido; pelo menos, nas mais conhecidas. Até nas de caraterísticas mais globais, como a ONU ou a OUA/UA.

Recordemos nas crises da Organização do Tratado de Varsóvia (vulgo, Pacto de Varsóvia) com as tentativas de “libertação política” da Hungria e da Checoslováquia abafadas pelo Exército Vermelho e seus aliados,

Ou a continuada crise político-militar que se mantém no seio da OTAN/NATO, entre a Grécia e a Turquia;

Já para não falar dos indisfarçáveis e inalterados litígios políticos-fronteiriços na América Latina…

Se no continente africano continuam a persistir demandas entre os Estados, nomeadamente, na região dos Grandes Lagos, no Corno de África e nos “dois Sudões”, já para não esquecer o que se vai passando no seio da CEDEAO, porque é que a SADC não haveria, também, ela, aparecer com indícios de um estranho – ou talvez não – e perigoso latente conflito no seu interior?

Uma curiosa disputa entre a Tanzânia e o Malawi sobre a delimitação fronteiriça do Lago Niassa.

Um interessante pleito que surge no momento em que Angola passa a presidência da SADC – e está em plena campanha eleitoral, ou algo semelhante – a Moçambique que, quer queira, quer não, é também ele parte muito interessada nesta contenda. (...)" (continuar a ler aqui)

Publicado no semanário Novo Jornal, edição 240, de 24/Agosto/2012, página 23. (transcrito no portal do Jornal Pravda.ru)

Eleições angolanas 2012 - cartoon


Maravilhoso o cartune desta semana do Novo Jornal, edição 240, sobre os "anjinhos" que lutam pelo Poder, da autoria de Piçarra...

23 agosto 2012

Cabinda nas eleições angolanas


A UNITA no seu longo programa, de 44 páginas, faz uma pequena referência à questão – ou falta dela – de Cabinda no ponto 36. (página 39) sob o título “Uma solução duradoira para Cabinda”:

   - “O Governo da UNITA procurará alcançar, logo após as eleições e por via do diálogo abrangente e inclusivo com todos os representantes legitimados pelo povo cabindense, uma solução político-administrativa que dê respostas plausíveis às aspirações do Povo do enclave. Esta solução será enquadrada no quadro da reforma do Estado Angolano.

A UNITA assume o desejo de pacificação do enclave assim como a manutenção de uma paz e desenvolvimento duradoiros que beneficiem a população de cabinda”. (sic)

Muito pouco para as legítimas aspirações de quem quer ver a sua situação devidamente enquadrada e resolvida dentro do espaço político-administrativo e económico angolano.

Ainda assim, pelo menos, sempre vai escrevendo algo.

Tal como a organização política CASA-CE, liderada por Chivukuvuku e representada por William Tonet, que fez um acordo político pré-eleitoral com representantes da comunidade do enclave, representados pelo Padre Jorge Casimiro Congo.

Recorde-se que nas linhas programáticas desta organização política, no seu capítulo I, sob o título “Paz, Reconciliação Nacional e Estabilidade”, alínea h) está prevista que a pacificação de Cabinda deve estar consagrada constitucionalmente, através de “um Estatuto Especial para a Província de Cabinda tendo por base a sua peculiaridade e que resulte de um diálogo profundo, honesto, abrangente e participado por todas as sensibilidades interessadas.” (ver aqui ou no programa de governação)

De entre os 16 itens que constituem o Acordo Político entre a CASA-CE e Personalidades Cabindenses, o portal só nos oferece 5, estão dois que pela sua força político-antropológica me merece algum destaque:
   - Plasmar na Constituição, mesmo que provisório, um figurino politico-administrativo do território de Cabinda, tendo em vista um referendum;
   - Despolitizar a toponímia em Cabinda e o topónimo da cidade de Cabinda passar a Chiôa;

Uma vez mais, pouco ou nada, sempre há quem fale na questão – ou falta dela – de Cabinda sem pruridos.

Pena não haver mais a falarem e não pensarem um pouco mais além…

Talvez por isso não seja estranho que algumas dessas personalidades e as mais próximas da FLEC digam que vão querer boicotar as eleições.

Recordemos, no entanto, que nas últimas eleições, sancionadas pela CNE, pelo Tribunal Constitucional e pelos observadores internacionais (no local, que depois de saírem falaram quando deviam ter feito antes…) o MPLA conseguiu a maioria dos deputados da província e a UNITA, salvo melhor memória, conseguiu fazer eleger Raul Danda.

Vamos ver o que darão as próximas…

22 agosto 2012

As fraudes, segundo a UNITA…


A “povoação de Bumba Tembo Lovua, no município do Chitato, na Lunda-Norte, que o mapeamento da CNE aparecem 992 eleitores quando La vivem apenas 200 eleitores. Chilondo no mesmo município, tem 233 eleitores, e o mapeamento indica um total de 841 eleitores.

Uauu!!!

Isto está no memorando que a UNITA, através de Isaías Samakuva, terá apresentado à CNE com um rol de alegadas fraudes que a CNE, até ao momento, não rebateu nem contestou, ou seja, está muda e queda (pode ler o memo, na íntegra, no portal do Club-k)

Uma das alegadas fraudes, prende-se com a citação inicial.

Não vejo onde está a tal fraude, se nas últimas eleições houveram mais votantes que eleitores numa das províncias do Norte de Angola e, que sse saiba, até hoje, nuncas as mesmas foram questionadas nem postas em causa.

Logo…

A cegada do FICRE...

São cada vez mais os que se acercam do portal da CNE para verificar se estão e onde estão inscritos - já há casos, segundo denúncias nas páginas sociais, de inscrições em Luanda que foram "despejados" em Malange - que constatam não aparecerem no citado portal, talvez por erro (já começam a ser demasiados e sistemáticos) da FICRE!

Ainda hoje o Club-k dá estampa ao caso de Adalberto da Costa Júnior, da UNITA, e do activista Mário Domingos Castro. Recentemente foi o caso de um outro destacado dirigente da UNITA e até há pouco, deputado (que até estava sob processo disciplinar...)

Mas se há casos de quem não conste, há outros que, infelizmente - ver imagem - constam mas não podem votar por estar fora do território pátrio!

Ainda, tal como outros como eu, não perdemos a esperança de, um dia, estando fora da Casa-Mãe, pelas mais diversas razões, profissionais, saúde, ou outras, de podermos votar como angolanos de pleno direito!

19 agosto 2012

Angola é "uma potência regional em emergência"


Uma análise feita, há um tempo, à jornalista Susana Salvador, da agência LUSA, e hoje transcrita no portal do matutino português “Diário de Notícias”; nesta análise são ainda citados Belarmino Van-Dúnem e Alex Vines. (provavelmente deverá ser publicado amanhã)...

Angola é "uma potência regional em emergência", com uma economia dependente de petróleo e diamantes, e enfrenta desafios sociais, relacionados com a distribuição da riqueza, consideram analistas contactados pela Lusa a propósito das eleições gerais de 31 de agosto.

Num país onde o "desenvolvimento social [está] muito atrasado", o próximo governo -- que sairá das eleições de 31 de agosto -- vai enfrentar desafios "essencialmente sociais", considera Eugénio Costa Almeida, investigador angolano no Centro de Estudos Africanos do ISCTE, em Lisboa.

Na distribuição da riqueza, "pode e deve ser feito muito mais", defende, constatando: "Angola tem, não direi dez milhões de pobres, mas tem muitos milhões de pobres que precisam de ver a renda ser melhor distribuída."

"Nem todos podemos ser milionários e a distribuição da riqueza é feita também através da construção de estradas, da criação de emprego, da gratuitidade do ensino", contrapõe o analista político angolano Belarmino Van-Dúnem, reconhecendo que "é preciso que os hospitais cheguem às aldeias e que as pessoas tenham acesso à educação, à saúde, ao emprego, aos bens".

Para este professor universitário, que escreve regularmente no estatal Jornal de Angola, o principal desafio de quem vencer as eleições "será sobretudo manter o atual nível" de crescimento da economia e de desenvolvimento, apostando em educação, infraestruturas, habitação e industrialização.

"Nenhum de nós está satisfeito em absoluto com o que está a ser feito", diz, acrescentando que é preciso "continuar o aprofundamento do sistema democrático".

Diversificar a economia vai torná-la "mais equilibrada", sendo igualmente necessário criar mais emprego "para o grande número de jovens" do país, diz Alex Vines, diretor do Programa África do Chatham House.

Tendo estado recentemente em Angola, o investigador do instituto britânico de relações internacionais afirma que "as pessoas querem melhores serviços -- saúde, educação, água, eletricidade".

A excessiva dependência dos setores petrolífero e diamantífero deixa o país "um pouco dependente das flutuações externas", observa Eugénio Costa Almeida, do Centro de Estudos Africanos do ISCTE, em Lisboa.

Realçando que os "alicerces" são "fracos" e que, nalguns casos, "está até a construir-se coisas pelo telhado", este investigador angolano reconhece que o desenvolvimento de Angola é hoje "mais sustentado". Após a guerra civil, todos queriam "uma mudança rápida", mas hoje "é um país em mudança gradual" e "não se está a procurar crescer a toda pressa", compara.

Angola "tem ambições de ser uma potência regional" e tem potencial de "projeção política na zona centro e meridional de África", mas, "para o fazer com sucesso, precisa primeiro de ser forte internamente", realça Vines, recordando os contratempos da política externa angolana.

"A Guiné-Bissau é um bom exemplo disso", exemplifica, referindo-se ao mandato falhado da missão angolana destinada a apoiar a reforma de segurança e defesa guineense, que acabou por se retirar do país, abalado por mais um golpe de Estado pouco tempo depois.

"Os angolanos acreditaram que podiam ser diferentes e não aprenderam com os erros dos portugueses, da União Europeia e de outros e, no final, envolveram-se nos assuntos internos tanto como os outros, que falharam anteriormente", resume.

Angola está "sob pressão a nível internacional" e "é preciso gerir melhor a imagem externa" do país, admite Belarmino Van-Dúnem.

"É uma potência regional em emergência", porque "ainda lhe faltam alguns itens, nomeadamente tecnológicos", resume Eugénio Costa Almeida.

16 agosto 2012

Na campanha televisiva MPLA ripa na rapakeka e dá cabazada…


Hoje estive a ver a campanha eleitoral na TPA Internacional, no seu espaço do Telejornal, das 21 horas.

Quando liguei já estava a dar alguma coisa, com especial destaque para a visita de José Eduardo dos Santos a Saurimo, não só na qualidade de presidente em exercício, inaugurando um campo de futebol, como de candidato à sua própria sucessão, como nº 1 do MPLA e do País.

Não sei, se antes disso, o que, sejamos honestos, não acredito, se foi dada alguma outra peça de algum outro partido, por razões adiante explicadas. Talvez, talvez não, como não deixei a gravar previamente, não posso afirmá-lo…

Mas do que vi, pode-se dizer que a TPA abordou todos – ou a grande maioria - os partidos e coligações candidatas às eleições do próximo dia 31 de Agosto.
Mostraram a UNITA, a Nova Democracia, a FNLA, o PRS, a FUMA, e creio que de outros, que não me recordo.

Só não vi, daí a minha dúvida quanto terem iniciado com o MPLA ou não, referências à CASA-CE; mas também com tantos partidos até se compreende se fizerem um périplo de modo a acompanhar o máximo dos candidatos diariamente, mesmo que não incluam todos.

É compreensível!

Principalmente, e aqui a prova da cabazada, quando intercalando entre cada peça ou cada duas peças de partidos candidatos, são incluídas peças da JMPLA ou de… JMPLA, ou do… MPLA e, no fim e já depois da secção “campanha eleitoral" recomeçam o Telejornal com uma peça da “Fundação Lwini” onde as actividades apresentadas eram-no com pessoas envergando camisolas do… MPLA!

Resumindo, ninguém pode afirmar que a TPA não mostra no seu espaço noticioso informações sobre a campanha, mas que nesse espaço o MPLA ripa na rapakeka e dá cá uma cabazada…

Talvez seja devido às certezas eleitorais, mas a História às vezes repete-se, mesmo que em Países diferentes e depois…

Citado no portal Club-Khttp://club-k.net/index.php?option=com_content&view=article&id=12444:na-campanha-televisiva-mpla-ripa-na-rapakeka-e-da-cabazada-eugenio-almeida&catid=17:opiniao&Itemid=124

Portugal, Maltez e o Pontal de Coelho

Cerca de 21 minutos de interessante análise de José Adelino Maltez ao Jornal das 9, da SIC Notícias, ontem, sobre o “não discurso” de Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal, na festa anual do Pontal (Quarteira, Algarve) do PSD e antes da real rentrée política após a silly season, das aulas da Universidade de Verão do PSD.

Maltez, entre outras afirmações e alfinetadas, foi dizendo que:

  - As palavras de passos coelho foram um “não discurso” pelo que pouco lhe agrada comentar;

  - Em Portugal há um dos “índices piores de pobreza e os índices piores de distribuição justa do rendimento” (por acaso, parece-me que, neste aspecto, a escola tem mais seguidores dentro da Lusofonia…);

  - recordou que, em Portugal, e já desde o ano passado, há “um caixeiro-viajante da senhor Merckel” (que, diga-se, nisto não está só…);

  - lembrou que Passos Coelho falou, falou, mas esqueceu-se que não está sozinho na Europa e passou sem falar nesta, omitindo [provavelmente, porque não lhe convém bem assim  a uma parte da oposição portuguesa que canta, canta, mas canta baixinho, não vá o Povão acordar] sobre o “egoísmo alemão” e o habitual “provincianismo francês”;

  - propôs a (re)criação dos “Governos Provisórios” com a inclusão dos partidos parlamentares, ou seja, PSD, CDS-PP, PS e PCP (não sei se foi esquecimento ou deliberado, omitiu o BE); para Maltez, há a necessidade de Portugal “ter Governo” o que, e nisso está bem acompanhado por outros analistas, parece não haver!

  - finalmente, entre outros aspectos abordados na conversa com o jornalista Mário Crespo, o ilustre académico e profundo conhecedor desta coisa que são as Ciências Políticas – e meu antigo Mestre – verberou a existência do “clientelismo das empresas majestáticas” e dos seus futuros e emblemáticos “funcionários”.

Uma análise a ouvir, na íntegra, aqui:

Angola tem nova divisão administrativa?



Segundo o único jornal diário – e único permitido – de Angola, o insuspeito e independente Jornal de Angola (quem diga que é um veículo de transmissão de um único partido angolano só diz… a verdade) afirma hoje numa peça da secção de Desporto que “O Estádio das Mangueiras na cidade de Saurimo, província da Luanda-Sul, será inaugurado hoje, às 14h00, pelo director nacional dos Desportos, Raimundo Ricardo.

Para que conste não sou eu que especulo, está lá no portal do JÁ conforme imagem acima.

Portanto, e perante isto, durante o período de férias em que estive quase que completamente fora das lides internautas, deve ter havido uma nova reorganização política-administrativa do País…

Sem comentários!

15 agosto 2012

A depreciativa política em período eleitoral


(Foto ©Expansão)


Esta noite estive a telever o Telejornal da TPA (uma parte) e houve uma peça, interessante, tanto pelo assunto como – principalmente, e não pelas boas razões – pelo conteúdo. Era sobre a inauguração da “nova” linha férrea entre as províncias do Namibe e a do Kuando-Kubango, ou seja, o Caminho-de-Ferro de Moçamedes, onde o Governo gastou qualquer coisa como cerca de 3,3 mil milhões de dólares entre infraestruturas, modernização da linha férrea, estações e afins.


Não está em causa os gastos, por muito elevados que sejam, quando o que está subjacente é os desenvolvimentos locais, regionais ou do País.

Espera-se sempre que esses gastos sejam mesmo a favor das populações.

Agora, se a inauguração é – seria, mais correctamente – um acto normal numa Governação, independentemente de quem mais beneficia desse acto, já não me parece correcto, diria, digno, fazê-lo em plena campanha eleitoral e com evidente imagens partidárias, conforme comprovaram as imagens televisivas que não o ocultaram, bem pelo contrário, no caso do MPLA – onde um dos convidados mostrava orgulhosamente o seu boné político – ou a presença massiva das senhoras da OMA.

Sendo um bem público e multinacional, parece-me que seria melhor fazerem a inauguração antes do início da campanha eleitoral (e depois mostrá-la quando e quantas vezes o partido beneficiário quisesse no seu tempo de campanha) ou depois do acto eleitoral.

Nessa altura, os mesmos ou os novos vencedores com a natural presença – assim determina o espírito democrático de um acto eleitoral – dos vencidos e impulsionadores da modernização – e/ou de todas as modernizações – far-se-ia os actos inaugurativos que fossem necessários.

Penso, ate, que não estarei errado – corrijam-me se estiver – que esses actos são vedados pela Lei Eleitoral e criticáveis pela CNE. Se não forem, deveria ser ou, pelo menos, deveriam estar inferidos no bom senso eleitoral.

Pode ser que tenha sido um caso sem caso e sem repetição.

O problema, o problema, é que já não é caso virgem, nomeadamente, quando se (re)inaugura coisas sem fim e, algumas delas já quase centenárias como, por exemplo

Considero que é altura do bom-senso regressar a uma campanha eleitoral que, amanhã, terá o seu último dia de suavidade climática, já que amanhã, 15 de Agosto acaba, oficialmente, o Cacimbo e começo o calor que se almeja seja gradual, elegante e de  saudável amplitude térmica…

14 agosto 2012

A Política e as Igrejas...


(foto que circula nos mails e cuja a autoria desconheço)

Também Maquiavel afirmava que os Príncipes eram escolhidos e ungidos por Deus.

E, isso, veio a confirmar-se como uma péssima notícia não só para os escolhidos – historicamente gastavam-se menos bem – como para os Estados…

Este caso não surpreende porque já lemos vários apontamentos e artigos onde personalidades da Igreja, até Católica, vieram a terreiro fazer a sua apologia de voto individualizado o que contraria as habituais normas eclesiásticas e vaticanas de absterem-se de intervirem na política activa.

Mas, quando há quem dependa de fundos e favores públicos…

Nota: Há uma outra foto que mostra prelados de diferentes Igrejas a apoiarem, claramente, com gestos e guarda-chuvas, o partido do Poder. Abstenho-me de a colocar porque vislumbrei uma pessoa vestida de prelado que é muito parecido com alguém que habita a Cidade Alta e, segundo consta, aos fins-de-semana, uma casa amarela, ali para os lados do Miramar.

E como não quero ser acusado de pactuar com maledicências, fico-me por aqui…

07 agosto 2012

As eleições em Angola na rádio Deutsche Welle - comentário


Aqui a síntese da minha análise para a secção portuguesa da Rádio Deutsche Welle sobre as eleições que vão acontecer em Angola a 31 de Agosto.

Podem ouvir, quase na íntegra, a minha intervenção (onde estou bem acompanhado pelo Jorge Eurico e pelo analista caboverdiano Ludgero Correia): http://www.dw.de/popups/popup_single_mediaplayer/0,,2221519_type_audio_struct_705_contentId_15660933,00.html

02 agosto 2012

Pululu no Misosoafrica



Esta citação refere-se a um artigo que aqui foi escrito no passado dia 31 de Julho.

Aproveito para, publicamente, agradecer a Barbara Igor pelo carinho que tem mostrado, a partir do Pacífico, nomeadamente no Chile e no Peru, pela causa e pelas coisas africanas, em geral, e pelos meus artigos e apontamento, em particular.

Sabendo que nem tudo corre pelo melhor, também na América Latina - os efeitos da crise são como os efeitos do "El Niño", demoram, mas chegam a todos os lados - deixo toda a minha solidariedade à Barbara e seus companheiros.