26 fevereiro 2009

Depois da HRW é a administração americana a pôr o dedo na ferida…

Depois das críticas – que foram mais sugestões e alertas que críticas – da Human Rights Watch que provou um certo mal-estar junto de dirigentes do Departamento de Informação do MPLA, é agora a administração norte-americana, através do relatório anual do seu Departamento de Estado, aqui e aqui citados, que critica o Estado Angolano devido a alguns problemas de Direitos Humanos.

Segundo aquele relatório em matéria de direitos humanos continuaram a verificar-se "numerosos, graves problemas", e entre as várias violações apontadas, o relatório destacou as "mortes ilegais levadas a cabo pela polícia, militares e forças de segurança privadas" e "o restringir do direito dos cidadãos de eleger representantes a todos os níveis" aliados a uma "falta de condições nas prisões, a ineficiência do poder judicial, e as restrições à liberdade de expressão, de imprensa, de reunião e de associação".

Será que, tal como fizeram com a HRW alguém vai mandar calar o departamento de Estado norte-americano e aconselhar a não se meter em assuntos dos angolanos?

Já agora de destacar os números globalmente positivos para Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e, pasme-se, Guiné-Bissau no que toca ao cumprimento dos direitos humanos, embora neste País tenham sido apontados problemas como "assassínios arbitrários, as más condições prisionais, a arbitrariedade de prisões e detenções e a falta de independência do poder judicial"; quanto a Moçambique, apesar de registar francas melhorias, nomeadamente nas detenções efectuadas, ainda vê persistirem situações "cruéis e colocam a vida (dos detidos) em risco, resultando em várias mortes" pelo que a nota não é positiva.

Quanto aos restantes países lusófonos, Brasil, Portugal e Timor-Leste o relatório, apesar de globalmente não ser cáustico também apresenta sérias críticas. De notar que o referido relatório se esqueceu, uma vez mais, de citar e denunciar algumas situações anómalas que se verificam nos EUA, como, por exemplo, a ainda – bem que Obama parece querer acabar com ela mas os seus aliados principais na Europa estão de ouvidos moucos – a prisão de Guantánamo ou as denúncias de corrupção por parte de cidadãos norte-americanos no Iraque.

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