31 julho 2006

Fradique sucede a Fradique

As eleições presidenciais de 30 de Julho reconduziram Fradique de Menezes na Presidência santomense, com cerca de 60% dos votos contra cerca de 38% de Patrice Trovoada e de cerca de 0,6% de Nilo Guimarães, para uma abstenção – alguns países deveriam pôr os olhos nos santomenses - de 36,6%.
Ou seja, o eleitorado santomense, uma vez mais, não foi em “banhos” impróprios e na sua sensata e ponderada análise preferiu a continuidade presidencial e, com ela, a estabilidade governativa.
Assim os adversários de Fradique e de Vera Cruz os deixem trabalhar.

29 julho 2006

O Bom Gigante: José Torres

A mensagem que abaixo retranscrevo recebi-a, hoje mesmo, via e-mail. Porque mais do que estar em causa um grande desportista - futebolista dos anos dourados de Portugal e do Benfica - é o HOMEM que deve ser acarinhado e respeitado; e como ele muitos milhares que sofrerão do mesmo mal, alguns sem o saber.
Senhores políticos, pseudo-políticos, desportistas, dirigentes e pseudo-dirigentes desportistas leiam e façam o que melhor a consciência vos ditar.
Tal como a recebi assim a retranscrevo sem mais comentários:

TORRES, O BOM (ESQUECIDO) GIGANTE...

PARA: TODA A EQUIPA DO MUNDIAL DE FUTEBOL, JOGADORES E TÉCNICOS;
FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL;
SPORT LISBOA E BENFICA - EUSÉBIO E SIMÕES;
SECRETÁRIO DE ESTADO DO DESPORTO.


MEUS SENHORES:

O Torres está doente, mal de Alzheimer.
Todos sabemos os efeitos terríveis dessa doença.
O Torres tem como único rendimento uma pequena pensão de € 150,00, que provém do tempo em que foi trabalhador numa loja, antes de ser jogador de futebol.
Pois é, como jogador de futebol nunca o glorioso Benfica efectuou quaisquer descontos para a previdência social.

O Sr. Dr. Madaíl, teve o descaramento de pedir a isenção de IRS para toda a equipa do mundial em relação aos prémios. A polémica está, espero, resolvida. Mas o mesmo Sr., poderia pensar em situações como a do Torres.
Milhões e mais milhões, é o que ouvimos quando se fala na selecção "de todos nós"; e não se arranjam uns tostões para homens como o Torres que tanto deram a essa mesma equipa? Lembram-se dos Magriços de 1966? Da melhor classificação até hoje, o 3º lugar? Lembram-se - não, é óbvio que na selecção não se lembram - daquele golo de cabeça do Torres? De termos eliminado países enormes no mundo do futebol, como o Brasil e a U.R.S.S?

E os jogadores e técnicos que hoje ganham fortunas não se lembram desse homem e de outros que eventualmente estejam na mesma situação?
Para eles uma singela sugestão:

Ofereçam 10% dos vossos prémios ao bom gigante, para que a mulher o possa tratar com um mínimo de dignidade e conforto. Pouco ou nada influenciará as vossas finanças, certamente ganharão muitos mais milhões e merecem-nos, para o Torres será um milagre.

Esta sugestão é válida para a F.P.F.; Sr. Dr. Madaíl, um subsídio mensal não afectará a tesouraria da federação e para o Torres será um prémio bem merecido.

E o Benfica?? Milhões e milhões com compras, vendas e ordenados de super luxo para jogadores, técnicos e...dirigentes.

Dar um subsidio mensal ao Torres de uns dois mil euros que importância terá nas contas do Benfica? Presumo que pouca ou nenhuma.
Mas para o Torres será o que disse supra, um milagre, um terminar de vida com o mínimo de dignidade. E o Benfica tem uma divida para com o Torres, sem esquecer que se tivessem sido feitos descontos, a pensão do Torres teria um valor muito diferente. Emendem a mão, antes que seja tarde demais.

Eusébio e Simões: meus senhores, foram colegas do Torres, conhecem a sua desgraça maior que é a terrível doença e nada fazem para mitigar a outra desgraça que é o Torres nem para comer ter dinheiro? Sei que são boas pessoas, devem andar distraídos...a selecção, mais isto e aquilo... façam alguma coisa, falem com os jogadores, façam jogos, façam uma recolha mensal, um pouco a cada um, nada custará e o bom do velho Torres, morrerá, se tal for possível, mais contente por os seus amigos e colegas não se esquecerem dele.

Por último, mas não menos importante:

Sr. Secretário de Estado do Desporto:

Tantos milhões que são gastos, alguns sem sabermos bem onde e como e não existe uma pequena verba para situações como a expendida? Acredito que sim.
Determine ou proponha um subsídio para o Torres. O país deve-lhe muito. Lembre-se. Parece que jogadores e técnicos receberão um chorudo prémio pelo campeonato que terminou há pouco.
Ora, o Torres contribuiu para o melhor lugar de sempre do futebol Português, o célebre 3º lugar de 66.

Atribua-lhe um merecido subsídio, ele muito precisa e muito merece.

E se todas as entidades referidas aceitarem as sugestões, não pensem que será demais.

E LEMBREM-SE. INFELIZMENTE NÃO SERÁ POR MUITO TEMPO. SERÁ UM ENCARGO PASSAGEIRO.
APRESSEM-SE, NÃO VENHAM DEPOIS DIZER: QUE PENA, ESTAVA QUASE A SER DESPACHADO.

ESPERO QUE ESTE APELO NÃO CAIA EM SACOS ROTOS.

UM PORTUGUÊS QUE TEM MUITA HONRA EM TAL, MAS, EM SITUAÇÕES COMO ESTA TEM PROFUNDA VERGONHA EM SER PORTUGUÊS.

MEUS SENHORES: FAÇAM COM QUE EU E MILHÕES DE PORTUGUESES NÃO TENHAM VERGONHA EM DIZER QUE SÃO PORTUGUESES.

...

A CPLP, as eleições santomenses e outros problemas: artigo

Com o título "A CPLP, as eleições santomenses e outros problemas" artigo publicado no Correio da Semana (STP) na edição nº 74, de 22 de Julho de 2006, página 6, sobre o alargamento da CPLP, as eleições em São Tomé e Príncipe, e quem está por detrás de quem, e a questão de Cabinda.

STP e Congo Democrático vão a votos

(foto Notícias Lusófonas)

São Tomé e Príncipe inicia, amanhã 30 de Julho, um período eleitoral intenso.
Amanhã será a primeira volta das presidenciais a que concorrem três candidatos - apesar do boletim de voto mencionar 5 candidatos devido ao facto do Tribunal Supremo (Constitucional) ter analisado as candidaturas posteriormente, anulando uma e um outro desistiu -; são o actual presidente, Fradique de Menezes, que se recandidata, Patrice Trovoada, e Nilo Guimarães.
No próximo dia 10 de Agosto serão as autárquicas e as regionais.
Já no Congo Democrático vão se realizar, também amanhã e em simultâneo, as presidenciais, a que concorrem cerca de 30 candidatos - os principais são o actual presidente Joseph Kabila-filho, Etienne Tshisekedi (que entrentanto decidiu boicotar juntamente com o seu partido UDPS), três dos actuais quatro vices de Kabila, Jean-Pierre Bemba e Azarias Ruberwa, apoiados pelo Ruanda, e Arthur Zahidi Ngoma, além de Nzanga Mobutu, filho de Mobutu, Pierre Pay Pay, antigo governador do Banco Central, e Antoine Gizenga, um indefetível de Patrice Lumumba -, e as legislativas a que concorrem 8000 candidatos para 500 assentos. Um processo complicado e cheio de condicionantes e incertezas e com constantes denúncias de fraudes e apoios pouco discretos.
Uma pequena nota para dizer que estas serão as eleições mais vigiadas e monitorizadas pela ONU e outras organizações internacionais europeias e africanas.

NOTA: Sobre esta matéria um artigo de Opinião no Notícias Lusófonas, que mereceu honras de Manchete, sob o título "De São Tomé ao Congo - Mudanças no Golfo?".

27 julho 2006

Mpabalanda extinto por que razão?

Posso não concordar – e não concordo, de todo, – com algumas das posições político-sociais do Movimento Cívico cabindense Mpalabanda, mas agora o Tribunal Provincial de Cabinda – ou terá sido o Governo Provincial, por iniciativa própria, ou concertado com Luanda – extinguir o movimento devido a actividades políticas não me parece que tenha sido o mais equilibrado.
Um movimento cívico pode, e deve ter, posições políticas. É isso o que caracteriza um país democrático e a intervenção cívica dos cidadãos.
E Angola quer e deseja sê-lo. Não quer?

19 julho 2006

CPLP, what language vamos hablar agora?

(imagem Africanidades)
Com o alargamento de oito países lusófonos - aproveito para parabenizar a nova directora do Instituti Internacional de Língua Portuguesa, a angolana Amélia Mingas - para 10 países, devido à entrada como observadores associados de Maurícius - anglófono e que chego a ponderar sair da SADC, será para termos ultra-turismo mais barato - e da Guiné-Equatorial - hispânico, perdão, castelhano e decrépito e ditatorial - como iremos no futuro falar entre os membros da CPLP?
Além destes dois novos países algumas ONG's - que ainda não tive a opotunidade de saber quais são, nem de que nacionalidade - também obtiveram o mesmo estatuto.

Resposta proporcional face ao terrorismo?

Pode haver proporcionalidade numa qualquer resposta de um qualquer país face a ataques terroristas, mesmo, e principalmente, se estes vêm de organizações teoricamente políticas mas com milícias mais bem e melhor organizadas e armadas que as forças armadas dos próprios países onde estão sedeadas?
Esquecem os analistas que consideram haver desproporcionalidade da resposta israelita o que aconteceu com a resposta norte-americana após o 11 de Setembro?
Deslembram-se esses analistas que o ataque ao Afeganistão, considerado então como o poiso dos terroristas que praticaram um dos mais imundos e inumanos actos de terror, acabou por ser política e estrategicamente legitimada pela Comunidade Internacional além de o ter sido também pelo Direito Internacional Público?
Perante estas evidências e face há existência de partidos(?) com milícias armadas – fortemente armadas, casos do Hezbollah e do Hamas, – que não reconhecem o direito à vida e à existência de Israel sob a estúpida e inconsequente desculpa do dogma religioso, pode haver proporcionalidade na resposta dos atacados?
Um país tem o direito – e face à opinião pública interna, o dever – de se defender de ataques terroristas, venham eles de onde vierem.

ADENDA: Este assunto, em forma de artigo, pode ser lido, na íntegra, no site Africamente.com.

A Paz em Angola passa pelo GURN?

A fazer face nas palavras e na escrita de alguns jornalistas parece que é isso que irá acontecer.
A juntar à acantonização das forças militares e militarizadas como um dos primeiros passos para a Paz em Angola, e a possível integração de guerrilheiros da FLEC serem integrados nas FAA’s e na Polícia Nacional, parece que Bento Bembe irá ter um lugar no GURN. Será que vai ter um ministério da Interterritorialidade?
No mínimo seria um pouco estranho. Se bem me recordo esse era o Ministério que os Governos pós-25 de Abril criaram em Portugal para preparar a descolonização.
E o que irá Angola descolonizar? Cabinda, não me parece, senão não teria procurado assinar o acordo de cessação de fogo e os cabindenses abdicado da independência.
Ora se não é Cabinda, o que será?
Por exclusão, só recordo da região diamantífera.
De acordo com um trabalho jornalístico do matutino Diário de Notícias e tendo por base o livro de Rafael Marques, “Operação Kissonde: Os Diamantes da Humilhação e da Miséria” aquela região mais parece um Estado dentro do Estado que uma inequívoca parte integrante de Angola. É que as empresas exploradoras de diamantes e as suas associadas, empresas de segurança privada, mandam mais que a polícia Nacional.
Já no tempo colonial a Diamang comportava-se assim!!
Até quando isso vai acontecer e até quando o Executivo o vai permitir?

14 julho 2006

UAU!!! Férias grandeeees!!!!


UAU!!! Férias grandeeees!!!!

Sem deixar de vir aqui, de vez em quando e sempre que algum tema mereça um comentário, durante cerca de três semanas vou estar em “Fééééérias Graaaandessss”!!
Levo isto comigo na esperança que me deixe olhar para o Mundo, mesmo que por períodos muito curtos.
A liberdade e a vontade de usar a Net em Portugal, fora dos circuitos habituais, morre quando se olha para os preços/minutos de utilização/navegação e só isto. Porque quem quer fazer downloads é melhor pensar 15 vezes…

As trocas comerciais leoninas

Aumentam as exportações lusas para Angola e diminuem as importações: só um dos produtos angolanos - minérios - exportados, normalmente, para Portugal, passou de 23 milhões de euros exportados entre Janeiro e Maio de 2005, para nos mesmos cinco meses deste ano, não passarem de 23,7 mil euros…

Exportações portuguesas para Angola sobem
"A exportação de máquinas, aparelhos e material eléctrico de Portugal para o nosso país cresceu 66 por cento nos primeiros cinco meses deste ano.
Dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística indicam que as exportações já atingiram mais de 123 milhões de euros.
A seguir às máquinas e aparelhos, as exportações portuguesas para Angola com maior valor dizem respeito a produtos das indústrias alimentares, bebidas e líquidos alcoólicos, cujo valor de aproximou dos 70 milhões de euros.
Os têxteis e confecções e calçado, dois sectores tradicionais da economia portuguesa, registaram, também, crescimentos dessa ordem nas vendas para Angola.
Portugal vendeu 12,2 milhões de euros de produtos têxteis e confecções, ou seja, 57 por cento mais que em igual período do ano anterior e 63 por cento mais de calçado, cerca de 2,9 milhões de euros.
Embora com um peso menor no conjunto das exportações, as vendas de produtos vegetais registaram um dos maiores aumentos no período: de 1,5 milhões de euros para 2,5 milhões de euros.
No total, as exportações portuguesas para a maior economia dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa registaram um crescimento acumulado de 54 por cento entre Janeiro e Maio, para 438 milhões de euros.
Só no mês de Maio as vendas de produtos portugueses a Angola aumentaram 89 por cento, para 110,2 milhões de euros.
A balança comercial com Angola é largamente favorável a Portugal, já que, em igual período as importações de produtos angolanos caíram acentuadamente para o valor total de 539 mil euros, segundo os mesmos dados.
Os produtos minerais, que entre Janeiro e Maio de 2005 representaram o grosso das importações de Angola, totalizando 23 milhões de euros, limitaram-se nos primeiros cinco meses deste ano a 23,7 mil euros.
Os metais comuns, no valor de 214,5 mil euros, foram os produtos que Portugal mais comprou a Angola nesse período.
" (artigo do “Canal A” da Rádio Nacional de Angola)

Comentário: Onde estão os outros produtos que Angola pode – e tem capacidade para o fazer – exportar sem que os vejamos no mercado português.
Relembrava, por exemplo, o tabaco, cervejas nacionais, produtos frutícolas (sem querer pôr em causa as suas importações, mas porque temos de consumir só produtos do Chile, Colômbia, Costa Rica, Brasil ou Venezuela que, por vezes, são apresentados com deficiente qualidade) e piscícolas (só os peixes do Chile ou do Brasil têm qualidade para serem importados por Portugal?).
E quem diz importar de Angola, pode-se também falar da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe…

CPLP e os embaixadores da boa vontade

O ex-presidente da República Jorge Sampaio vai ser embaixador de boa vontade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ao lado do moçambicano Joaquim Chissano, do brasileiro José Sarney e de mais duas personalidades do desporto e da música.

Apesar de concordar com a figura de “embaixadores de boa vontade” já tenho mais dúvidas quanto a alguns dos seus nomeados. Por exemplo: o que é que realmente fez Jorge Sampaio, enquanto presidente da UCCLA, primeiro, e presidente da República Portuguesa, depois, em prole e em efectiva defesa da CPLP?
Já o antigo presidente brasileiro Sarney, mesmo depois de sair, de Brasília continuou a defender a CPLP e a Lusofonidade. O mesmo se passa com Chissano; ninguém se esquece do “grito” que, com Guebuza, deu com o seu vizinho, o decrépito Mugabe, a favor da defesa da língua portuguesa.

13 julho 2006

Quem não quer a Paz na Terra da Conflitualidade

(foto ©daqui)

Alguém pelos vistos, achou que Israel e Palestina estavam há muito tempo, há tempo demais, em Paz mesmo que esta fosse fraca e periclitante.
Até quando?...
Talvez até alguém, ou algum, seja que entidade for, de uma vez, considerar que o Terrorismo tanto pode ser de Estado(s) como de grupos e, em qualquer dos casos, deve ser forte, eficaz e rigorosamente combatido.

A vilania continua

(foto © daqui)
Um ano depois dos atentados de Londres (7 de Julho de 2005) uma grande metrópole financeira internacional foi atingida por um ignóbil e bem pensado atentado: Mumbai/Bombaim, na Índia.
Apesar da minha vontade ter sido logo aqui gritar contra mais este acto desprezível, mas temendo poder ser injusto na condenação até porque tudo indicava os autores, quis, primeiro, tentar saber quem seriam eles mesmos.
Quis evitar o que se passou com Londres. A condenação imediata dos fundamentalistas islâmicos quando, mais tarde, começaram a surgir certas dúvidas quanto à legitimidade do ataque ter sido perpetrado pelos fundamentalistas, facto que, ultimamente, recomeçam a surgir. Se houve momentos que se duvidou, até pela legítima paranóia pós-traumática, agora parece que essas dúvidas começam a esmorecer e reconfirmar que as células autónomas da al-Qaeda estiveram por detrás daquele abjecto acto.
E fiz bem. Porque os principais “instigadores” do fundamentalismo islâmico na Índia, procedentes de Jamur-Caxemira, não só já desmentiram qualquer envolvimento no acto terrorista, que já contabiliza 200 mortos e mais de 700 feridos, como, embora não muito explicitamente, o reprovaram. E eles não costumam ter tibiezas em aprovar os seus ignóbeis actos.
Provavelmente haverá outras células autónomas que não desejam a reaproximação indo-paquistanesa. E isso a Comunidade internacional deve ajudar a procurar.
Ontem, na Índia, amanhã…

12 julho 2006

STP, 31 anos passados…

(© fotos de São Tomé e Príncipe, de Brígida Brito, daqui)

… sem que se vejam reais e efectivas melhorias sociais e económicas.
Apesar disso, saúde-se, em dia de aniversário nacional, o lançamento da primeira pedra para ajudar tornar o país num Centro de Serviços para a região do Golfo e, porque não dizê-lo para a região Austral e Centro-Austral de África.
Mas a simples existência de locais para “placas” identificadoras de grandes empresas e bancos não é suficiente para alterar a visa económica e social do país.
Cabe às autoridades melhorarem as acessibilidades aéreas, navais e rodoviárias para atrair o investimento que, São Tomé e Príncipe, precisa.
Pode ser que as eleições presidenciais, no final do mês, e as regionais e autárquicas de Agosto possam ajudar a tornar mais claro o actual organigrama político santomense.

Uma efeméride e uma purga kafkaniana nunca explicadas

Com a devida vénia ao cabo-verdiano Liberal, no dia em que se iniciam os trabalhos conducentes à VI Cimeira da CPLP, em Bissau, este interessante relembrar da História nunca bem contada e, pelos vistos, ainda mal digerida:

"PAULO CORREIA E VIRIATO PÃ: A INDECIFRÁVEL “CONSPIRAÇÃO BALANTA”"

Durante 20 anos nunca se fez luz sobre este caso, sempre silenciado, sempre escondido debaixo do tapete da intriga política em Bissau, como se os cordelinhos do processo trouxessem implicações diversas e porventura depois contraditórias”.
Porque há 20 anos, duas personalidades da República da Guiné-Bissau, Paulo Correia (a altura vice-presidente do Conselho de Estado) e Viriato Pã, além de outras 10 indiferenciadas políticas e militares são julgadas à porta fechada no Tribunal Superior, sob a acusação de “conspiração” tendo o então Procurador-geral Turpin pedido a pena de morte que foi aceite pelo Tribunal. Apesar das ténues pressões internacionais, ou por isso mesmo, são de imediato executados.
Tudo porque segundo se constava teria havido uma conspiração com base étnica, a chamada “conspiração balanta”, que visaria derrubar o Poder e colocar a principal etnia no domínio do país – note-se que o actual Chefe de estado maior das Forças Armadas guineenses, o general Tagma Na Way, é um dos sobreviventes da purga –. Uma conspiração, que mais não terá sido que uma purga kafkaniana, cujas as provas nunca foram publicamente apresentadas tendo todo o processo ficado envolto em insondáveis mistérios, boatos, conflitos de interesses, eventuais negócios de saias e corrupção.
Em 20 anos tudo se mantém como no início do processo; tudo excepto três factos indesmentíveis: a existência de um julgamento com contornos mais do que duvidosos, dois fuzilamentos e o continuado calar da Comunidade internacional.

CPLP e os 10 anos, um duplo artigo

Sobre a temática CPLP e os 10 anos que se perfazem no próximo dia 17 de Julho, um artigo meu foi duplamente publicado. Este fim-de-semana, no semanário santomense Correio da Semana, edição 72, sob o título “Qual o papel da CPLP 10 anos depois” e transcrita hoje, como Manchete, no Notícias Lusófonas (onde poderão navegar doce e cplpianamente) sob o título “CPLP permanece falida, decrépita e inoperativa”.

Os 10 anos da CPLP

Pelo 10º aniversário que ocorrerá a 17 de Julho próximo, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai se reunir de 12 a 17 de Julho, na VI Cimeira dos Chefes e Estado e de Governo dos “oito”, em Bissau, no novíssimo hotel bissauense cinco estrelas “Palace Hotel” e com a vantagem dos ilustres convidados se poderem locomover em 10 limusinas disponibilizadas pelo senhor Kadaffi, em ruas cheias de lixo
Mas se eles são só oito, porquê 10 "limos"? Ah! já me recordo; dois são para Portugal – um para o Presidente e outro para o Primeiro-Ministro – mas ainda sobra um… será que é engodo? claro que não, esquecia-me que o ditadorzeco Teodoro Nguema Mbasogo, da Guiné-Equatorial, vai estar presente na cerimónia que o irá consagrar como observador associado. E já agora, porque não Casamance, Galícia ou Macau...
Pois é! à falta de um, iremos ter vários sentados à volta de uma oval…
E já repararam com a CPLP poderia criar um cartel, tipo OPEP, tal a quantidade de produtores e exportadores de petróleo e mais um de gás natural… (Angola, Brasil, Guiné-Equatorial, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e quase a Guiné-Bissau e Portugal, que está em prospecções on-shore, só para o petróleo; e Moçambique no gás) - observação gentilmente citada, por Orlando Castro, no JN de 13.07.2006.
Se os dirigentes pensassem e melhor distribuíssem, os povos cplpianos estavam nas nuvens…
A CPLP, a Lusofonidade e os seus cerca de 220 milhões de falantes mereciam mais consideração por parte de quem os governam; e mereciam, também, ser, periodicamente, ouvidos; mas parece que os estatutos cplpianos o não prevê… não convém, pois não?

09 julho 2006

Uma nova política externa portuguesa para África?

No âmbito de um fórum organizado pelo Diário Económico “III Fórum África” o novo inquilino do Palácio das Necessidades (isto não lembra outra coisa?), Luís Amado, terá afirmado que Portugal tem de mudar as suas linhas externas, nomeadamente em África, que diz ter de ser mais ambiciosa, porque ter-se-á concentrado, em demasia, nos PALOP (qualquer coisa como Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa).
Mudar porque quer ser mais ambiciosa…
Para quê? Para obter mais petróleo da Líbia? Mais gás natural da Argélia? Mais redes móveis em Marrocos? Distribuir mais militares por outros países africanos, ao abrigo da ONU/UE, como no Congo Democrático? Colocar-se em bicos de pés na União Africana como tem sido apanágio da política externa portuguesa, que se considera sempre pequenina face aos “tubarões” seus parceiros?
A mudar alguma coisa, só se for passar de Língua Oficial Portuguesa para outra coisa qualquer.
É sabido que Portugal já há muito que não tem tido uma relação muito privilegiada com os países africanos da CPLP (o que é isto?) salvo quando algum Chefe de Estado ou de Governo quer fazer uma visita de cortesia levando cerca de 1/3 do PIB para amostra.
Só para amostra, porque depois quando entidades e organizações os contactam sobre as suas perspectivas de apoio aos mesmos levam com resposta igual a “Nada!”.
Ou seja, com Luís Amado, parece voltar a velha política externa portuguesa da esquerda envergonhada pelo fantasma do “neo-colonialismo”. Até quando?

Adeus aos Guerreiros?




Figo e Pauleta, por Portugal, e Ak, por Angola, parecem que disseram adeus às suas selecções com este Mundial Alemanha 2006.
Se essa é a sua vontade respeita-se, lamenta-se e saúda-se porque, cada uma à sua maneira e na sua Selecção foram Gigantes.
Mas, não seria mais lógico que ambas as Federações fizessem “ouvidos de mercador” e os convocasse para um ÚLTIMO JOGO MAS EM CADA UM DOS SEUS PAÍSES?
Angola ainda tem, salvo erro, um jogo para o Cosafa Castle Cup, talvez em casa, ou irá, por certo poder fazer um jogo de justa Homenagem a Akwá.
Portugal, vai ter jogos de preparação e de competição para o Europeu de 2008.
Ambos os países deveriam “Honrar” os seus jogadores em jogos em Casa.
Oliver Kant, o grande guarda-redes da Alemanha, teve esse direito.
Que as duas selecções lusófonas façam o mesmo. Os 3 jogadores merecem-no.

08 julho 2006

Timor-Lorosae com uma troika a chefiar o II Governo

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(Ramos Horta de camisa, acenando em ©foto @EPA/Antonio Dasiparu /sapo.pt)
Ele já lá está. Foi difícil, não está sozinho porque tem a companhia de dois preponderantes da Fretilin, Estanislau da Silva e Rui Araújo, como vice-primeiros- ministros, numa interessante troika; mas… já lá está, a chefiar o II Governo Constitucional de Timor-Leste.
Parece é que não começou lá muito bem. Ou foi um lapsus linguae do professor “australiano”, ou foram palavras de circunstância para o momento, mas nem por isso muito avisadas, ou, então, foi mal interpretado. É que segundo a Comunicação Social, Ramos Horta terá dito que a política petrolífera de Timor-Leste se vai manter inalterável porque ela terá sido bem conduzida por Alkatiri e com o total acordo dele. Ai se a Austrália ouviu e ouviu mal …
Por outro lado reforçou – ou quer reforçar – a aposta nas relações com a Austrália, a Indonésia, a China, o Japão, os EUA, Cuba (?, outro lapsus linguae, num momento tão a quente?), assim como com Portugal, que considera um dos países mais amigos de Timor-Leste, e, inevitavelmente, com a CPLP (principalmente, com esta, que nada, mas mesmo nada, fez excepto chegar com o “sistema” resolvido).

A (não) livre circulação na CPLP

O actual Secretário executivo da CPLP, embaixador Luís Monteiro da Fonseca, em declarações à Lusa, pela VI Cimeira da CPLP, e citadas pelo Notícias Lusófonas, gostaria que houvesse uma “mais fácil circulação de cidadãos no espaço lusófono” embora reconheça que isso “depende da "vontade política" dos governos”.
Nada mais verdadeiro.
Tão verdadeiro como essa pretensão ter partido de Portugal, um país da União Europeia, entidade que cada vez mais coloca entraves à livre circulação de pessoas estranhas à sua “Fortaleza”, na II Cimeira, ocorrida em Cabo Verde, que previa, ainda, “o direito de votar e ser eleito nas autárquicas [que me recorde só brasileiros e caboverdianos usufrem deste estatuto em Portugal], acesso a funções públicas de carácter técnico e exercício de profissões liberais e o reconhecimento de diplomas académicos”.
A boa-vontade do embaixador Luís Fonseca, apesar de reconhecer que haverá “alguma resistência e que os Estados coloquem algumas reservas”, nomeadamente, por parte da UE, não esqueçamos que Portugal se deve sempre ajustar às normativas comunitárias sobre pessoas fora da UE, vai ao ponto de esperar que os Chefes de Estado e de Governos dos Estados membros da CPLP possam adoptar princípios e “mecanismos para uma circulação mais livre” que levem e facilitem “livre circulação, que é fundamental para a preservação da própria comunidade” sob pena da CPLP correr o risco de isolamento e com a actual redução do “contacto humano, que é o substrato principal daquilo que motivou a criação da CPLP” poder por em causa a preservação da própria comunidade.
Realmente o primeiro passo foi dado com a criação de “corredores” para pessoas dos PALOP/CPLP nos aeroportos.
Com que vantagens? Quantos têm sido devolvidos à procedência? E alguns, sem razão aparente?

07 julho 2006

Boicote ou má-gestão?

O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, terá sido obrigado a adiar uma visita à província de Malange devido a "uma estranha sequência de voos anulados" que o porta-voz da TAAG, Anastácio Fernandes, tendo confirmado o adiamento do voo de quinta-feira entre Luanda e Malange, frisou que a decisão foi originada pela necessidade de respeitar as regras de segurança da aviação civil.
Ora, segundo parece, uma das regras foi ter obrigado o avião, que deveria voar para Malange, ter aterrado em Luanda, proveniente de Negage, Uíge, “sendo necessário proceder à sua limpeza antes do embarque dos passageiros, o que demora cerca de uma hora”. Será que alguém vomitou – mais do que devia – no avião?
Por outro lado, como as"regras da aviação civil determinam que os aviões não podem aterrar em Malange depois do pôr-do-sol, o que em Malange ocorre cerca das 17:00 nesta altura do ano", e como a limpeza só terminou por volta das 17,00 horas…
A ajudar à festa o facto da TAAG estar a sentir algumas dificuldades para a realização dos voos domésticos pelo ao facto de apenas dispor de dois aviões(????), já que o terceiro se encontra parado "por razões de ordem operacional e técnica" e cada aparelho ter de realizar diariamente ligações de Luanda a várias capitais provinciais...

Comentários: Ainda são necessários?!?!?!?!

Quem contesta a paz de Chicamba?

Quem não quer a Paz em Angola? e quando falo em Angola, falo de Cabinda ao Cunene e do Lobito ao Luao.
Já aqui há dias abordei esta matéria referente ao Compromisso de Paz para Cabinda. Tal como nessa altura, volto a reafirmar que Cabinda deve gozar de um estatuto especial, não só pela sua especificidade como, e aqui reportava a um interessante artigo de Joffre Justino, no Notícias Lusófonas “Cabinda necessita de solução urgente”, pela sua exiguidade territorial – apesar dos seus 7300 km2.
Depois de cerca de 30 anos de guerras e guerrilhas quase inúteis, angolanos e cabindenses apesar das dificuldades em encontrar interlocutores se têm sentado frente-a-frente e negociado uma Paz que possa satisfazer ambas as partes, onde o compromisso deve – tem de – ser o da equidade.
Parece que isso aconteceu em Chicamba (Chicamba e Simulambuco estão interligados), no passado dia 30 de Junho onde um Compromisso, nesse sentido, foi assinado entre os representantes de Luanda – Chefe Adjunto do Estado-Maior, General Nunda, acompanhado de vários Generais e outros Oficiais Superiores das Forças Armadas Angolanas (FAA) – e do Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD) – António Bento Bembe, o mais contestado, pelo Secretário da Defesa da FLEC, o Chefe do Estado-Maior Adjunto das Forças Armadas de Cabinda (FAC Unificada) – embora Estanislau Boma, CEM da FACU, não reconheça o Compromisso –, assessorados por vários Oficiais Superiores desta organização paramilitar – e autenticado pela presença de países vizinhos e observadores internacionais “credíveis que trabalham para a pacificação de Cabinda”.
De, imediato, alguns quantos, contrariando a posição do Conselho Nacional do Povo de Cabinda (Nkoto Likanda), que reconheceu legitimidade a António Bento Bembe para negociar a resolução do conflito com o Governo de Angola, decidiram que o referido Compromisso estava inquinado e carecia de legitimação; ou porque Bento Bembe não estava legitimado para assinar qualquer documento fosse em nome da FCD ou da FLEC, segundo palavras de Nzita H. Tiago, presidente(?) desta última; ou porque o documento foi imposto pelo governo de Luanda, nas palavras da “Mpalabanda”; ou, segundo um padre da Diocese de Cabinda, porque é um compromisso obscuro onde não estão envolvidos todos os membros da FCD … enfim, houve quem, com ou sem razão, decidisse que tudo o que se estava a fazer, ou se tinha feito, não merecia qualquer credibilidade.
Mas o problema maior começa, precisamente, na credibilidade dos contestatários. Não esqueçamos que alguns dessas pessoas que vêem no Compromisso um documento do Diabo, estão ligados a organizações onde as diferenças e divergências internas têm sido tudo menos pacíficas e credibilizadoras.
Ou seja. Tal como no Memorandum de Entendimento de Luena, que trouxe a Paz a Angola – boa ou menos boa é a ainda possível –, não foram os políticos que negociaram o Compromisso, mas os militares. Resumindo, aqueles que, no terreno, melhor conhecem as dificuldades em fazer uma Paz credível.
Talvez seja por isso que a oposição (UNITA, FNLA, PLD, PDP- ANA, FpD, PAI e POC) embora sublinhando a natureza positiva do Compromisso e da paragem de actividade militar no enclave, criticam o facto de terem estado à margem do processo negocial e pedem que não se excluam outros elementos para que a Paz seja duradoira a fim de que haja uma maior abrangência no processo negocial a favor da Paz.
Aqui reside o problema. E saber quem, ou quais, ou quem são, os excluídos? uma presidência da FLEC que está no exterior que, além de não ser reconhecida pelos membros do Secretariado Executivo da FLEC, que estão no interior do enclave, têm no seu seio personalidades estrangeiras que tentam impor directrizes como o encerramento de um órgão informativo? alguns padres católicos, liderados pelo padre Congo, que, não raras vezes, contesta a hierarquia religiosa, assumindo-se quase como um “Ximenes Belo” cabindense?
O que interessa é que a Paz em toda Angola venha e que venha para ficar!!!
É que com ela ganharemos todos nós; os do enclave, os do quadrilátero, os militares cansados da guerra, os empresários, a economia, os políticos e – last but not least – o eleitorado angolano…
Image hosted by Photobucket.com ADENDA: Esta análise foi publicada hoje, sob forma de Artigo de Opinião, no Africamente.com onde também pode lê-la.

A liberdade do jornalismo...

(© foto daqui)
Seis meses de suspensão *
Um tribunal de Brazzaville (Congo) suspendeu a 28 de Junho o semanário “Thalassa” por seis meses e ordenou a queima de todos os exemplares da edição que tinha um artigo considerado difamatório do presidente Nguesso. No artigo em causa, o director do jornal acusa Nguesso de ter envenenado o general Bouissa, que morreu a 17 de Abril.

Comentário: Em vez de se levar o Director a Tribunal para este provar as suas acusações, nomeadamente quanto à morte de Casimir Bouissa-Matoko, não! suspende-se o jornal e queima-se a notícia. No que se poderá, eventualmente, inferir que a verdade não estará muito longe, mas que ninguém tem coragem que pôr em causa um pequeno ditador, que derrubou um presidente eleito pelo voto, e que está a ser politicamente suportado por um Estado-vizinho…


(© foto daqui)
Jornalistas presos três anos *
Um tribunal de Mandalay, na Birmânia, manteve a 21 de Junho uma sentença de três anos de prisão imposta ao fotojornalista U Thaung Sein e ao colunista Ko Moe Thun, da revista religiosa “DhamahYate”, por terem tirado fotografias de Pyinmana, aquela que será a nova capital do país. O juiz não ouviu quaisquer testemunhas.

Comentário: Nem faço a mais pálida ideia de quão deverá ser riquíssima, ou com que trabalho escravo, a nova capital dos coronéis de Myanmar, Pyinmana, que se vai passar a chamar de Nay Pyi Daw está a ser criada. Depois de pronta, as contestações que possam haver quase morrerão à nascença. Ou então, a Capital poderá estar a ser financiada pelo Triângulo do Ouro. Não esquecer que Myanmar é considerado como a maior fonte de fornecimento de ópio ilegal no leste e sueste da Ásia.

* Assuntos publicados no JN informação sindical, de onde foram retirados.

06 julho 2006

Timor, Alkatiri, Austrália e Petróleo

Alkatiri diz que a sua demissão se deveu a «uma conspiração orquestrada» dos australianos e por arte dos media e alguns políticos australianos por «não gostarem» do modo como ele tratou as negociações sobre o petróleo do Mar de Timor e como defendeu – bem ou mal, só o tempo o dirá – os interesses de Timor-Leste.
Porque é que não me surpreende?
Mas já me surpreende que as armas que o chefe do Esquadrão da Morte, Vicente da Conceição "Railos" , diz terem sido fornecidas por Rogério Lobato e, eventualmente, por Alkatiri, para serem utilizadas contra os adversários deste, só sejam entregues daqui as uns dias, mais especificamente, a 11 de Julho.
Se a situação está quase normalizada e Xanana Gusmão tem conhecimento destas armas e de quem a possui porque é que tão tarde, algumas semanas após a quase regularização da situação no país, as armas serão entregues. Enquanto isso o major Alves Tara, um oficial das forças armadas timorenses que abandonou em Maio a cadeia de comando, e que é o coordenador-geral da auto denominada Frente Nacional Justiça e Paz (FNJP), já entregou as que tinha em posse aos militares australianos.
Não há dúvidas que Timor-leste, Alkatiri, Austrália e Petróleo é um senhor cocktail…
Há coisas que realmente não se entendem… Será?!?!?!...

A liberdade da Imprensa na Guiné-Bissau

Que se passa na terra de Cabral e de "Nino"?
Há dias um jornalista faleceu e ainda antes da família divulgar o que quer que fosse, um Ministro achou por bem substituí-la e dar a sua opinião lutuosa e nada credível.
Um director de uma agência informativa tem um estranho e não esclarecido acidente com uma viatura das autoridades locais.
Essa mesma agência, a Agência Bissau Media e Publicações (ABMP) - que tem citado e publicado alguns dos meus artigos e apontamentos deste blogue - vem agora a público, através de um comunicado, justificar o silência a que se remeteu - melhor dizendo, lhe remeteram - desde meados de Junho.
Como não conseguiram calá-la através de ameaças de processos por causa de um artigo, nem por via do tal estranho acidente, nem depois do seu escritório ter sido assaltado e nem terem levado nenhum equipamento - nem o gerador, ao menos para disfarçarem -, quando se preparava para publicar um artido de Fernando Casimiro (Didinho) intitulado "A Estratégia da Dissimulação" o servidor da ABMP teve uma estranha avaria que só conseguiu ser resolvida com a ida do exterior de um técnico a Bissau.
E desmentido o que há dias aqui escrevia ser jornalista em Bissau já deixou de começar a ser, para passar a ser mesmo dramático e uma actividade de muito risco.
Talvez a VI Cimeira e o X aniversário da CPLP, em Bissau, possa ajudar a minorar alguns pontos... deixem-me ser utópico e sonhar, por favor.

O portal da CPLP já foi reactivado…

(o símbolo dos 10 anos da CPLP, no Africanidades)

(símbolo oficial na CPLP)
Quer dizer… o novo portal da CPLP já está activo com um novo formato mas com as mesmas deficiências do anterior.
Só por exemplo, os 10 anos que agora se comemora têm o seu belo símbolo comemorativo tão grande que mal se vê comparativamente ao apresentado pelo Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP); este Instituto criado em 1989, no Maranhão, Brasil, por proposta do presidente José Sarney, e formalizado em Luanda de 2005, segundo o portal da CPLP (quem somos) ou em São Tomé e Príncipe, segundo o portal do IILP (se nem aqui se entendem, como os poderemos levar a sério?) com sede em Cabo Verde; um portal quer deveria defender a Lusofonia mas que só mantém em arquivo, 4 escritores angolanos, 3 brasileiros, 3 cabo-verdianos, 1 guineense, 2 moçambicanos, 1 santomense e nenhum timorense…
A maioria dos acessos do portal da CPLP ou não está disponível ou apresentam factos que se reportam a finais de 2005 (discursos). Para isto, não valeria mais esperarem um pouco e, depois, apresentarem o portal com a dignidade que a CPLP mereceria?
A pressa, tal como o óptimo, é inimiga do bom e do bem feito. Basta olhar para as duas imagens que encima este apontamento...

05 julho 2006

Final entre dois países com escândalos no futebol

Photobucket - Video and Image Hosting (imagem daqui)

Não se entende, ou talvez sim, como dois países que tiveram, e têm, recentes casos de escândalos no futebol, e nisso Portugal também não está livre dessa acusação – ainda ninguém entendeu o chamado caso “Apito Dourado” e o que ele realmente despoletou, e se, de facto, alguma coisa despoletou, – nem a Alemanha com o problema da arbitragem, estão na final satisfeitos da vida e sem que ninguém tenha posto um qualquer travão ou questionado das suas presenças.
Sobre o jogo Portugal-França, em jogo jogado a França foi mais feliz; por isso ganhou e está na final. Mas há uma ou duas faltas estranhas não assinaladas e, também estranhamente, só dois atletas tapados é que acabaram amarelados – um de cada – pelo que se despedem do Mundial; e houve outras situações mais claras que não tiveram “amarelos”. E a penalidade favorável à França, deixo o benefício da dúvida ao árbitro mas parece que é Henry que pise Ricardo Carvalho e, nesse sentido, não seria falta. E alguns jogadores portugueses estiveram em sub-rendimento. Agora tentem o último lugar do pódio e mantenham o Felipão até terminar a revolução que já implantou na organização lusa.
Por outro lado, vemos que no jogo Alemanha-Itália há uma penalidade inequívoca – a falta é bem dentro da área – contra os italianos que o árbitro acaba por marcar fora da área sem que daí ocorresse perigo. E a Alemanha perdeu o jogo. E ninguém reclama… porque será? que dividendos irá obter a Alemanha com o bico calado?
Sobre estes dois próximos jogos agora só desejo uma coisa. Que sejam dois hinos ao futebol, porque se quiserem sê-lo-ão, mas… do lado da Itália, tenho muitas dúvidas.
Mas, sobre os escândalos…
Interessante como o processo jurídico italiano só teve desenvolvimentos depois do fim da primeira fase, e o veredito do julgamento será depois do fim do Campeonato…não fosse a FIFA suspender a Itália e algum dirigente ou jogador devido ao processo que pode levar à descida da Juventus para a 3ª divisão italiana…
E depois temos uma FIFA a suspender a Grécia, por acaso só a campeã europeia em título – será que é a desforra da FIFA por ter sido um pequeno e “obscuro” país que não os teme? – só porque esta, enquanto Estado de Direito, não quer se sujeitar as leis particulares impostas pela FIFA, mas exige (como já outros por exemplo, países africano, também o tentaram) que o desporto, em geral, e o futebol, em particular, devem depender das normas jurídicas internas e não de uma qualquer organização privada, como é o caso da FIFA – ou do COI – que mais não é que uma organização privada mas cujos os seus limites parecem não conhecer quaisquer fronteiras nem limitações.
E depois há o escândalo do “escândalo do Togo” que chegou a ameaçar não se apresentar face à França, no último jogo, e, depois e à última hora, decide se apresentar… o que se terá passado?
Há escândalos atrás de escândalos e não só ninguém faz nada como, paradoxalmente, ou talvez não, a Suiça – onde está sedeada a FIFA e UEFA – impede que se faça alguma coisa; se alguém tem um processo cível, a FIFA, ou a UEFA (na prática uma subsidiária da FIFA), exige que essa pessoa não seja molestada e possa, sempre que estiver em eventos da FIFA, entrar e sair livremente de um qualquer país; lembram-se de Weah? e das dificuldades em ser notificado? E do mandado de detenção que tinha em Portugal mas que a FIFA conseguiu que ele entrasse e saísse sem que fosse detido e o seu “acusador” ficasse caladinho?
Até a União Europeia engoliu em seco quando se falou em criar Tribunais desportivos e liberdade de circulação de jogadores – eles são profissionais como quaisquer outros da União – e a FIFA/UEFA acabaram por sair das negociações sem que se vislumbre que alguma vez venham a ser retomadas a contento dos europeus… A Grécia que o diga…
E depois como pode uma organização apresentar lucros descomunais, bem superiores ao PIB da maioria dos Estados que formam a Nações Unidas, mesmo que parte – ínfima parte – desses lucros sejam distribuídos pelas Associações nacionaisexcepto a do Togo…?
E, já agora, porque é que a FIFA impediu que os sistemas electrónicos fossem validados e servissem de ajuda aos árbitros principais e auxiliares, invocando que tirava espectacularidade ao futebol; não me parece que seja isso o que acontece com o “futebol americano” onde os árbitros até param jogos para verem e ajuizarem melhor os lances e vemos os Estádios sempre a abarrotar, ao contrário do que se vê no nosso futebol; pois não está lá o senhor Sócrates para os ensinar…
E depois não querem que certos países gritem escândalo e subordinação, com foi o caso de Moçambique sobre a tomada de posição - ou não posição - de uma subsidiária da FIFA, a CAF, e os candidatos apurados para a organização do CAN 2010.
Mas, não há dúvidas que a FIFA é … é a FIFA!!!! e quem se mete com ela?!?!

ADENDA: Depois de ler quem são os nomeados para o melhor jogador do Mundial, depois de ouvir e ler vários elogios a jogadores como Figo, Ricardo, Lúcio, Maxi Rodriguez, etc, estranha-se (será?) que nenhum deles esteja entre os nomeados e que além dos ítalo-franceses (4-3, um prenúncio antecipado?) só haja um português, Maniche, e dois alemães… ou seja, os 4 semi-finalistas da presente edição.
Nem Cristiano Ronaldo está lá presente, apesar de estar nomeado para o melhor jogador jovem. Será que um facto impede outro? Se sim, estranha-se...
Ou será porque a FIFA é… a FIFA?

O 4 de Julho da Coreia do Norte…

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Terá sido provocação, provavelmente; terá sido um falhanço, já não tenho tanta a certeza; mas que não há dúvidas que a Coreia do Norte festejou o 4 de Julho com foguetes, lá isso é verdade.
Ora como se sabe o 4 de Julho é o dia da independência dos EUA. Ora como se sabe, estes e a Coreia do Norte continuam a amar-se como poucos; fazem lembrar aqueles casais que se odeiam de morte, inimigos nada fidagais, mas que nunca podem estar longe um do outro e, discretamente, acabam sempre por festejar os êxitos e inêxitos um do outro – e os outros que os aturem…
Por isso é que a Coreia do Norte ontem festejou o 4 de Julho com 6 ou 7 mísseis – os russos dizem que os norte-coreanos foram ainda mais festivaleiros porque foram 10 os foguetes lançados – um dos quais um ICBM, o “temível” Taepodong-2, (já aqui escalpelizado) que terá explodido cerca de 41 segundos após o lançamento – um fracasso dizem os especialistas norte-americanos –, enquanto os restantes – a maioria scuds – terão acabado nas águas do Mar do Japão a cerca de 500 milhas deste país.
Se a rápida explosão do Taepodong-2 foi sinónimo de fracasso, como assinalam os especialistas norte-americanos, ou um aviso à navegação para avisarem que se quiserem os sino-norte-coreanos podem atingir os EUA e a Austrália, isso só os estrategas e os sistemas de vigilância ocidental e os sino-norte-coreanos o podem confirmar.
Por mim, não era tão pronto a tomar como válido (fracasso) o que se quer por óbvio.
Entretanto o Japão aplicou sanções económicas e marítimas à Coreia do Norte. Será que é ela mesmo que as merece?

Cabo Verde, 31 anos depois...

(Cabo Verde, 31 anos passados, a sã convivência entre a tradição e o moderno - foto de Akoka)
.
Cabo Verde completa 31 anos com Nação independente, sempre à procura da prosperidade que a retire, em definitivo, no seio das Nações menos desenvolvidas.
Sobre esta data que hoje se comemora um artigo de opinião meu no Notícias Lusófonas/Opinião sob o título "Cabo Verde 31 anos depois"; no NL poderão ler dois outros artigos relativos a esta efeméride.
Que o povo cabo-verdiano nos continue a oferecer a sua alegria de viver e de superar...

"Não deixe linchar o seu povo", uma Carta-aberta a "Nino" Vieira

Com a devida vénia a Fernando Casimiro esta interessante “Carta aberta do professor reformado “Galo Garandi” para o Presidente da República da Guiné-Bissau, João Bernardo “Nino” Vieira
Há nesta acusações graves que, num Estado de Direito, deveriam – têm – de ser investigadas, julgadas e rectificadas.
A Guine-Bissau merece-o e quero continuar a acreditar que a Guiné-Bissau é um Estado de Direito.

Excelentíssimo Senhor General João Bernardo Vieira Presidente da Guiné-Bissau

Bissau, 3 de Julho de 2006

Assunto: Não deixe linchar o seu povo

Antes de mais os meus sinceros e respeitosos cumprimentos e votos para queesta minha missiva lhe encontre de boa saúde e felicidade junto da sua família e amigos. Volvido um largo tempo, entre esta e a última carta que lhe escrevi, mais precisamente em 06 de Junho de 2005, estou aqui de novo e sempre guiado pela amizade e admiração que nutro por si, principalmente quando me recordo do seu passado de grande combatente.
Por amizade e admiração, pois não sou dos que utilizam a arma da traição, volto a escrever-lhe esta carta, na minha persistente tentativa de tentar ajudar-lhe a repensar a sua actuação, enquanto Presidente eleito, para exercer o seu mandato como primeiro mandatário da nação guineense.

Senhor Presidente,
O que leva um cidadão comum, ou seja, um velho professor já reformado a fazer-lhe uma carta deve ser motivo de preocupação tendo em conta o que deveria ser os seus muitos «affairs d'Estado»
Por isso, peço-lhe uma pequena atenção para o seguinte assunto, pois o povo está novamente a ser linchado e aparentemente, com o seu beneplácito ou conivência, embora isso me custe a reconhecer, pois prefiro continuar a dar-lhe o benefício da dúvida e assim sendo, aproveito para lhe contar o que me vai na alma, na expectativa de que o meu grande ídolo, o destemível “Kabi na Fantchamna” ou o lendário “Nino” volte a ser o que foi e nessa qualidade justamente consagrado um herói vivo dos guineenses.
Passemos então ao que interessa:
É um verdadeiro linchamento e insulto à constituição da Sociedade “Guiné-Bissau Marketing e Gestão, S.A.”, feita em 26 de Maio de 2006 (fls 54 Verso-59 do livro n° 8/06, do Cartório Notarial de Bissau), com um capital social de 10 Milhões de F CFA e cujos outorgantes são:
Primatura (60%), o seu/nosso ilustre Primeiro-Ministro, Dr. Aristides Gomes;
Ministério do Comércio (10%), representado pelo seu Ministro Dr Pascoal Baticã Ferreira, o tal desastrado (que não se demitiria com o seu líder Fadul por defender os interesses do povo?) que prometeu comprar a castanha aos guineenses a 500 F/Kg para depois passar para 350 F e por fim estar a comprar, em proveito próprio e pessoal, a 150 F;
Ministério da Economia (10%), representado pelo Dr. Rui Diã de Sousa, também Ministro da Presidência do Conselho de Ministros, na ausência (?) do super dotado Ministro Issufo Sanhá que mais uma vez se soube antecipar e esquivar-se da turbulência dos seus pares;
Ministério das Finanças (10%), representado pelo seu Ministro Dr. Victor Mandinga, empresário e mágico de finanças públicas que com três meses de salários em atraso consegue baixar, em proveito pessoal e próprio, as taxas de importação de arroz para, por um lado, matar a produção local e, por outro, reduzir as receitas do Estado ao mesmo tempo que aumenta a margem, digamos, a sua margem de lucro na troca de 1 Kg. de arroz por 2 Kg. de caju;
Ministério do Turismo e Ordenamento do Território (10%), representado pelo corrupto Ministro Conduto de Pina que em menos de seis meses de falcatruas simulou vender as instalações da ANP a Areski com luvas pelo meio (e outras coisas que desvendaremos no momento próprio), bloqueou a venda do Hotel “24 de Setembro” metendo o seu compadre na gestão do dito hotel (e outras ilustres damas da praça de Bissau que reaparecem com a reinstalação do Don Juan no poder);
Repare-se que esta sociedade anónima tem como objecto «a promoção da imagem, comércio geral import/export de quaisquer bens ou serviços e investimentos na Guiné-Bissau» embora também lhe seja «permitida a participação em agrupamentos complementares de empresas, bem como em quaisquer sociedades, nacionais e estrangeiras, desde que comunguem dos mesmos objectivos».

Senhor Presidente,
Este acto publico é grave e atentatório aos mais elementares princípios que regem a gestão da coisa pública.
Alguém poderá explicar o aparecimento do senhor Afonso Té, oficial do exército, como Administrador/Director Geral da empresa?
Como é que o senhor Jorge Domingos Malú, figura eminente da ANP e primo irmão do Ministro Rui Diã de Sousa, aparece como dirigente desta sociedade?
Existe um acto de corrupção pública registado no Cartório Notarial para completo menosprezo à inteligência dos guineenses e arrepio da decência. Afinal com que outra sociedade mais concorrerá esta associação privada de mafiosos presidida pelo Primeiro-Ministro que de anónimo só tem o nome e que suja o nome do Governo de um país a braços com as consequências nefastas duma guerra em que o povo foi o único e verdadeiro perdedor?
Será que o Governo pensa que os agricultores e empresários (guineenses e estrangeiros) ainda não compreenderam o porquê do falhanço programado, premeditado e pilotado da campanha de comercialização do caju orquestrada pelas instituições do Estado (Primatura, Finanças, Comércio, etc.) que juraram defender os interesses do povo?
Será que o povo ainda não compreendeu as razões da política de zig-zag do Governo em relação a campanha que está na origem da fome que se está a alastrar em todo o país?
Será que o povo ainda não compreendeu porquê que os direitos aduaneiros de importação foram reduzidos e o preço da castanha caiu para 90-150 F/Kg?
O povo já farto das despesas com viagens e a corrupção que se reinstalou no Tesouro Público, nas Pescas, nas Obras Públicas, no Comércio, no Turismo, etc, etc exige uma acção enérgica do Presidente sob mais este acto de corrupção do seu Governo e apela ao PNUD, ao Banco Mundial, ao FMI, à União Europeia, Portugal, França, à CEDEAO, ao Senegal, aos lideres políticos nacionais (Francisco Fadul, Carlos Gomes Júnior, Kumba Yalá, Francisco Benante, Artur Sanhá, laia Djaló, Zinha Vaz, Amine Saad, etc) e aos órgãos de comunicação social para que ajudem a pôr cobro a estes desmandos e actos de corrupção que, despudoradamente grassam neste Governo e que só precipitam o país para o abismo e a instabilidade total.

Senhor Presidente,
Como guineense que o apoiou convictamente e acreditou na sua recuperação e arrependimento, só lhe peço que pare, pense e poupe este povo de mais sofrimentos. Numa palavra: não deixe linchar o seu povo.
Será pedir muito?
Do seu velho e fiel amigo, hoje como reformado depois de tantos e muitos anos de docência, que começa a questionar se valerá a pena continuar com este tipo de preocupações em aconselhar que já deu sobejas mostras de não querer aprender com as lições do passado.
Creia-me sinceramente, senhor General-Presidente que continuo a pensar que nunca é tarde para corrigirmos os nossos erros ou defeitos, desde que não sejamos arrogantes e muito menos teimosos.
Do velho professor e amigo. Muito obrigado!
Bem-haja senhor General.
"Galo Garandi”

04 julho 2006

Contabilidade do Futebol luso

(Portugal 1966-2006, montagem retirada do Yahoo/Notícias)
De João Craveirinha recebi, via e-mail, esta delícia contabilística que, pela actualidade, é muito oportuna.
De realçar, ainda, o facto do próximo Mundial ser em África (tripla vitória) e depois, e em princípio, salvo algum “banho” intermédio e incompreensível muito fértil nos “topos” da FIFA, no Brasil, cumprindo, assim, os desejos fifianos de Blatter em ter os Mundiais por todos os continentes futebolísticos…
.
Contabilidade do Futebol luso...
por João Craveirinha

Da 1ª Taça do Mundo, no Uruguai, em 1930...Portugal levou 36 anos para participar pela 1ª vez, em 1966, pela mão de um brasileiro, Otto Glória...
De 1930 a 2006....76 anos para outro brasileiro, Felipão, levar Portugal a outro mundial e de cabeça erguida devido à disciplina que esses brasileiros impuseram aos portugueses; coisa que aqueles não souberam fazer em 2006, com Carlos Parreira, e seus próprios super-jogadores brasileiros, daí terem sido eliminados pela França; também com mais de 50% de sangue afro na sua selecção, tal qual o Brasil...
África saiu sempre a ganhar...
Mesmo o melhor jogador português de todos os tempos, é...Africano...
[por acaso filho de um Angolano – malangino – e de uma moçambicana – ronga de Maputo]
.
Esta matéria está mais desenvolvida no jornal moçambicano "O Autarca", ed. especial de 3 Julho 2006 e, em breve, no site Zambezia Online, em ambos sob o título "OTTO GLÓRIA e FELIPÃO Brasileiros Elevam Nível do Futebol de Portugal" de João Craveirinha

A quem pertence a Língua Portuguesa?

Do cabo-verdiano Liberal-Online repesquei este artigo que, pela sua actualidade, diz muito do que pensam os brasileiros e, por extensão, uma significativa parte dos palopianos.
Pode parecer estranho, principalmente porque se aborda duas comemorações para a Língua Portuguesa.
Mas como se infere no texto proveniente de Brasília, parece que a culpa é inteirinha de Portugal. Será, não será… cada um que tire as suas interpretações e as deduções que melhor achar convenientes.
Não posso deixar de registar que já há dias eu tinha alertado para o facto do Brasil – que já tinha um Museu da Língua, em S. Paulo – ter declarado o Dia Nacional da Língua Portuguesa para 5 de Novembro, dia do aniversário de um defensor da Língua e um grande académico brasileiro Rui Barbosa.
Em vésperas da VI Cimeira da CPLP, em Bissau(?) mais uma achega - para não dizer, mais uma bofetada e não só à CPLP - que nos vem do outro lado do Atlântico, via Cabo Verde.
Por mim, deixo-vos o texto e a pergunta do título…

"DIA NACIONAL DA LÍNGUA PORTUGUESA EM PORTUGAL, BRASIL E PAÍSES DA CPLP
Será que, como resposta à política da Língua adoptada por Portugal e Brasil, em separado, os restantes Países de Língua Portuguesa, passarão a escolher, também, um dia próprio para celebrarem o patrimônio cultural do idioma oficial vigente em seus próprios territórios? – Com a palavra a CPLP e os Governos dos países soberanos da Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa.
I – Até recentemente, vigorou em Portugal e nos países de Língua Portuguesa, como tradição importante e secular, a celebração do dia 10 de junho, dia de Camões, o poeta-símbolo da vernaculidade, como dia da Língua Portuguesa.
II- Algo muda a partir de agora. O Brasil, que no artº 13 de sua Constituição declarou a língua portuguesa como idioma oficial, acaba de criar seu dia próprio para celebrar o idioma nacional. Através da Lei nº 11.310, de 12 de Junho de 2006, o Presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou o projecto de lei do Senado n. 149/04, da autoria do senador Papaléo Paes (AP) que institui o dia 5 de Novembro como Dia Nacional da Língua Portuguesa no Brasil. Papaléo Paes, natural de Belém, PA, e senador do PSDB pelo Amapá, escolheu esse dia por ser o aniversário de nascimento de Rui Barbosa, um dos mais ferrenhos defensores da língua portuguesa no Brasil. Ao adoptar a medida, o Presidente brasileiro declarou que a intenção era a de valorizar e preservar a língua portuguesa como “importante laço de consolidação da unidade nacional.” A lei foi publicada no Diário Oficial do Brasil no último dia 13 de Junho de 2006.
O jornal cabo-verdiano Liberal Online, em sua edição de 23 de Junho de 2006, comentou a propósito da medida: “O Brasil adianta-se assim na promoção e defesa da Língua Portuguesa, tendendo a ser o “mais lusófono” de toda a CPLP. Assinale-se que em S. Paulo existe o único Museu da Língua Portuguesa, recentemente distinguido pela UNESCO.”
III- Dois dias antes, a 10 de Junho de 2006, o Presidente da República Portuguesa, doutor Aníbal Cavaco Silva, dirigira aos portugueses o discurso de comemoração do dia 10 de Junho, como “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”, e ainda como um dia de “celebração da cultura portuguesa” e do “inestimável património que é a língua portuguesa, partilhada por outros sete Estados que a têm por língua oficial e que a utilizam na sua prática política, jurídica e administrativa, na comunicação técnica e científica, na criação literária e artística”.
IV- Além do Dia Nacional da Língua Portuguesa, a 10 de Junho, em Portugal, há ainda o dia 15 de Novembro como Dia da Língua Gestual Portuguesa (LGP), a língua materna dos surdos.
V – Será que, como resposta à política da Língua adoptada por Portugal e Brasil, em separado, os restantes Países de Língua Portuguesa, passarão a escolher, também, um dia próprio para celebrarem o patrimônio cultural do idioma oficial vigente em seus próprios territórios? – Com a palavra a CPLP e os Governos dos países soberanos da Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa.
João Ferreira/Brasília DF

Nota complementar:
Sabemos das várias tentativas de Unificar a Língua Portuguesa dos Vários Países Membros da CPLP.
Porque não sai? Porque a teimosia arrogante dos Governos de Portugal deseja fazer prevalecer só a Velha e desactualizada língua da Metrópole. Quando se sabe que a Língua falada no Brasil é mais Moderna e abrangente. Sabemos que hoje o interesse Mundial pela Língua Portuguesa, é proveniente do Lugar de Brasil no mundo dos Negócios. Enquanto Portugal fecha escolas e abandona o ensino do Português aos interessados no estrangeiro, este espaço tem sido ocupado pelo Brasil. Com a Unificação da Língua Portuguesa, o idioma teria muito a ganhar. Para iniciar terminariamos com o "(Português Brasil )" e "(Português Portugal") na internet.... Casimiro Rodrigues. PortugalClub
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02 julho 2006

Casa de Angola homenageia o anterior presidente

Dando seguimento a uma deliberação da última Assembleia-Geral antes das eleições, a actual Direcção da Casa de Angola homenageou, no passado dia 30 de Junho, o anterior presidente, Dr. José João Oliveira, tendo descerrado no Salão Nobre, uma foto sua, conforme testemunha o retrato ao lado.
Na mesma ocasião, que juntou cerca de 50 convivas – inicialmente confirmaram a sua presença cerca de 30 pessoas mas, à boa maneira angolana, vieram 50 associados e amigos pelo que, como alguém o disse, na altura, só se provou que Cristo era angolano, já que a comida chegou e ninguém reclamou com fome –, comemorou-se o aniversário da Casa de Angola e foi reafirmado a vontade de continuar no prosseguimento dos seus desígnios: tornar a Casa de Angola maior e mais representativa na e junta da Diáspora angolana.

Chavez dá recados a África

(Hugo Chávez e o seu homólogo gambiano, Yahya Jammeh, foto daqui)
O presidente venezuelano Hugo Chavez, de visita à Gambia para uma reunião da União Africana onde está como observador desde o ano passado, apelou aos africanos que façam uma frente comum contra os Estados Unidos (EUA).
Para Chavez não é possível que o continente africano rico em recursos naturais como o petróleo e minerais preciosos continue a estar na cauda do desenvolvimento social e económico e seja explorado, primordialmente, por interesses norte-americanos, nomeadamente nos hidrocarbonetos.
Tem razão o senhor Chavez, com quem, desta vez – alguma vez devíamos de estar de acordo –, concordo em absoluto com esta tomada de posição.
Mas para isso, é necessário que alguns dirigentes africanos não continuem a desbaratar os milhares de dólares – poucos, ou não, é o menos importante – que os EUA lhes disponibiliza, para viagens, turismos filiais encapotados como viagens de estudo, em reforçar os seus quase particulares serviços militares ou militarizados, ou despachar para contas seguras em off-shores ou na Suiça
Esquecem-se que esses recursos são, prioritariamente, dados para desenvolver educacional e socialmente os seus povos, para debelar doenças, para desenvolver as suas economias, efectuar obras públicas e de saneamento etc. ah! E para comprar algumas armasitas.
Só que, senhor Chavez, África tem dirigentes – poucos infelizmente – que também sabem isso e não precisam de reanimar os três A’s, na sua concepção os dois A’s (Africa e América Latina), para que possamos fazer frente às arbitrariedades que provêm – e muitas vezes provêm –, de alguns senhores dos EUA como contrapartida aos financiamentos e donativos daí provenientes.

México quem provará o próximo taco?

A República Federativa do México está hoje numa roda-viva não só devido às eleições presidenciais como à escolha de governadores de quatro estados, incluindo o Distrito Federal (Ciudad de México), mais de cem alcaides, além da renovação do Congresso de la Unión e de várias câmaras legislativas regionais.
Para a presidência perfilam-se dois fortes candidatos, embora um terceiro não seja de excluir de imediato. Os principais candidatos são Andrés López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD) – conotado com a esquerda coligado com o Partido del Trabajo y Convergencia na aliança Coalición por el Bien de Todos –, e Felipe Calderón Hinojosa, do Partido Acción Nacional (PAN) – considerado o homem da continuidade e muito amigo de Bush, já que é apoiado pelo quase despedido Vicente Fox –; todavia, e porque o sistema eleitoral mexicano tem sido, ultimamente, pródigo em surpresas estranhas, não devemos esquecer o candidato daqueles que dominaram o poder entre 1929-2000, o Partido Revolucionário Institucional (PRI), Roberto Madrazo, que tem o apoio dos verdes do Partido Verde Ecologista do México (PVEM), assente na Alianza por México. Além destes há uma senhora que quer ser a primeira presidente mexicana, a candidata Patricia Mercado, do Partido Alternativa Socialdemócrata y Campesina (PASC).
Numa campanha
muito cara, e onde parece tudo ter valido, apesar do Estado ter distribuído “rodos” de dinheiro para evitar corrupção eleitoral, que durou cerca de 160 dias, custou qualquer coisa como 51 milhões de dólares e onde tudo valeu, os mexicanos podem colocar, e pela primeira vez, um candidato da esquerda no Distrito Federal, mais concretamente em Los Pinos.
Se houve ou não corrupção durante a campanha, isso só os analistas mexicanos poderão aquilatar. No entanto, algo já sobressaiu na véspera das eleições. O antigo presidente Luis Echeverría Álvarez foi detido sob acusação genocídio contra manifestantes em Outubro de 1968, por alturas dos Jogos Olímpicos do México; só que, estranhamente, esta acusação já terá
prescrito em Outubro de 2005.
Veremos então quem amanhã surge como o sucessor de Vicente Fox, o presidente cessante que falhou quase todas as suas “promessas”. Não esquecer que o sistema eleitoral mexicano não prevê segundas voltas pelo que todos os candidatos saberão a sua posição quando o escrutínio fechar e os cerca de
71,3 milhões de mexicanos tiverem votado.
Quem sucederá ao “liberal” Fox? O “esquerdista” Obrador, que o candidato conservador Calderón compara a Chavez (
o fantasma da campanha) – se ganhar, como prevêem as sondagens, de que modo irá se posicionar o poderoso vizinho do Norte? Será por isso que já estava a levantar um muro na fronteira e não por causa da imigração clandestina? – ou haverá uma surpresa no final da “lide” e será outro candidato a recolher as orelhas e o rabo e deliciar-se, no fim, com um bom e picante taco?

01 julho 2006

O que é mais perigoso?

(Ricardo, o de Portugal, defende a primeira penalidade na lotaria ©foto EPA, daqui)
Dizem que o tabaco mata, sendo um dos factores que mais contribuem para a morte a nível mundial. Não duvido. Até porque segundo também dizem, um cigarro representa 15 segundos – ou minutos, para o caso tanto vale – a menos na vida de uma pessoa.
Pois é. Pode ser potencialmente muito mortal.
Mas dizer que é o mais perigoso… só para quem nunca viu uma partida entre portugueses e ingleses.
Querem-me dizer que um Portugal-Inglaterra não tira anos de vida a um espectador. Não é minutos ou horas. São anos de vida. E hoje, depois do memorável Portugal-Inglaterra do Euro2004, fiquei sem mais uns anitos na minha qualificada vida.
Tenho de me deixar de assistir a certos jogos.
É que começo a acreditar, cada vez mais, que só teremos perdido, unicamente, com os campeões do Mundo.
Ou seja, para quem ainda não percebeu, que os Palancas Negras – Angola – por este andar, pode no fim dizer que só foram derrotados por aquele que, nesta altura, se perfila como um dos mais qualificados candidatos a suceder ao Brasil: Portugal.
Espero no dia 9 de Julho gritar por Portugal. Será sintoma que Angola não só fez um grande como um excelente campeonato.
Ah! e já agora felicidades para o Brasil, porque Portugal nunca se dá bem com os franceses, aqueles que têm demasiados "coloridos" na selecção e leva o senhor(?) Le Pen (o "senhor" é porque não o conheço nem o quero conhecer para o tratar sem esse tratamento ) a dizer que não representam a República Francesa, embora queira que esta ganhe...

ADENDA: Embora preferisse o Brasil a jogar as meias-finasi com Portugal, era sinónimo que a Lusofonia estaria representada na final, tenho de reconhecer que, e ao contrário de alguns comentadores que já ouvi - atenção, esta é a minha opinião e vale o que vale - não foi a França que jogou melhor mas o Brasil que jogou displicentemente, do tipo… isto mais minuto, menos minutos e os golos estão lá. E quando se joga assim acontece o que aconteceu.
Ah! E já agora alguém tem umas pastilhas gástricas para entregarem naquela mesa do canto. Sim, a mesa do senhor Le Pen. Peçam ao Thuram, ou Zizou, ou Henri, ou Vieira... que lhas entregarão com evidente prazer e desgosto da selecção portuguesa dado que se dá mal com as meias-finais franco-portuguesas.

O Governo português lê o Pululu?!

(imagem surripiada algures não me lembro aonde com o pedido de desculpas ao(s) autor(es))

Pelo menos a fazer fé no que se passou após a denúncia aqui feita sobre a inépcia governamental portuguesa, ou de quem trabalha nos portais informáticos portugueses, ao ponto de alguns anos passados ainda estar em exibição uma foto onde surgem presidentes e primeiros-ministros já “despedidos”, um dos quais há mais de 5 anos e ao ponto do seu sucessor ser recandidato a novo mandato, é, no mínimo, não só caricato como sintomático da má gestão da coisa pública por parte de quem deveria se preocupar com os fundos públicos tão “gentilmente” retirados aos contribuintes.
Mas a culpa não é, unicamente, do Governo português.
É-o de todos os membros da CPLP – um tal comunidade de países lusófonos, cujo o portal ou está em manutenção ou regista ainda mimos como “o presidente da Guiné-Bissau ser Kumba Yalá” – em Março de 2006 –, ou que a maioria dos assuntos até há pouco ainda visíveis se reportavam a 2005 como relembra, e muito bem, Orlando Castro na sua rubrica Alto Hama, num artigo sob o título, que muito me apraz e lisonjeia, “Pululu: Um, Governo: Zero”.
Pois, se o Governo português me dá o prazer de ler este meu blogue então, por favor e em nome dos avanços tecnológicos e da língua portuguesa – mais defendida no Brasil que em Portugal –, procure, e de uma vez por todas, defender a CPLP ou acabe com ela e com o inepto Instituto Camões – a maior parte dos países afro-lusófonos já há muito desacreditou nestes dois organismo, principalmente quando o último se aboletou a parte do prémio não reclamado por Luandino Vieira em vez de o oferecer a Instituições Humanitárias angolanas em nome do laureado – e crie, ou ajude a criar, um Organismo credível que defenda os verdadeiros interesses da Lusofonia, ou Lusofonidade, ou seja, a defesa efectiva da língua portuguesa e dos interesses dos países lusófonos no Sistema Internacional.
Como diziam os antigos, à mulher de César não basta parecer séria, tem de o ser; pois ao Governo português não basta alardear avanços tecnológicos quando se verifica que esses avanços se ficam pelas meias-tintas.
Os contribuintes começam a estar fartos de propaganda barata, nomeadamente quando nos dizem que temos Net a grande velocidade – e depois testamos em sistemas facultados por serviços da própria Telepac/PT e vemos que a velocidade não chega, por vezes, a 1 Mgbite e deveria ser qualquer coisa como 8 Mgb ou que os acessos são impossíveis por falta de cobertura de sinal – ou que a mesma é das mais baratas no mercado europeu e constatamos o contrário como pode verificar fazendo uma pesquisa nos diferentes portais de busca sobre a “comparação de preços da Internet na Europa”; a não ser que o Governo se referia aos preços de “revenda” em vez dos preços ao “consumidor”. Aí, as minhas desculpas pelo lapso.
Não basta parecer ser sério…