27 janeiro 2008

Será que vale a pena ter a Democracia?

Ainda sobre o caso Kundi Pahiama e a sua oratória na Matala (ver nos comentários parte do discurso reproduzido).

"Ainda que semanticamente Democracia seja, ou queira, ou deveria, significar “povo (Demos) no poder (Kratia)” e que no seu início aristotélico fosse considerada como uma forma de governo injusta em contraponto à “politeia” ou, no latim, “res publica” (coisa pública), supostamente a Democracia representa a forma mais justa, na moderna Ciência Política, de governar e porque quem estivesse a fazê-lo, fá-lo-ia em nome do Povo, pelo Povo e a favor do Povo.

Isto se as circunstâncias da vida política forem as normais.

Todavia, quando um Ministro da Defesa das equatoriais ilhas maravilhosas, por sinal militar e também titular da Ordem Pública nacional, acusa indivíduos, por acaso parlamentares e em pleno Parlamento, de andarem a apoiar uma eventual tentativa de derrube do governo por vias não legais nem democráticas sem fazer provas do que afirmou e manter o seu lugar impune e sem que a Presidência – ou o Governo a que pertence – venha a terreiro questionar estas afirmações e, no caso de falta de provas – que deveriam ter sido feitas no local próprio, Tribunais – demiti-lo e julgá-lo por difamação e alarmismo nacional.

Ou, mais recentemente e um pouquinho mais a sul, quando um pretenso – porque se falou como falou só pode ser pretenso – governante, mesmo que em missão política partidária – ou por isso mesmo – se digna a rebaixar o Povo que quer governar através de um mandato que aquele lhe poderá conferir por via do voto, então pergunta-se se vale a pena ter democracia.

Se no primeiro caso esteve presente a difamação particular – reafirmo que mesmo que verdadeira seriam o Ministério Público e os Tribunais, únicos competentes, que deveriam fazê-la – no segundo caso o eventual insulto tingiu todo um Povo angolano.

E digo eventual porque quero acreditar que o dito governante foi mal interpretado, talvez por deficiências linguísticas de ter passado, assim o penso, muitos anos na mata o que lhe tolheu o desenvolvimento da língua oficial e não-materna. (...)" Continuar a ler aqui ou aqui
Publicado n', edição 143, sob o título "Vale a pena a democracia?" e no sob o título acima.

3 comentários:

Anónimo disse...

Democracia é uma razão para viver

O problema da democracia faz-se o problema de uma forma de organização social, estendida a todas as áreas e modos de vida, em que as potencialidades dos indivíduos não somente estejam livres de constrangimento mecânico externo mas sejam estimulados, sustentadas e dirigidas (Dewey, 1970; p. 30)

Começo com esse discurso de John Dewey porque ele ofereceu uma grande contribuição para o processo de democratização de muitas nações, sobretudo daquelas que derrubaram governos ditatoriais. Sob a visão deweyana os fundamentos das teorias sobre a natureza humana e o funcionamento psíquico dos indivíduos para justificar a democracia criadas a partir de um momento histórico específico pode induzir a erros, por exemplo, se baseadas na competição. E, ao meu ver, é o que propõe o senhor ministro.

Entretanto, “nada garante a democracia, a não ser as ações voltadas à sua concretização” (Cunha, 2001). Com efeito, ainda que alguns não se proponham a radicalização da democracia, e normalmente estes já tiram proveito do poder, embora utilizem o discurso da democracia mas apelam para ações totalitaristas, cabe aos verdadeiros democratas continuar na construção de viesis que conduzam a todos à radicalização da democracia. Sem ela a vida é um inferno. A democracia pressupõe um Estado transparente, com participação social, legitimado por voto livre e consciente e onde a justiça seja horizontal, atingindo a todos em igualdade de peso e valor. A democracia pressupõe falar e ouvir, ver e criticar, propor e participar e ser capaz de respeitar as diferenças. O totalitarismo, a história conta, é um Estado que dita as regras e ao povo cabe obedece-las, independente das questões éticas implicadas.

Orlando Victoria disse...

Eu penso que a escrita Democracia é bonita e não só o seu conceito é defensor ao cidadão. Mas as prática em todo mundo são diferentes, dos países mais ricos aos mais pobres...As riquezas de cada República são acumuladas dentro da "alta sociedade (os ricos)" de modo em que quando um cidadão com estrato social baixo precisar, não lhe é cedido. Ex:Um pobre a morrer por falta de dinheiro para uma operação. Os bens do Estado são para todos, pode haver desníveis sociais mas não sacrificar os mais baixos que procuram um bem, enquanto os mais altos desperdiçam vários bens...Ex: Um país com a taxa de desemprego a atingir os 8% (aproximadamente 24.000.000 de cidadãos) durante uma campanha presidencial são gastos mais de 25.000.000 de USD só em publicidade sem pensar que este dinheiro dava para diminuir o desemprego nem que fossem 1000 cidadãos...
Frio! pessoas a morrerem congeladas vitimando mortalmente mais de 360 cidadãos, porquê que não foram instalados aquecedores em pavilhões para alojar as pessoas? quem defendeu estes cidadãos do frio?
Países no Top dos exportadores de petróleo mais quase 80% da população é pobre, alguns a população é miserável deixando pessoas morrerem de fome...Nem que eu vivesse debaixo do mar se eu tivesse meios, ajudaria estes cidadãos e eliminar este governo ditador que prejudica os cidadãos. Mas o petróleo, o recursos naturais e o dinheiro são mas fortes que a vida de uma pessoa. Onde é que estão os direitos do cidadão? Até que ponto os governos defendem o cidadão? Quando é que alguém vai pensar e governar de coração aos cidadãos? Tenho 15 anos, sou estudante, e esta é a minha reflexão pensando nos diversos problemas que os cidadãos são vitimados pelo próprio governo...

Orlando Victor disse...

Eu penso que a escrita Democracia é bonita e não só o seu conceito é defensor ao cidadão. Mas as prática em todo mundo são diferentes, dos países mais ricos aos mais pobres...As riquezas de cada República são acumuladas dentro da "alta sociedade (os ricos)" de modo em que quando um cidadão com estrato social baixo precisar, não lhe é cedido. Ex:Um pobre a morrer por falta de dinheiro para uma operação. Os bens do Estado são para todos, pode haver desníveis sociais mas não sacrificar os mais baixos que procuram um bem, enquanto os mais altos desperdiçam vários bens...Ex: Um país com a taxa de desemprego a atingir os 8% (aproximadamente 24.000.000 de cidadãos) durante uma campanha presidencial são gastos mais de 25.000.000 de USD só em publicidade sem pensar que este dinheiro dava para diminuir o desemprego nem que fossem 1000 cidadãos...
Frio! pessoas a morrerem congeladas vitimando mortalmente mais de 360 cidadãos, porquê que não foram instalados aquecedores em pavilhões para alojar as pessoas? quem defendeu estes cidadãos do frio?
Países no Top dos exportadores de petróleo mais quase 80% da população é pobre, alguns a população é miserável deixando pessoas morrerem de fome...Nem que eu vivesse debaixo do mar se eu tivesse meios, ajudaria estes cidadãos e eliminar este governo ditador que prejudica os cidadãos. Mas o petróleo, o recursos naturais e o dinheiro são mas fortes que a vida de uma pessoa. Onde é que estão os direitos do cidadão? Até que ponto os governos defendem o cidadão? Quando é que alguém vai pensar e governar de coração aos cidadãos? Tenho 15 anos, sou estudante, e esta é a minha reflexão pensando nos diversos problemas que os cidadãos são vitimados pelo próprio governo...