06 janeiro 2007

Antigo CEMA da Guiné-Bissau assassinado por ordem de quem?

O comodoro Lamine Sanhá, ex-Chefe do Estado-Maior da Armada, faleceu numa clínica médica em Bissau, três dias após ter sido baleado por desconhecidos no que perece caracterizar um claro assassínio a mando de quem se sentia incomodado. Por quem? Aí cabe às autoridades terem a coragem de investigar e punir.
De notar que Sanhá era considerado como muito próximo do falecido general Ansumane Mané, o líder da rebelião que derrubou “Nino” Vieira, em 1999, e morto em condições nunca cabalmente esclarecidas.
Sobre este assunto, proponho-vos que leiam a análise de Fernando Casimiro (Didinho) donde retirei o trecho que segue:
O momento é de preocupação, pois este cobarde acto que tirou a vida a Lamine Sanhá vem na sequência de denúncias feitas pelo próprio contra a pessoa do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Tagme Na Waie, em Setembro de 2006, a quem acusou de perseguição [Sanhá e Alan Camará, em finais de Agosto, tinham estado detidos às ordens de Waine porque um soldado acusara-os de liderarem uma tentativa de assassínio do CEMFA].
"Vamos ver se o Ministério Público tem ou não a coragem de convocar Tagmé Na Waié para ser ouvido", disse Lamine Sanhá, segundo o qual as autoridades do país dão sinais de terem "medo" do CEMGFA.
"(Tagmé Na Waié) Disse-me que já fui preso em varias ocasiões mas consegui sair ileso, mas que desta vez não ia escapar", afirmou Lamine Sanhá, sem especificar a ameaça, afirmando apenas que as atitudes do actual CEMGFA são "nocivas ao ambiente democrático" na Guiné-Bissau.
” A continuar a ler aqui.
Mas uma das primeiras consequências desta estranha morte, aconteceu junto da futura (ex?) luxuosa casa que o presidente “Nino” Vieira está a construir no bairro militar, próximo do Bissau Hotel, que foi vandalizada e queimada por centenas de jovens, que protestaram contra o assassinato do antigo chefe da Armada. Por outro lado, e contrariando pedidos governamentais os manifestantes bloquearam também as estradas que dão acesso ao bairro provocando "Nino” Vieira ao pedirem-lhe que mandasse a “sua” tropa matá-los.
Esta atitude da juventude Bissau-guineense poderá levar o país a um novo ciclo de violência conforme também atestam as palavras de Luís Vaz Martins, presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) confirmadas pelas reacções daqueles para quem Sanhá foi vítima de uma acção que carece ter "resposta enérgica" e afiançam que a juventude do bairro militar, onde o comodoro vivia, está disposta a responder a quem quer que seja.
Além da casa de “Nino” Vieira, também a sede do Partido Popular, de Ibraima Sow, conselheiro do chefe de Estado para os Assuntos Religiosos e Políticos, foi queimada; esperemos que não sejam efeitos do facto do assassinado militar pertencer à ala muçulmana das forças armadas Bissau-guineenses.
Só se espera que os assassinos de Sanhá sejam rapidamente apanhados(?) e a justiça seja feita com probidade e, acima de tudo, com muita clareza. Porque para “fantochadas” já bastou o julgamento de Saddam.

1 comentário:

Anónimo disse...

O Nino esta jogando um jogo muito perigoso e os inocentes guineenses pagarao no fim. Na tentativa de controlar a forca armada Guineense a todo o custo, o Nino vai criar uma guerra tribal que o mesmo Nino nao escapara das eventuais consequencias. O calculo no assassinato de Lamine Sanha é simplismente uma manobra de afastar o Tagmé a todo o custo.