27 fevereiro 2007

TPI acusa sudaneses de genocídio no Darfur

(por aqui passaram djandjawid em Abril de 2004; foto ©daqui)

Enquanto o Sudão vai recusando a presença de forças da ONU no Darfur – espero que ainda se recordem do conflito nesta região sudanesa que em Abuja viu os litigantes acordarem criar uma força de manutenção da paz pertence às tropas da União Africana com apoio da comunidade internacional –, o Tribunal Penal Internacional (TPI) decidiu acusar o antigo secretário de Estado do Interior do Sudão – por acaso, é o actual secretário de Estado para os Assuntos Humanitários(??) –, Ahmed Haroun, e um líderes das milícias djandjawid, Ali Mohammed Ali Abd-al-Rahman, ou “Ali Kushayb”, de crimes contra a Humanidade perpetrados no Darfur.
O procurador do TPI, Luis Moreno-Ocampo, acusa-os de «51 presumíveis crimes contra a humanidade e crimes de guerra, entre os quais, perseguição, assassínio, tortura e violação», levados a efeito entre Agosto de 2003 e Março de 2004.
Tal como os EUA, que não reconhece legitimidade e capacidade jurídica ao TPI para julgar os seus concidadãos, também o Sudão, através do seu Ministro da Justiça, Mohammed Ali al-Mardhi, afirma não reconhecer competência ao TPI para julgar os casos no Darfur ou cidadãos sudaneses.
Os bons princípios acolhem-se e recomendam-se…

N’zage em perigo de extinção?

(garimpo no rio Cuango; foto ©Diamang)
Pelo menos é o que terá alertado a Juventude Ecológica Angolana em notícia hoje divulgada na RDP-África.
Tudo devido ao garimpo que se faz nas margens do rio Cuango e ao “excesso” de diamantes que o rio transporta, que põem em perigo esta localidade angolana no norte da província da Lunda Norte situada junto à zona restrita regulada pelo Regime Especial das Zonas de Reserva Diamantífera (Lei 16/94).
Ora só que aqui há algumas incongruências. Pela audição parece que o presidente da JEA dizer que é a cidade de Negage, mas esta cidade fica bem afastada do rio Cuango, além de ficar na província do Uíge. Já o locutor de serviço da RDP-África diz ser N'zage, na Lunda Norte; só que os rios mais próximos são os rios Cassai/Kasai e o Chicapa.
Apesar destas eventuais divergências locacionais não podemos deixar de acolher e alertar para os desastres ambientais que se fazem em nome do garimpo e em nome de umas quantas belas e precisosas pedras, os diamantes.

RASD 31 anos de independência sem Estado

(imagem ©daqui)

Faz hoje 36 anos que a Frente Polisário (Frente Popular para a Libertação de Saguia el Hamra e Rio de Oro) proclamou a República Árabe Sarauí Democrática onde era o antigo território espanhol da Rio de Oro (Sara espanhol) e que em 1975 o Estado espanhol abandonou à rápida divisão entre a Mauritânia e Marrocos.
O Sara Ocidental foi sempre muito rico em fosfatos, razão porque os dois dividiram o território entre si nada deixando para Argélia que também queria um naco do mesmo. Foi por causa desta divisão que Argélia apoiou a Polisário na exigência da independência e nunca por razões de um qualquer altruísmo político emancipalista que ainda hoje divulga.
Depois da desistência mauritana o rei Hassan II, de Marrocos, decidiu incorporar todo o território no reino através da chamada “Marcha Verde”. Foi a marroquinização do Sara Ocidental.
Desde 1988 que a ONU, através da Missão das Nações Unidas para o Referendum no Sara Ocidental (MINURSO) e do seu principal representante, James Baker, está para resolver este problema bicudo, diria o seu maior fiasco político, que fez com que Marrocos, tal como já não estava na OUA, continue de fora da União Africana.
Para quando uma solução pacífica e definitiva para aquele antigo território espanhol abandonado por estes à sua sorte?
Enquanto isso não acontece os sarauís vão festejando a independência no exterior com críticas à comunidade internacional.

26 fevereiro 2007

O pragmatismo chinês - artigo

"No final do mês de Janeiro, o primeiro-ministro português foi visitar a China mas não encontrou o presidente chinês no país porque estava em visita oficial por terras africanas.
O Dalai Lama, líder máximo espiritual dos tibetanos, quis visitar o Quénia, mais especificamente uma reserva natural, mas não pôde porque viu a sua entrada negada pelas autoridades quenianas.
Perguntar-me-ão o que têm as duas situações em comum.
Muito simples: a República Popular da China e o seu pragmatismo político-económico.
No primeiro caso a China considerou que Portugal não lhe ia trazer mais-valias políticas, sociais e económicas que justificassem a presença e, consequentemente, a alteração da visita do presidente Hu Jintao ao continente africano; alguns analistas portugueses não têm problemas em admitir que a visita à China interessou, e interessa, mais a Portugal do que este país possa interessar à China. A prova disso está nas iniciativas económicas de relevo que partiram de Portugal, como a abertura do Consulado Geral e de uma Delegação do ICEP em Xangai, ou a criação de Centros Portugueses de Negócios em Xangai e Macau. Da China só uma pequena e velada crítica chinesa a uns certos comentários do líder regional da Madeira quanto à presença chinesa em Portugal, no que foi bem interpretada pelo destinatário que se calou de imediato.
(...)
"
Parte do artigo publicado na edição 103 do , que pode aceder, na íntegra, aos artigos daqui.

25 fevereiro 2007

Senegal a votos

(foto ©SCHALK VAN ZUYDAM/ap – Jornal de Notícias)

Sob o signo da emigração clandestina, de escândalos financeiros, do desemprego e do eternizado diferendo que é Casamance, hoje cinco milhões de senegaleses vão procurar escolher, entre 15 candidatos presidenciáveis, o sucessor de Abdoulaye Wade, também este candidato.
Num dos pouco países africanos onde o Coup d’État ainda não aconteceu, como muito bem relembra o Jornal de Notícias, o ancestral culto africano do “mais velho” pode muito bem influenciar o resultado final.
O país de Senghor tem mostrado ter sabido assumir aquilo que o antigo académico e presidente senegalês disse, um dia, haver de acontecer: “depois de mim, a democracia”.
Vamos esperar pelos resultados e pelas reacções quer internas – nomeadamente Casamance –, quer externamente; porque muito do que acontecer no Senegal poderá influenciar a vida política e social n’ A Gambia, Guiné-Bissau e, relevantemente, na República da Guiné (Conakri).

24 fevereiro 2007

O Correio da Manhã ainda não aprendeu?

Já por lá passaram inúmeros Directores e Chefes de Redacção desde que Angola mudou, constitucionalmente, a sua denominação política para “República de Angola” mas parece que no matutino português Correio da Manhã isso ainda não lá chegou.
Senão vejam:
Os três adiamentos do Festival Hip-Hop afro-americano levaram a Polícia Judiciária a desconfiar de eventuais crimes de fraude e burla, podendo a vítima ser a República Popular de Angola. “Tudo indica que o Ministério da Cultura de Angola patrocinava o evento [promovido pela empresa Casa Blanca Produções] e que terá despendido verbas avultadas para o divulgar”, disse ao CM fonte da PJ.”
E esta não é a primeira vez que vejo esta aberração.
Com o advento do multipartidarismo Angola tornou-se constitucionalmente na República de Angola há cerca de 15 anos!!!!! (Lei nº 12/91 da Antiga Assembleia do Povo e Lei de Revisão Constitucional nº. 23/92 – aprovada a alteração pela então Assembleia do Povo em 26 de Agosto de 1992).
Já é altura de aprenderem e não dormirem nos “ensinamentos” de um antigo chefe de redacção; e se duvidam basta verem o escudo/armas da República aqui publicado.

23 fevereiro 2007

FIFA, dois pesos e duas velocidades?

Se é um jogador conhecido, ou de um país potência no futebol a FIFA é célere em resolver a situação do “tal” jogador ou clube.
Se é de um país menos futebolisticamente forte ou de um jogador sem clube de renome ou quando não se quer “mexer” com o petróleo então a celeridade “fifaziana” passa para outras velocidades.
Parece ser esta a situação de Akwá, de seu nome Fabrice Alcebiades Maieco, o mais internacional e goleador dos Palancas Negras que aguarda, apesar do caso já estar na FIFA há já um tempo, que o seu antigo clube, o Al Wakra SC, do Qatar, o liberte e lhe entregue o certificado internacional.
Sem isto, um jogador ainda com muita idade para o futebol a mais alto nível e já “reformado(?)” da selecção não pode fazer o que mais gosta: jogar futebol!
Senhores da FIFA, enquanto não entram em campanha eleitoral, não acham que deveriam olhar para este caso e despachar o mais rápido possível este assunto e ceder a título provisório o certificado internacional ao jogador angolano? Não seria caso virgem, pois não? basta recordarem certos casos de jogadores portugueses e europeus…
Será que o S.L.Benfica, clube por onde já passou, nomeadamente nas camadas jovens, não poderia dar uma ajudinha?
Ao menos o guarda-redes João Ricardo já arranjou um clube, o Petro-Atlético de Luanda.

22 fevereiro 2007

Portugal ajuda esforçadamente refugiados moçambicanos

(Uma ilha de ocasião no Zambeze; Foto ©DN/Sapo)

Apesar do governo moçambicano não precisar de ajuda (vejam apontamento aqui recentemente deixado) ainda assim o Estado português, através da magnanimidade da sua embaixada, ofertou ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) 25 (por extenso para se ler bem, vinte e cinco) tendas para ajudar a suprir a escassez de abrigos existentes nos centros de acolhimento de refugiados das cheias do Zambeze; cerca de 71.106 pessoas..
Apesar do sentido lamento do meu amigo Orlando Castro por Portugal só ter oferecido as tais 25 tendas sempre é mais que aquilo que os catalães da Agência Catalã de Cooperação para o Desenvolvimento (ACCD) e da Cruz Vermelha ousaram oferecer: cinco mil mantas, 3.000 lonas para tendas de campanha, mil "kits" de cozinha e 2.300 bidões de água de 20 litros cada.
É que as 25 tendas, são 25 tendas e já não precisam de ser montadas ao contrário das lonas catalãs…
E depois, nesta altura do ano, para que são precisas mantas se se está na época quente?
E para que são necessários os bidões? só pode ser para gozar! Então com tanta água à volta, para que haveriam os refugiados moçambicanos de suportar o peso de um bidão de 20 litros?
Que falta de sensibilidade catalã…
Orlando Castro propunha que os moçambicanos devolvessem as tendas para que Portugal protegesse os seus mendigos, principalmente nesta época de fortes intempéries e muito frio.
Por mim propunha que as devolvessem, sim, mas para acolher as dezenas de pessoas que, diariamente, vão para as bichas – perdão, filas – dos ainda abertos Centros de Saúde e Hospitais até serem atendidos em tempo útil!
Haja pachorra e depois não se admirem que a Lusofonia seja gozada face a estas simbólicas ofertas, porque quero acreditar que isto mais não foi que uma simbólica oferta até Portugal saber das reais necessidades moçambicanas.
É que eu ainda quero acreditar nas pessoas e na solidariedade!!
.
Adenda: E como já não bastasse as cheias o centro de Moçambique foi “atravessado” por um ciclone, o Favio, com ventos na ordem dos 180 km hora que obrigou os turistas do resort da ilha Bazaruto (distrito de Inhambane) a serem evacuados para a ilha de Inhaca, ao largo de Maputo (cerca de 600 quilómetros a sul).
O ciclone desloca-se para norte e deverá passar pela cidade da Beira esta madrugada devendo inflectir para o interior do país, para os distritos de Nhamatanda e Muanza e atravessar o Zambeze onde deverá perder parte substancial da sua força destruidora.

Bloguista incómodo no Egipto é amordaçado

Abdelkareem Nabil Soliman, um estudante de Direito de Alexandria, é um companheiro egípcio destas lides.
Até aqui nada de relevante se não fosse o facto de hoje ter sido condenado a 4 (quatro) anos de cadeia por no seu blogue ter segundo as leis islâmicas egípcias “insultos ao Islão e difamado o presidente Hosni Mubarak”.
Entretanto já começou uma campanha internacional bem assim várias demonstrações bloguísticas em países e cidades como Bahrein, Londres, Estocolmo, Paris, Roma, New York (por duas vezes) e Washington DC para a libertação deste bloguista.
Vamos apoiar esta censura à censura de quem não gosta que os nomes sejam ditos com todas as letras: autocratas e ditadores!!

Causa africana, um blogue

Tive hoje, pela primeira vez, contacto com um novo blogue - Causa africana - virado para a problemática africana que, pelo conteúdo conjecturável, merece visitas atentas.
No seu primeiro apontamento o(a) autor(a) dá entender estar ligado ao Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e desejar como escreve "... dedicar-se a formação em empreendedorismo, cidadania, ética, literacia financeira, economia, negócios, política e desenvolvimento de carreiras, um desejo que representa a vontade do africano, cidadão comum, que no dia-a-dia dá a cara por aprender a empreender [... tentando desempenhar] uma função social, porque a independência é uma consequência de se ter liberdade. Liberdade de opinião, de fontes, de traficâncias disfarçadas de seriedade ou seja liberdade de saber usar a liberdade, a nossa e a dos outros".

Vou estar atento a este blogue porque de certeza que me irá ensinar ainda algumas coisas mais.

22-02-2002, 5 anos depois como está?

Faz hoje 5 anos que morreu, em circunstâncias ainda não cabalmente bem esclarecidas, Jonas Malheiro Savimbi, o Mais Velho.
Sobre esta efeméride o Notícias Lusófonas efectuou um especial onde inclui, também, um artigo de opinião na minha coluna onde se pergunta o que Angola, além da actual Paz, realmente beneficiou já que ele era o culpado de todos os males…
"Há cinco anos morria um Homem enorme e política e culturalmente Grande.
Um Homem foi morto e exposto de forma pouco digna para um militar – ou mesmo, um rebelde – e herói; e os motivos que levavam Angola ser um país onde o desenvolvimento, a justiça, a igualdade e fraternidade, a coexistência política, a liberdade individual eram somente palavras bonitas nos dicionários académicos, mantém-se quase igual a si mesmo.
Até à sua morte, todos os grandes desafios de Angola estavam impedidos de serem concretizados devido, segundo fontes oficiais, a esse mesmo Homem.
O Homem foi enterrado numa campa rasa e quase desconhecida algures em Luena. E com ele deveria ter sido, também, enterrada a responsabilidade do atraso angolano.
Mas se a culpa, e o seu grande o responsável, foi enterrada – diga-se, mal enterrada –, ainda assim há quem pense que os problemas de Angola continuam a ter um único remetente e um mesmo destinatário…Jonas Malheiro Savimbi.
(...)"
Pode continuar a ler o artigo acedendo aqui.
ADENDA: Por acaso ninguém relembrou à Angola Press () que dia, ou que efeméride, era recordada hoje? Agora se entende porque a notícia do AngoNotícias tem como fonte o "Diário digital"...

21 fevereiro 2007

Que se passa no Lobito?

(imagem de um dos morros que circundam Lobito roubada algures não sei a quem...)
-
Segundo dois artigos do Angolense (leiam aqui e aqui) um membro da Administração da cidade do Lobito anda a ver se “abocanha” três grandes edifícios – dois públicos e um privado – para transformá-los em empresas de hotelaria e outros projectos económicos.
De acordo com aqueles artigos o citado administrador terá contactado uma equipa de advogados como eventuais investidores e, em contrapartida pela tomada de posse dos três edifícios, estes ofereceriam à bela cidade dos flamingos uma Maternidade.
Mas para isso o tal administrador não se coibirá de meter terceiros ao barulho.
Segundo parece ofereceria uma elevada quantia ou uma carrinha a um director de uma das empresas que administrava um dos edifícios e, simultaneamente como se quisesse corromper – como se isso fosse possível –, ofereceria certas percentagens do capital da empresa a criar a duas altas entidades de, ou ligadas, à província de Benguela; por sinal, uma dessas entidades pertence ao executivo angolano.
Por outro lado, o edifício privado está a ser administrado por um cidadão angolano que tem uma procuração de um antigo titular – creio que um antigo colono – e, ainda de acordo com os tais artigos, esses advogados andam a ver se conseguem declará-la falsa para que o mesmo prédio seja arrebatado e, se possível, a um preço iníquo.
São acusações muito graves, atentatórias dos nomes em causa, que merecem ser rapidamente averiguadas pelas autoridades judiciais angolanas.
A minha cidade pode ser insalubre devido aos mangais, mas é a minha cidade; e como tal não quero que alguém a agúe mais do que ela já está.
Não precisamos quem conspurca mais o que já profanado está.

Só pode ser protocolarmente burlesco...

Alguém de bom-senso me explica como um qualquer assessor, no caso um comandante da Casa Militar ou Civil, pode estar, protocolarmente, num patamar superior ao Chefe de Estado Maior general das Forças Armadas e do seu vice, por acaso os superiores hierárquicos dos referidos comandantes?
Não será quase o mesmo que numa reunião de Administração um qualquer obscuro administrador se sentar ao lado do presidente do conselho de administração e o vice-presidente se sentar atrás deste.
Pois é o que, segundo parece, foi aprovado pelo Conselho de Ministros de Moçambique e publicado no Decreto-Lei 47/2006, de 17 de Outubro passado, sobre as competências do protocolo de Estado.
Ou seja, de acordo com as competências protocolares aprovadas os comandantes das Casas Militares e Civil não se “perfilam” perante os seus oficiais generais superiores mas olham-nos de cima…
Caricato? Só pode…

Cada país tem os dirigentes que merece! - artigo

(©imagem daqui)

"Alberto João Jardim (AJJ), o senhor todo-poderoso da Região Autónoma da Madeira, uma ilha algures no Atlântico, com amigos como Hugo Chavez e outros tais, decidiu – está decidido – demitir-se do governo regional por não concordar com uma lei dimanada da República – se a moda pega começamos a ver muita gente a demitir-se, provavelmente até da nacionalidade.
Até aqui nada demais. Não gosta, protesta e demite-se.
Certo! Agora o que não sabia – vantagens de férias carnavalescas – é que se demitiu e logo, ainda antes do senhor Silva – assim era chamado por AJJ, o presidente Cavaco Silva, – dizer que, ou se, iria demitir a Assembleia Regional e convocar eleições o senhor AJJ afirmou que se iria recandidatar, de novo, à presidência regional.
(...)
Como não ouvi a sua declaração de demissão – vantagens de quem estava de férias carnavalescas – fiquei sem saber o porquê da sua recandidatura.
E pensava eu que era pelo facto de ainda não estar em vigor a Lei que impede a permanência “ad eternnus” no poder pela via do voto mas, e tão-só, porque AJJ acha que “… a Madeira não merece passar a ter um governo de medíocres, de incultos, de traumatizados sociais e de subservientes a Lisboa” (in: jornal 24Horas, de 20-fev-2007, pág. 14).
Ou seja, Não gostou, protestou, demitiu-se e recandidata-se porque na Região Autónoma da Madeira, AJJ é o único dirigente inteligente, culto, sem traumas e não precisa do apoio de Lisboa.
(...)"
Artigo de opinião publicado e que pode ser lido, na íntegra, acedendo aqui.

Angola diz-se um Estado de Direito - artigo de opinião

"Não se diz que é um Estado de Direito só porque se afirma mas pelos actos que os seus dirigentes políticos e jurídicos praticam.
Ora não me parece que um país que não permite a presença de um advogado junto de uma pessoa detida enquanto está ser ouvida por um juiz se possa arrogar de ser um Estado justo e de Direito.
No passado diz 18 de Fevereiro, uma activista britânica e investigadora da Global Witness,
Sarah Jill Wikes, foi detida em Cabinda, pelo Comando Provincial de Cabinda da Polícia Nacional, na posse de uma máquina fotográfica, duas "pen-drives" e um bloco de notas.
Sobre esta activista, uma feroz crítica do Governo angolano, devido à “transparência” nos negócios do petróleo, impede uma acusação de espionagem.
Não estará em causa o direito e o dever da Polícia Nacional em deter quem achar que deve fazer, quando devidamente justificado e mandatada para isso. Segundo parece, a PN não estava possuidora de um mandato para prender a activista...
"
Artigo publicado no . Pode continuar a ler acedendo aqui.

Moçambique, as cheias e a soberba!

Na semana passada recebi de uma pessoa com responsabilidades institucionais em Moçambique, via correio electrónico e com o pedido de retransmissão a terceiros, a mensagem acima, o que fiz com muito gosto e prazer.
A Solidariedade não se discute nem se questiona. Principalmente quando estão em jogo vidas humanas e o bem-estar.
Pois foi com surpresa desagradável que recebi esta mensagem de São Tomé e Príncipe e que, com a devida vénia, passo a transcrever parte da mesma:
“…do pedido que fizeste para apoiar a catástrofe que aconteceu no País irmão (Moçambique) começamos a dar diligencias junto a autoridades do País e junto a cruz vermelha de S.T.P. só que o dia seguinte vimos a Primeira Ministra de Moçambique a rejeitar as ajudas Internacional, mas afinal o que esta a acontecer, os nossos dirigentes só complicam as coisas, só pode ser uma brincadeira da Senhora Primeira Ministra do vosso País, eu lamento bastante mas nos podes informar do que está a acontecer em Moçambique porque nos preocupa também…”
Como se pode verificar pelo prospecto acima o mesmo foi criado pela Cruz Vermelha de Moçambique (CVM).
Como pode Luísa Diogo desprezar os apoios que países irmãos estavam dispostos a oferecer e quando estes pedidos de apoio foram solicitados por uma organização humanitária de Moçambique com as responsabilidades sociais como as que têm a CVM.
Que não aceite apoios de governos estrangeiros, porque se acha um país cheio de recursos financeiros – será efeitos das ajudas da China? – para suprir as necessidades internas resultantes de catástrofes, ainda se compreende. Agora que rejeite o apoio de entidades e ONG como as das irmãs da CVM isso já não se entende nem se compreende.
A soberba não fica bem a ninguém!!

20 fevereiro 2007

Angola diz-se Estado de Direito?

Não me parece que um país que não permite a presença de um advogado junto de uma pessoa detida enquanto está ser ouvida por um juiz se possa arrogar de ser um Estado justo e de Direito.
Pelo menos, a fazer fé nas notícias veiculadas pela Comunicação Social, Sarah Wikes, uma activista britânica e investigadora da Global Witness, detida em Cabinda, no passado dia 18 de Fevereiro, sob a absurda acusação de espionagem – o que foi espiar, a dificuldade dos cabindenses ainda em se exprimir como um povo livre e angolano de pleno direito num Estado de Direito?, por isso é que possuía em sua possa de uma máquina fotográfica, duas "pen-drives" e um bloco de notas –, não teve autorização em ser representada por um advogado.
Algo não vai bem na Justiça angolana. Porque mesmo um espião, num Estado que se diz de Direito, merece ter a presença de um advogado quando inquirido por um investigador policial quanto mais por um juiz…; isto apesar de ter os advogados Francisco Luemba e David Mendes a acompanharem o processo.
E mais ridícula se torna a acusação de espionagem quando, depois, o procurador interino da província de Cabinda, fixa umafiança de 180 mil Kwanzas (cerca de 1800 euros) para que possa sair em liberdade…

16 fevereiro 2007

Bom Carnaval

(Carnaval em Luanda - Foto de ©Silva Pinto/Tonspi-2005)


A todos um Bom Carnaval e muita Folia!!!

A paz podre de Timor-Lorosae

Timor vai a votos para as presidenciais no próximo dia 9 de Abril não sabendo, ainda, quando serão as legislativas. Mas Timor e os timorenses sabem que o actual poder legislativo acaba em 20 de Maio pelo que as eleições para as legislativas deverão ser, constitucionalmente, antes.
Timor vê processo jurídico contra o seu antigo primeiro-ministro, Mari Alkatiri, por alegada distribuição de armas a civis, ser arquivado por falta de provas (os maus hábitos copiam-se; também em Portugal, antiga potência colonizadora, é muito normal um arguido poder nunca vir a ser inocentado porque arquiva-se os processos quando o Ministério Público não consegue obter provas; ir a Tribunal para ser inocentado custa muito dinheiro, mas para pagar a um administrador resignado um mês de indemnização por cada ano de trabalho, no total de 35 anos – o que deu qualquer coisa como 210 mil euros de indemnização –, embora só tenha trabalhado 4 anos, já é possível e natural)...

Artigo no que pode continuar a ler aqui e deixarem aqui a vossa opinião.

15 fevereiro 2007

Como é possível?

Como se entende que o 2º maior produtor africano de **
Não tenha combustível (mais especificamente, gasolina) para disponibilizar pela população luandense como demonstram as imagens seguintes, hoje recolhidas via RTP-África?

Filas e mais filas, havendo quem vá logo de madrugada tentar obter uns litrinhos para consumo auto e para os geradores como comprovam os bidons na 4ª foto (falta de luz a quanto obrigas...)

Sendo a uma empresa pública penso que o Governo e o Ministro responsável deveriam pedir responsabilidades da gestão praticada.
É que custa acreditar que esta falta se deva atraso na construção da que nunca mais está pronta, perto da cidade do Lobito…

Não se entende nem se percebe como é possível! porque não acredito que seja a R.P.China que o leva todo...
**foto Siva Pinto (Tonspi)

14 fevereiro 2007

Pedro Mantorras versus Zé Kalanga

O primeiro jogo sorriu para Pedro Mantorras e espero que no conjunto dos dois jogos volte a sorrir!
O Benfica ganhou, em Lisboa, ao Dínamo de Bucareste, onde milita Zé Kalanga, por 1-0. Um sofrido golo – uf! até que enfim – de Miccoli no baixar da partida.
Enquanto que Mantorras não entrou na partida, o puto Zé Kalanga entrou aos 64 minutos, fez uma interessante jogada e foi substituído aos 81 minutos; 17 minutos em jogo, numa partida em que o Dínamo quase se esqueceu de que havia de atacar.
Foi claro que o treinador romeno quis levar a discussão da eliminatória para a Roménia. Mas, para isso, tinha que tirar o miúdo angolano? Só por ter recebido um cartão amarelo? Ele que até forçou Leo a provocar falta para amarelo? A fazer fé nos comentários televisivos do momento, na substituição o treinador nem se dignou a olhar para Zé Kalanga.
Vou esperar pelos jornais de amanhã para ver se se entende esta substituição…

Ainda a CAF e a Guiné-Conakry

(imagem da ©CAF)
.
Depois de terem visto o Sporting da Praia ter sido desqualificado – já contestado por estes – por não ter comparecido ao primeiro jogo da primeira-mão das preliminares da Liga dos Campeões africanos, entre aquela equipa cabo-verdiana e o representante da República da Guiné, Fello Sport de Labé, no passado dia 28 de Janeiro, devido à insegurança que grassa neste país há cerca de um mês, uma equipa de Bissau, representante na Taça Mandela (Taça CAF), o Benfica de Bissau, foi disputar a segunda mão e ainda não conseguiu regressar à Guiné-Bissau devido ao encerramento do espaço aéreo da Guiné-Conakry.
Pelos vistos só a CAF não consegue vislumbrar que este país está numa situação política e social preocupante, onde desde há um mês lavra uma profunda crise política cujos contornos, mais próximos de uma rebelião popular que crise política, estão longe de estarem bem compreendidos.
Mas parece que não é só a CAF que não entende esta situação.
De acordo como o Liberal e o Notícias Lusófonas, os sindicalistas cabo-verdianos estranham o silêncio do Governo de José Maria Neves que mais não será que uma “clara atitude de aprovação e da cumplicidade da opressão, assassinatos e detenções arbitrárias levadas a cabo pelo Presidente da Guiné Conacri”.
Num artigo publicado, recentemente, no Notícias Lusófonas “Come e cala-te?”, perguntava onde estava a reacção enérgica do Cabo Verde face à atitude prepotente, desconsiderada e fortemente penalizadora da CAF.
Parece que a resposta, lamentavelmente, está acima subjacente!
E já agora, será que a CAF irá também penalizar Angola caso este país decidir não autorizar – e muito bem, diria, – ir a sua equipa de sub-23 disputar a segunda mão das preliminares que darão acesso à fase de grupos para os Jogos Olímpicos de 2008, em Beijing?
Espero para ver a posição de Angola e da CAF, principalmente quando há um espaço aéreo encerrado e um estado de sítio decretado por um autocrata, doente e decrépito, no poder há 23 anos.

Um novo órgão de informação lusófona

(fac-simile de parte da primeira página do primeiro número)

Foi ontem apresentado na Universidade Lusófona, tendo contado com a presença de vários diplomatas e representantes da CPLP, o novo órgão informativo para a Lusofonia: o Mundáfrica.
Este novo jornal quer ser um dos principais órgãos informativos dos e para os falantes em português (cerca de 250 milhões) pelo que vai ser distribuído, gratuita e mensalmente, por todos os países de expressão Lusófona e, mais tarde, disponibilizado na internet.
Como escreve no seu editorial, o Mundáfrica que estender pontes”em permanência, entre Estados, Instituições, pessoas colectivas e singulares, revitalizando a aproximação mútua criativa e recíproca […] numa casa que pode ser de todos: a imensa federação de utentes da língua portuguesa que se estende da Europa à América Latina e da África aos mares asiáticos”; ou seja, o “Mundáfrica quer ser espaço para todos, lugar para todos”.
Ao Mundáfrica, ao seu director, José Roberto Ferreira, e a todos que com ele colaboram votos de muitas felicidades.

13 fevereiro 2007

A Nova China, O despertar do gigante

(A Nova China: ©imagem daqui; as imagens infra são daqui)

Um texto de João Craveirinha sobre o despertar da Nova China após visionamento de um programa de 4 episódios, «CHINA RISES», transmitido na RTP2, em finais de 2006.

A Nova CHINA, O DESPERTAR do GIGANTE
por: João Craveirinha (analista cultural)

Sinopse (da RTP 2)

Um fabuloso documentário em quatro partes que nos leva ao coração de um país que experimentou a mais notável transformação na história do planeta, e que revela como a mais antiga civilização da Terra se tornou numa importante super-potência. A China vai ser o país anfitrião dos próximos Jogos Olímpicos de 2008 e já está a afectar quase todos os países do globo. O documentário começa com constrangedoras e verídicas histórias de homens e mulheres que usufruíram desta monumental mudança da China e daqueles que foram deixados para trás. Alguns dos mais conceituados jornalistas e realizadores do mundo, da CBC Television, do New York Times e da Europa, tiveram acesso ao povo da nova China. Uma série documental que levou dois anos a ser rodada, uma co-produção de televisões da Alemanha, França e dos Estados Unidos. (in RTP programação)

Nota Prévia
Este trabalho trata de um olhar sobre a Nova China baseado numa reportagem televisiva. No fundo é uma breve análise sobre um programa da RTP2 (Rádio Televisão Portuguesa) numa série de Documentários intitulada «CHINA RISES» / O DESPERTAR DA CHINA e exibido no Domingo 12 de Novembro de 2006 – 14:00h (visualização televisiva via RTP e da Sky News TV; videoplayer em nota de rodapé).
Segundo a astrologia chinesa, 2006, foi o ANO do CÃO. Simboliza a dedicação ao trabalho e ao êxito. Sem dúvida para uma sociedade “workaholic” como a chinesa, o objectivo em 2006 foi alcançado como pudemos ver nesta magnífica série de documentários.

Introdução

Modernização
O trabalho físico (do campo) não é tão bom como o trabalho intelectual”. Afirmação de Li Zhifu, camponês reconvertido a “urbanita”. No entanto, o patriarca e avô do “clã” Zhifu, considera que as pessoas da cidade são mais frias que as do campo, estas mais comunicativas.
Os Zhifu fazem parte do grupo dos cerca de 100 milhões de camponeses, na maior migração massiva da História da Humanidade. Do campo para a cidade, em tempo recorde. No entanto, Li Zhifu, da nova geração e perito em informática, tenta mudar de ramo estudando numa escola de culinária tradicional. Depreende-se que o regresso à cultura tradicional pode ser uma mais valia e saída profissional numa “inflação” de modernismos em novas tecnologias.
A China (mainland), na actualidade, tem o maior índice de produção e exportação piscícola e de marisco (seafood), do mundo. Apesar de ser o maior produtor excedente de alimentos e no campo das pescas, corre o risco a médio prazo de uma crise alimentar, pois a sua imensa produção é direccionada para exportação. Internamente a procura excede a oferta em termos alimentares. Existe ainda a agravante da poluição dos rios devido à industrialização “selvagem” ocupando gradualmente, todos os terrenos aráveis.

Globalização[i]
Sobre o título em epígrafe pode-se citar o exemplo da criança e dos pais (numa urbe chinesa) levando o filho a uma “hamburgueria” Mc Donnald’s. Isto apesar da noção e do dilema da família, de saber que essa comida (fast food) é prejudicial à saúde, “pela utilização de ácidos gordos insaturados”. O pai (cozinheiro de comida tradicional chinesa) leva o filho a comer um hambúrguer, mesmo que depois em casa tenha de lhe administrar um remédio para o estômago. Os pais conformam-se. Presume-se que a globalização lhes entre pela casa com a publicidade na televisão e impressione e “alicie” a criança de 5 anos.
Na série documental de 4 episódios, pode ser visualizada, também, uma sociedade “urbanita” na China que atinge as raias do “kitsch” –, exempli gratia:
- Um castelo francês estilo de Versailles, construído minuciosamente, algures numa cidade chinesa para casamentos e banquetes a rigor – mentalidade género pró snobe de uma monarquia decadente e extinta (a francesa), num país (China) de governo comunista. Anacronismos da globalização. Na China já não é preciso ir a Paris para se casar num palácio de Marie Antoinette. Não fossem os chineses os melhores copistas do mundo. Até em palácios à escala 1/1.
Por outro lado, está também patente o desastre ecológico, neste documentário que ainda contou com a participação da Canadian Broadcasting (ano MMVI).
Na peça de TV, segundo um cálculo efectuado, faz-se alusão de que 10% das terras aráveis terem sido subvertidas e vendidas para a industrialização desenfreada da China. E ainda na transformação do campo em mega metrópoles (cidades gigantescas).
O governo tem expropriado terrenos a camponeses para venda a concessionárias estrangeiras para execução de projectos industriais e imobiliários. Entre os camponeses pobres o descontentamento cresce com esta modernização acelerada à custa de seus campos agrícolas tradicionais.
Para o senhor Pan Yue, vice – ministro do Meio – Ambiente (da República Popular da China): - “o crescimento económico da China parece um paraíso para o exterior mas (esta realidade chinesa) conduz a um desastre …por não se poder importar a água nem o ar que se consome”. Isto no reconhecimento à agressão ao meio-ambiente em nome do progresso no seu país[ii]. No entanto o negócio parece prevalecer em relação à poluição e à saúde pública.
Pelo canal televisivo britânico, Sky news, foi reemitida no dia 9 de Janeiro de 2007 (que tivemos a oportunidade de rever), uma peça com imagens chocantes do outro lado do gigantesco esforço que a China faz em termos do desenvolvimento sustentado: “Plastic waste sent for recycling in Britain is being shipped 5,000 miles around the world to a town in China. A Sky News investigation has found mountains of waste from the UK's leading supermarkets in Lianjiao, in southern China's Guangdong Province.[iii]
A localidade de Lianjiao tornou-se pela negativa o paradigma da reciclagem poluente. Este assunto é mesmo “talking of rubbish”, como diria com ironia típica britânica, o locutor de serviço da sky news no dia 9 de Janeiro 2007. Lixo proveniente também de uma política cínica dos países desenvolvidos e consumistas, neste caso europeus, que falam em reciclagem amiga do ambiente, mas sempre fica “mais barato” enviar o lixo para os países em vias de desenvolvimento. Neste caso enviado para a China com a cumplicidade das próprias autoridades locais. Todavia, a China, a exemplo da sua história milenar de 5 mil anos, iniciada nos mesmos planaltos férteis de hoje, poderá encontrar uma saída que supere o problema, segundo um dos articulistas da série televisiva, “CHINA RISES”. (A China Desperta).
Podíamos acrescentar que de facto uma das saídas já se encontra em marcha há duas ou três décadas: - a migração organizada de cidadãos chineses para toda a parte do mundo, através da cooperação e financiamento chinês de projectos quer privados de seus cidadãos quer assinados com governos estrangeiros.
Todavia, internamente o espectro de uma catástrofe ecológica e humanitária se mantém[iv]. Pese embora se encontre também em marcha movimentos cívicos de cidadãos chineses em prol do meio-ambiente. Temos o caso da Sra. Niu, com o estatuto de uma heroína, pelo espírito de missão no plantio permanente de árvores no combate à desertificação. Três vezes por ano planta árvores para evitar o movimento das dunas de areia, num processo de reflorestação a ser tomado como paradigma na China.
No norte da China a desertificação devido à erosão, é uma realidade assim como o êxodo demográfico do campo para os novos centros urbanos em construção acelerada.
Há ainda o caso, também diferente, de um director de Hospital –, com as suas poupanças investiu no plantio de 3 mil macieiras, dentro das regras internacionais de qualidade e…enriqueceu, exportando para todo o mundo. Uniu o lucro com o ecológico. Segundo ele, o plantio das macieiras rende muito mais que o trigo.
Grosso modo este é o rumo da Nova China com a política de um partido (Comunista) e dois modelos económicos…Ideologicamente só por si antagónicos, do ponto de vista social, porque o sistema de economia de mercado livre não contempla uma política social privilegiada.

Epílogo

Cultura Tradicional
Uma China com uma planificação e crescimento acelerado que até espantaria Charles Bettlelheim. Um desenvolvimento económico, progressivamente que irá destruindo a cultura tradicional chinesa em prol da modernização dos costumes, através da globalização importada. Rumo de uma China que nem seria previsto por um Milton Friedman[v] – analista do factor económico como determinante de conflitos apadrinhados pelos blocos político – financeiros. A China tem contornado externamente esse aspecto “belicoso”, pela cooperação e investimento financeiro[vi]. Internamente, o tempo dirá o preço a pagar pela China e a seus parceiros mais imediatos, sobretudo os do chamado terceiro mundo. A Europa da U.E e os E.U.A já se sentem ameaçados[vii].

Notas de rodapé

[i] Jeremy Brecher, Tim Costello, GLOBAL VILLAGE OR GLOBAL PILLAGE? – Economic Reconstruction from the Bottom Up, South End Press do Canadá;
[ii] [iii] Toxic shock in China (26 Nov.2006);
[iv] Paul Freeman-Powell (2006), Britain Gives China Toxic Shock; Sábado, Novembro 25;
[v] Economic Nobel Prize – Milton Friedman;
[vi] Michael M. Phillips, G-7 to Warn China Over Costly Loans To Poor Countries. (WSJ.com) The Wall Street Journal, 27.12.2006, 18h;
[vii] Noah Barkin, "China desafiará EUA como potência mundial em 2020, diz pesquisa." Os Estados Unidos vão perder sua posição de única super potência mundial na próxima década e meia, com a China surgindo como um grande adversário, segundo uma nova pesquisa da Fundação Bertelsmann da Alemanha. BERLIM”(Reuters) Sex, 02 Jun, 2006 – 08h10. Yahoo notícias (versão brasileira).

12 fevereiro 2007

Al-Qaeda, do Sudão e Somália para o Reino do Gao?

De acordo com o jornal espanhol El Pais, a al-Qaeda, através dos seus “afilhados” argelinos Grupo Salafista para a Prédica e Combate, há pouco tempo aconselhados a atacar França, está a criar – ou mesmo a expandir – bases de treino no Mali, principalmente nas regiões desérticas do antigo triângulo Sonrhai, de Tombuctú, Gao e Kidal - os antigos impérios Gao e Ghana** -, pelo Níger e pela Mauritânia.
Como a China está muito “operativa” no Sudão e como a Somália, de momento, deixou de ser um palco apetecível, pelos vistos os extremistas da al-Qaeda estão a mudar-se, ou extender-se, de armas e bagagens pela a parte Ocidental centro-africana.
É o discreto cerco à Europa.
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**Cf. ALMEIDA, Eugénio Costa, "África, Trajectos Políticos, Religiosos e Culturais", págs. 30-33., edição Autonomia 27.

Cabo Verde deve comer e calar as incivilidades políticas da CAF?

Devido aos problemas sociais que grassa(va)m na República da Guiné, o Sporting da Praia, de Cabo Verde, face há não existência e confirmação de garantias de segurança decidiu – pessoalmente muito bem, desde que o Governo tomasse, por si, a responsabilidade moral e política do acto – não ir ao jogo da primeira-mão que se realizaria em Conakry.
Apesar de saber que este acto lhe poderia acarretar responsabilidades desportivas para si e, talvez, para o país ainda assim o Sporting praiense esperou que a Confederação Africana de Futebol – e porque não, o Governo cabo-verdiano – tomassem em linha de conta uma situação onde a segurança estava difícil, para não dizer, impossível de ser garantida.
Apesar de tudo isto, a CAF decidiu penalizar o campeão cabo-verdiano desqualificando-o e ameaçando com outras sanções que podem ir até à suspensão da selecção do CAN.
Qual, foi, até ao presente, a atitude do Governo cabo-verdiano? nula, simplesmente está calado e, publicamente, ainda não se mexeu perante esta atitude leonina da Comissão Interclubes da CAF...
Pode continuar a ler o artigo no Image hosted by Photobucket.com onde foi publicado sob o título “Come e cala-te?

11 fevereiro 2007

Projecto agrícola para desenvolvimento regional

(©imagem daqui)

Se há província que mais sofreu com a guerra essa foi a do Huambo.
Não conheço nem sei quem é o governador provincial. Não faço ideia, nem me preocupa em saber qual a sua linha de pensamento político. Não sei como consegue obter para bem gerir os fundos que lhe concedem.
De uma coisa tenho eu a certeza. A província do Huambo, devido em grande parte ao seu espírito empreendedor, começa a despontar e a querer voltar a ser aquilo que já foi e muito bem: o celeiro de Angola.
Segundo um artigo da Angop, citado pelo Notícias Lusófonas, vai ser inaugurado um agro-projecto no Alto Hama, município do Londuimbali, que visará a produção de certas espécies agrícolas, como as leguminosas, nomeadamente, o feijão Catarina, vermelho, branco e frade, grão de bico, tremoço, ervilhas e amendoim.
Mas este projecto não se ficará somente por Alto Hama. Também nas comunas de Ussoque e Nagalanga, em Lomduimbali, e os municípios do Bailundo, da Caála (na comuna da Calenga), do Huambo (na Chipapa) e da Tchikala-Tcholoango (na comuna de Nbave) serão abrangidas por este agro-projecto denominado “agro-planalto”.
Só se espera que, caso a produção seja satisfatória e possa poder ser exportável, não se fique pelos celeiros ou pelas terras a se estragarem por falta de escoamento devido a deficientes estruturas rodoviárias e à inacabada recuperação do CFB.
A boa-vontade do governador do Huambo, que está a gerir este programa, e dos agricultores que o abraçaram, merece ser respeitada.
Que outros governadores provinciais saibam não esperar por apoios de Luanda e comecem a procurar desenvolver as suas províncias como a do Huambo.
Chamem investidores e apoiem-nos. As províncias agradecem e Luanda deixará de ser a panaceia de e para todos os males.

08 fevereiro 2007

Presidente-curandeiro?

Há dias Carlos Narciso despertava para um facto que, pelos seus contornos, era, no mínimo, espantoso.
O presidente d’ A Gambia, Yahya Jammeh, dizia-se capaz de curar os infectados com o vírus do HIV/SID, e a asma também.
Se o SIDA não fosse só por si já um caso grave, daria para rirmos à despregada.
Pois bem, agora a Angop, citando uma notícia de Banjul, afirma que testes efectuados por um académico senegalês, da Universidade "Cheikh Anta Diop", de Dakar, a enfermos tratados pelo presidente, demonstraram que aqueles pareciam ser eficazes o que já levou o ministro gambiano da Saúde, Tamsir Mbowe, agradecer ao presidente Jammeh "pelo seu apoio e engajamento sólido para o bem-estar de todos os gambianos”
Será que temos um Prémio Nobel da Medicina em potência?
Agora entendo porque a ministra da saúde da África do Sul mandou os doentes de SIDA se tratarem com cebolas…
E andam os grandes laboratórios gastarem rios de dinheiro em drogas ineficazes…

07 fevereiro 2007

Palancas jogam em Portugal

1 - 2












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Em jogo de preparação para o CAN2008, inicialmente era para ser com o Senegal que, à última hora, desmarcou o encontro que iria fazer com Angola - mas não deixou de jogar com o Benim -, os Palancas Negras venceram o Vitória Futebol Clube (Vitória de Setúbal) por 2-1 com golos de M&M (Mantorras e Mendonça).
Já agora, como se explica que uma equipa da 1ª Liga portuguesa jogue num Estádio sem as condições mínimas para tal? Dúvidas? Então como se explica que a equipa de reportagem da RTP/TPA que entrevistou o Prof. Oliveira Gonçalves o tenha feito em pleno campo, sob chuva, em vez de num espaço próprio para os chamados “flash-back”.
Não! Não quero crer que tenha havido falta de respeito!

*(Fotos ©Elcalmeida via RTP-África)

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ADENDA: Enquanto, hoje nos Coqueiros, isso os palanquinhas sub-23, que estão nas preliminares que darão acesso à fase de grupos para os Jogos Olímpicos de Pequim, não foram além de um empate sem golos face à República da Guiné-Conakry. Mau começo, principalmente quando é uma jornada a eliminar.

06 fevereiro 2007

E agora? - o artigo

Mari Alkatiri viu o seu processo judicial arquivado por falta de provas, pelo Procurador-geral da República (PGR).
Como se sabe, o processo em causa indiciava Alkatiri de ter entregue armas a civis nos confrontos e na crise de Abril/Maio de 2006. Por causa deste mesmo processo, Alkatiri foi “obrigado” a entregar o Governo; relembremos que a dada altura Xanana chegou a dar entender que era… “ou ele ou eu!
Diante estes novos desenvolvimentos, quais serão, agora, as posições do primeiro-ministro Ramos Horta e do presidente Xanana? E, mais importante ainda, da Austrália, um dos seus mais encarniçados “acusadores”?
Por outro lado, será bom para Alkatiri ter visto o processo ser “só” arquivado e não ir a Tribunal? Não esquecer que o processo foi encerrado, não por ser inocente mas, por falta de provas e isso será sempre um estigma que o irá, de ora avante, acompanhar.
E depois não esquecer que nos depoimentos registados durante o julgamento do antigo Ministro do Interior, Rogério Lobato, também Alkatiri foi implicado nas tais entregas de armas em boas mãos, apesar de, em recentes declarações no tribunal, o comandante Railós, uma das principais testemunhas de acusação, agora o tenha “omitido”.
E, também como se sabe, outros há que, pelas mesmas razões, estarão sob a alçada da justiça, um dos quais, o mais procurado, está foragido desde Agosto quando escapou de uma prisão de Dili; o major Alfredo Reinado, antigo comandante da polícia que, segundo a ONU e o PGR terá em seu poder armas “roubadas” à polícia; o mesmo comandante Reinado que terá eventualmente sido aconselhado a se entregar numa jurisdição diferente, Ermera, da de onde terá(?) fugido: segundo o que se consta Reinado ter-se-á refugiado em Ermera com um livre-trânsito passado pelo primeiro-ministro.
Face estes novos factos e esta velada acusação, se Alkatiri concorrer, como o já terá dado a entender, às presidenciais, pela Fretilin, em 9 de Abril próximo, como se posicionará o primeiro-ministro Ramos Horta perante este partido, apesar de já dele se ter desvinculado?
É que para ser eleito, o próximo presidente vai ter de contar com os votos dos militantes e simpatizantes da Fretilin; e no actual contexto social e político…
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Artigo publicado inicialmente no Notícias Lusófonas.

Nem pelo SIM nem pelo NÃO…

… mas pela Liberdade e Consciência de cada um e de cada uma.
Portugal vai a referendo sobre a chamada Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), mais comummente reconhecido por “aborto”.
A pergunta a referendo “concorda com a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”, é, por extensão da mesma, absurda como tem sido apanágio nas ainda poucas perguntas referendadas em Portugal.
Acreditam os parlamentares portugueses que a formularam que os eleitores a vão ler no dia do referendo? Será que duvidam que mais de 50% – e para não dizer, a quase totalidade – dos eleitores não a conhece e que quando for colocar a “X” irá sob o espectro do SIM ou NÃO à aprovação do aborto que, realmente, não é o que está em questão mas, tão-só, a despenalização da mulher que o praticar, livremente, até a uma determinada data?
Será que todos os que andam em campanha já se dignaram a explicar realmente o que está em questão?
Quero crer que não! Das poucas – assumo, muitíssimas poucas – vezes que ouvi os tempos de antenas uns defendem, porque SIM, outros recusam-na, porque NÃO. Nem porque Sim, nem porque Não! Só SIM, porque a mulher é livre, é dona do seu corpo, porque será um nascimento desejado, etc., ou NÃO, porque já é uma pessoa, ou porque é um crime perante Deus – só se entende porque a Igreja (Católica ou da Reforma, ambas criticam-no, embora uma se cale porque a outra fala demais) só reconhece a religiosidade de uma pessoa, em plenitude, quando baptizada –, ou… etc., etc., etc.!
Mas nenhum fala dos perigos físicos e psicológicos em que uma mulher se entrega quando pratica o “aborto clandestino” e, ou, efectuado sem as mínimas condições técnicas e higiénicas, dos ganhos que algumas clínicas auferem com os IVG fora de Portugal.
Uns querem o SIM outros o NÃO. E estes que defendem o Não já param para pensar que a IVG já é uma realidade jurídica em Portugal, embora sob determinadas circunstâncias? Até hoje só ouvi uma pessoa do Não defender claramente o Não em qualquer eventualidade. Não haverá, apesar de alguns tentarem, através de testemunhos pessoais justificá-lo, um certo (im)pudor dos que defendem o Não?
E agora, quando o escrutínio se aproxima, é que uns quantos decidiram, apesar de defenderem o NÃO, que a mulher não deve ser criminalizada por praticar, livremente e sem, à partida, quaisquer condicionalismo, o aborto.
Mas é isso mesmo o que a pergunta coloca: se deve ser ou não despenalizada; ou seja, para os que entendem menos bem o português, se deve ser ou não culpabilizada.
Por isso, é que me faz certa dúvida a pouca coragem dos parlamentares portugueses em assumirem o seu voto de consciência na Casa de todos os eleitores, o Parlamento, e obrigarem os eleitores a pagarem, através dos seus impostos, um referendo que, tudo parece indicar, será mais um “fiasco” ao ponto de já haver quem vaticine que poderá ser o último a ser realizado em Portugal. Como os entendo! Embora, no futuro, pudesse haver situações que deveriam ser referendadas e não o serão, como por exemplo a adopção da “Constituição Europeia” ou a construção megalómana do aeroporto da Ota, etc.
Estive até há pouco tempo sem saber se haveria de votar ou não.
Uma notícia do Angonotícias, sobre o aborto clandestino em Angola, tirou-me todas as dúvidas. Pensando nas minhas compatriotas que o praticam clandestinamente em Angola, vou votar.
Se SIM ou NÃO é um acto da minha exclusiva Consciência e, até provas em contrário, o voto – em Democracia, aquele que é colocado dobrado em urnas – é secreto.
Mas, não gostaria que por causa de um voto meu, uma mulher – apesar de não concordar com o poder leonino que a pergunta lhe confere – pudesse ser presa.
Este blogue, que não o autor, não é pelo Sim nem pelo Não, mas pela liberdade de cada pessoa actuar segundo a sua plena e livre consciência!

05 fevereiro 2007

E agora Timor?

Mari Alkatiri viu o seu processo judicial arquivado por falta de provas, pelo Procurador-geral da República (PGR) tendo já dito que espera um pedido de desculpas de Xanana e Ramos Horta.
Perante estes novos factos, quais serão, agora, as posições do primeiro-ministro Ramos Horta e do presidente Xanana? E, mais importante ainda, da Austrália, um dos seus mais encarniçados “acusadores”?
E se, face a este novo desenvolvimento, Alkatiri concorrer, como o já terá dado a entender, às presidenciais, pela Fretilin, em 9 de Abril próximo, como se posicionará o primeiro-ministro Ramos Horta perante este partido, apesar de já dele se ter desvinculado?