20 setembro 2006

“Coup d‘État” na Tailândia

(imagem ©daqui/EFE)

Um dos condados do triângulo de ouro (leia-se um dos principais mercados da droga e não só, também da prostituição, nomeadamente a infantil) sofreu um Golpe de Estado.
Segundo os cérebros do golpe, por acaso e para não variar levado a efeito por militares – o poder, ou a falta dele, continua a ser a dor de cabeça do meio castrense –, visou a deposição da corrupção e nepotismo do Governo liderado pelo deposto primeiro-ministro Thaksin Shinawatra (o nome soa a táxi), governo que, por mero acaso tinha um vice-primeiro-ministro como candidato ao lugar que será deixado vago por Koffi Anann no final deste ano.
Tal como é normal, em certos meios castrenses quando levam a cabo golpes de estado, também os novos dirigentes – que rapidamente se preocuparam em não questionar a figura real – prometeram um novo chefe de Governo para muito breve e eleições livres e justas para Outubro do próximo ano.
[Há um país, este em outro continente e cujo o Chefe de Estado faz amanhã 27 anos como presidente, que anda em promessas de eleições há já dois anos…]
E mais caricato ainda. O novo líder que chefia o entretanto criado Conselho Tailandês de Reforma Política, o general Sonthi Boonyaratglin prometeu uma nova Constituição em duas semanas. Os juristas e constitucionalistas tailandeses devem ser mesmo muito bons, ou será que…o fumo já tinha mesmo um lento fogo?
Só não se entende uma coisa.
Se o deposto governante, por acaso um dos mais ricos da Tailândia e que estava, no golpe, fora do país, era tão corrupto e déspota e o Rei mantém o supremo poder no país – não foi em vão que a primeira coisa que os novos senhores fizeram foi pedir a bênção real – porque é que aquele não demitiu o Governo de gestão do senhor Thaksin?
Ou o monarca é uma figura de estilo e supra-territorial?
Ou será que alguém andou, indevidamente, a esquadrinhar alguns caminhos das rotas do triângulo dourado?

Sem comentários: