01 setembro 2008

Eleições angolanas na recta final – o meu contributo

Muitos analistas e concidadãos têm dado o seu contributo apresentando as 10 ou mais razões para votar neste ou naquele partido, nesta ou naquela coligação.

Registe-se e salvaguarde-se que esses contributos e opiniões são obtidas e lidas por via de fontes informativas independentes ou não-oficiosos (portais noticiosos, como o Notícias Lusófonas, Angola24Horas, O Apostolado ou o Clube-K – o Correio Digital continua suspenso temporariamente), através do Semanário Angolense (único com portal informativo disponível) ou através das inúmeras participações de angolanos via blogosfera ou, ainda, via RTP-África. Pelas habituais fontes oficiosas parece só existir um partido às eleições!!!

Todos dão as suas razões para votarem ou aconselharem o voto em quem.

Como, infelizmente, por estar fora do País também não posso exercer o inalienável direito cívico de votar só poderei dar a minha opinião sobre quem iria incidir o meu voto.

Não o farei por um significativo número de razões mas tão-somente por uma única e explícita razão: Mudança!

Desde o início da pré-Campanha que solicitei aos putativos partidos e coligações candidatas ou eventualmente candidatas ao pleito eleitoral que me enviassem ou disponibilizassem, aqueles que o tivessem, o seu Programa eleitoral na Internet.

Foi um pedido em vão para a quase totalidade dos partidos e coligações. Quase porque só um conseguiu, às vezes com problemas no acesso, disponibilizá-lo no seu portal. Outro diz – mostra – o acesso mas esteve sempre indisponível. Os restantes ou nada colocaram ou foram colocando as tais razões que os seus simpatizantes e militantes mostravam serem suficientes.

Porque Angola precisa de uma efectiva Mudança e face aos itens atrás mencionados, e consciência
só posso aconselhar o voto na UNITA, o agrupamento político identificado com o nº 11 no boletim de voto!

E votaria porque é o único que diz claramente quais as mudanças necessárias para acabar com a corrupção, para minorar os problemas sociais, debelar a pobreza sem acabar com os ricos, desenvolver o País sem se subordinar à quase mono-indústria petróleo-diamantífera.

E, também, porque apresentou um possível modelo para tentar resolver a questão de Cabinda; ao contrário do MPLA – que defende, e bem, a plena integração da província na República de Angola, e mostra, e muito mal, que a paz na Província está conquistada – a UNITA reconhece que há muito para fazer até que a Paz seja um facto real e que, e muito bem, Cabinda deve ser tratada como uma província especial com características próprias decorrentes da sua descontinuidade territorial.

Porque há factores e éticas que devem prevalecer num pleito eleitoral não me pareceu correcta a recente atitude de “jogador” de sua excelência, o senhor Presidente da República. Se desejava – e é um direito cívico que lhe pertence por direito, até por ser o candidato nº 1 do MPLA – participar na Campanha deveria tê-lo dito logo e deixar as questões da presidência – salvo quando os interesses externos do País estivessem em causa – para depois das eleições.

Esta entrada tardia de José Eduardo dos Santos na campanha Eleitoral só vem confirmar os mugimbos que circulam em Luanda e em algumas províncias mais populosas que o MPLA está em vias de perder não só a maioria absoluta como, também e provavelmente, as eleições.

Porque acredito no meu Povo, porque acredito – e sei – que dentro do MPLA há muitos e capazes democratas que aceitam o resultado do jogo eleitoral, e porque acredito que entre os vencedores também não haverá – porque não pode mesmo haver – uma caça às bruxas e porque a Mudança é necessária o meu voto, se o tivessem deixado, iria para a UNITA.

Como não posso votar – ainda – só posso pedir que o meu Povo pense bem no que deseja e pondere o voto, no próximo dia 5 de Setembro, no partido que está no lugar 11 no boletim de voto!

Que o 6 de Setembro seja o dia seguinte da festa, independentemente do vencedor. Angola deseja e merece-o! Somos angolanos, não somos zimbabueanos ou quenianos!!!

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