30 novembro 2005

Doentes graves africanos depositados em pensões obscuras*

*Título do Público
"Os doentes dos PALOP com cancro, insuficiência renal e outros diagnósticos graves, transferidos para Portugal ao abrigo de acordos de saúde, são instalados em apartamentos repletos de baratas e ratos, sem quaisquer condições de segurança e conforto. Muitos deles marcados pela morte prematuramente, vêem-se abandonados nos seus quartos imundos, húmidos e escuros, longe do seu país, longe de Portugal, longe da vida.
A embaixada de Cabo Verde, responsável por mais de 90 por cento destes alojamentos, admite a situação, mas lamenta não ter meios financeiros para propiciar melhores condições. "A escolha é dramática", afirma o responsável diplomático em Lisboa. "Ou tentamos que estas pessoas se curem, passando por este suplício, ou deixamo-las morrer em Cabo Verde.
"
O artigo poderá ser lido, na íntegra, clicando no aqui.
Se estes são os acordos que os PALOP celebram com Portugal...
Ou como afirmava, no fim da reportagem, uma caboverdiana "Nós viemos para ser tratados, não para ficarmos ainda mais doentes. Fomos enganados. Na viagem para aqui, disseram-me que esta pensão até era das melhores."
Não há quem proteja e defenda a dignidade humana?

29 novembro 2005

Sobre a Criminalidade em Luanda

Image hosted by Photobucket.comRecebi por correio electrónico duas mensagens sobre a mesma temática: o incremento da criminalidade em Luanda, com particular destaque para os assaltos a pessoas e bens, indiscriminadamente.
Um dos artigos reporta-se a um assalto de que terá sido alvo a filha do Presidente Eduardo dos Santos e citado no Club-K; o outro é uma anedota onde, por acaso, também um familiar do Presidente é visado.
Como a evolução cultural de um Povo pode ser também medido pela sua capacidade – e os Angolanos têm provado tê-lo – em se rir de si próprio deixo o artigo e a anedota
:

Image hosted by Photobucket.com Apontada com arma de fogo

Luanda - A onda de criminalidade que nos últimos meses vem infernizando a vida dos cidadãos em Luanda, ao ponto de ceifar vidas quando estes mostram resistência, não esta poupar ninguém. A evidencia desta vez, é o retrato sobreposto a Tchizé dos Santos a filha do Presidente angolano, que por um pouco não seria poupada.
O incidente aconteceu recentemente num dos momentos, ao cair da noite, no restaurante Miame Beach, na capital do país, quando Tchizé dos Santos e pessoas próximas a si, foram interceptadas por um bando de marginais, prontos para a mais uma acção de destabilização na via pública, soube o Club-k.net de fonte digna.
Tchizé e companhias teriam sido mesma apontada com arma de fogo, que a deichou bastante “traumatizada”.
Embora sem terem saídos tão bem sucedidos da missão “terrorista”, graças a intervenção de alguns presentes, um dos assaltantes terá sido capturado, encontrando-se agora a conta com a justiça.
Desde os passados 28 anos que veio ao Mundo, esta terá sido, a primeira vez que a filha do mais alto mandatário angolano com a jurista Maria Luísa Abrantes, é vitima de um acto desta natureza. Ao contrário de Zedu Dos Santos, seu irmão mais novo, Tchizé faz–nos crer, ter mesmo dispensado a sombra de guarda-costas, no seus momentos em privado.
Entretanto uma comunicação atribuída a Tchizé dos Santos, e distribuída aos que lhe são próximos, da conta que a Jovem “abalada” apela a alerta dos cidadão, dos amigos a estarem atentos para não serem vitimas destes actos.
“Se Eu como filha de quem sou fui assaltada, imaginem vocês”, pensamentos como estes não terão escapado no pensamento da Jovem angolana.
No entanto um artigo de opinião de autoria de um cidadão angolano (publicado neste site) que exclamava analisava a onda de assaltos na capital do pais informava que “Os marginais já alastraram as suas acções até às zonas de lazer fora da cidade, como as praias do mussulo e kilómetros” não se conformado com a suas áreas de “jurisdição” aos assaltos, o articulista alerta que os meliantes “ Também já assaltam festas e locais públicos como bares e restaurantes, neutralizando quem está na porta a fazer o controlo (exemplo do Miami, Vídeo-clube e algumas festas de aniversário que já foram vítimas dessas acções).”
Os crimes em Luanda têm sido perpetrados por jovens com idade compreendida entre 16 a 23. órgão de comunicação e alguns sectores vem admitindo que como medida de prevenção alguns a polícia nacional tem tentado combater este mal, com práticas de fuzilamentos aos criminosos.
Alguns círculos luandenses garantem que doravante as “bangas” em Luanda de se expor com telemóveis na rua como se tratasse algum título representasse, converteu-se em medo. Apenas dentro de casa, e em escritórios é que as pessoas atendem chamadas telefónicas.

Fonte: Club-k.net

Image hosted by Photobucket.comConheço os gatunos (anedota)

Num belo dia, o Presidente da República o Sr. José Eduardo dos Santos, decide convidar todos os Ministros, Generais e alguns Membros do Conselho da República para uma reunião.
A dona Ana Paula dos Santos, decide nesse mesmo dia, ir dar umas voltas pela nossa linda capital.
Enquanto decorria a reunião, o Presidente recebe uma chamada telefónica da Ana Paula dizendo: Zé querido!!! fui assaltada, roubaram-me tudo, tudo que trazia comigo incluindo as minhas jóias.
Surpreendido com a notícia, o Presidente pergunta a Paula se era verdade o que ela estava a contar.
Aflita, responde dizendo que era verdade, e dá um berro: Já não se pode passear a vontade nesta cidade?????? Ai, que horror!!!!!!
Ouvindo isso, o Presidente pede a ela para aguardar um pouco e olha seriamente para todos que estavam na Sala de Reuniões e depois volta a ligar para a Paula dos Santos e diz:
Querida, deve ser um engano porque todos estão aqui dentro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Angola continua a importar combustível!!!

A Directora do Projecto de Introdução no Mercado de Combustível sem chumbo, Lucinda Guimarães, disse recentemente em Luanda, que 60 por cento do combustível que se consome, para satisfazer a demanda diária de 1 milhão e 200 mil litros de gasolina, é importada.” (o resto podem ler no Angonotícias).

Qualquer comentário é desnecessário. Até porque Angola é o 2º maior produtor de crude da África subsariana e um dos maiores de África.
Na produção actual não sei se será ultrapassada pela Líbia… Mas, enfim.
Mas como esbanjar parece ser a sina dos países ricos ou potencialmente ricos, deve ser por isso que Angola ainda não tem uma – pelo menos uma – refinaria à sua altura.
E já há muitos anos que Angola explora e exporta crude; mas importa petróleo e combustível transformado. Será que não andará alguém a mamar à custa da sempre simpática e profícua Mãe Angola?

28 novembro 2005

Timor Lorosae e os 30 anos da independência unilateral

Timor-Lorosae comemora hoje os 30 anos da declaração unilateral da independência - 28 de Novembro de 1975 - pela Fretilin, que nunca foi reconhecida nem por Portugal nem pela Comunidade Iinternacional; e muito menos pela Indonésia que a invadiu e anexou até Outubro de 1999 quando os timorenses em Referendum decidiram pela independência que viria a acontecer em 20 de Maio de 2002.
Só por mera referência, o primeiro auto-intitulado presidente foi Xavier do Amaral que foi obrigado a resignar; sucedeu-lhe Niculau Lobato que viria a ser morto.

27 novembro 2005

Línguas Nacionais versus línguas oficiais

Do blogue Desabafos Angolanos, a quem saúdo pelo sétimo lugar entre os melhores blogues de língua portuguesa – e já agora aproveito para saudar o luso “Tupiniquim” que obteve o quarto lugar entre os melhores de língua portuguesa e que não foi mais que foi 2º lugar entre os melhores Weblogs (paradoxo desta votação) – o texto abaixo, publicado sob o título “Língua materna ou oficial” que pela sua pertinência tomo a liberadde de trazer a este sítio e, porque não, há discussão.
“[…]Uma vez lá, encontro um senhor cuja testa parecia estar há anos sem saber o que é sorrir. Pronto, saúdo e avanço, a final não estava ali para semear amizades. Na secção a seguir, uma senhora dá-me o formulário e algumas instruções. Escrevo tão rápido que, volta e meia, tinha tudo preenchido… e a discussão inicia com a atendedora: tudo porque preenchi o Umbundu como sendo a minha língua materna. “A nossa língua materna é aquela que falamos”, dizia ela. Pois claro, mas é essa mesma a minha língua de berço; tanto o português como o inglês, eu aprendi foi na escola. Que azar me arranjei?! A senhora submeteu-me então a uma cátedra: “língua materna é aquela que herdamos do colonizador, porque é a língua que nos une; olha, um zairense, por exemplo, na escola fala lingala? Claro que não, moço!” Impotente e em desvantagem, disse-lhe apenas que era complicado. “Pois, mas estou-te a fazer entender agora que, no espaço língua materna, escreva português, porque o Umbundu é dialecto apenas!”, ditava ela. Os meus suspiros e reticências não a impediram de pegar no corrector e, a mando dela, eu declarar o português como “minha língua materna”, relegando o meu doce Umbundu ao segundo plano.[…]”
A dicotomia língua materna versus língua oficial tem tanto de absurda como de inconveniente. A cada um a sua língua local; a todas a língua nacional, aquela que realmente junta todos e todos compreendem.
Porque aqui não está em causa a língua materna (como tal) nem a língua oficial (como elo de ligação da angolanidade). O que está em causa, e aí sim, poderá ser perigoso, é tentarem chamar às línguas locais, línguas nacionais. Aí poderão pôr em causa toda uma angolanidade que se quer plena e fértil.
Angola caminha para ser uma Nação. Se assim é não pode ter línguas nacionais e línguas oficiais. Deve ter um língua nacional - no caso o elo de ligação é a portuguesa - e línguas autóctones, locais ou maternas.
A atitude da funcionária, sociologicamente, não terá sido – e não foi – correcta. Mas se olharmos e ponderarmos num ponto de vista supranacional, foi-o.
É altura de termos cuidado com as palavras. Línguas materno-autóctones sim e devem ser ensinadas, língua nacional não: essa é a língua de união. E como alguém dizia antes, em muitas zonas citadinas, muitas das línguas autóctones já se diluíram no próprio português; havendo quem não as conheça.

26 novembro 2005

Casa de Angola, as eleições adiadas

Ainda sobre este cadente assunto, o Notícias Lusófonas publicou o meu apontamento abaixo (Casa de Angola, que eleições?) sob o pertinente e feliz título "A Casa de Angola merece muito mais e muito melhor".

Que CPLP?

O jornalista Orlando Castro, na rubrica Alto Hama, no Notícias Lusófonas, sob o título "A bem da Lusofonia enterrem a CPLP" questiona, com a inteligência irónica que o caracteriza, da ainda existência da CPLP.
De acordo com OC até agora ainda nada viu que mostrasse a sua existência; fosse um elefante branco ou um simples ratinho.
Pois amigo Orlando Castro, eu já.
Quer dizer, CPLP, propriamente dita não. Mas como estive num dos Congressos que levaram à sua efectiva criação... lá isso estive.
E a prova está na foto que encima este apontamento (irra porque será não consigo escrever "post" que é mais curto... uau !! não é que consegui...)

Foto: Pasta oferecida na Cimeira dos Países de Língua Portuguesa

Casa de Angola, que eleições?

As eleições que deveriam ter lugar hoje não aconteceram. Foram adiadas – leia-se degredadas – para o próximo dia 15 de Dezembro.
A Lista B, desde há um tempo a esta parte que queria esta situação.
Invocava não ter tido as mesmas condições que a Lista A de preparar a sua mensagem – leia-se enviar os seus opúsculos – aos potenciais eleitores. A principal razão invocada foi a Direcção não ter facilitado o acesso às fichas de sócios da Casa de Angola, quer quanto às suas moradas, quer, espante-se!!! à sua condição de quotização regularizada, ou seja, e foi isso que claramente pediram, saber quais os sócios que tinham quotas em dívida e os que não o tinham. Que eu saiba acesso a informações pessoais só com autorização dos próprios e eu não fui consultado quanto à mesma.
Não está em causa o seu adiamento. Quem não deve, não teme. Não está em jogo uma guerra mas tão só uma disputa eleitoral; onde haverá vencedores e não vencedores (vencidos só nas guerras). E eu reconheço que ganhar na situação em que, claramente, iríamos ganhar não me seduzia nem seduz qualquer pessoa de bem.
Inconcebível que uma televisão portuguesa, que não esteve no local, ao contrário da RTP que esteve todo o tempo até ao fim do debate, ter feito afirmações incorrectas, nomeadamente da Lista A ser uma lista da UNITA quando lá só está um membro claramente deste partido e em lugar de menor destaque; ora os maiores apoiantes são membros activos e predominantes do MPLA. Mas a Lista A é uma lista de abrangência e isso parece doer a muita gente. Lamentável.
Mas neste caso não houve vencedores e claramente dois derrotados: a Casa de Angola e António Cardoso.
A primeira porque viu os seus problemas continuar a ser adiados. E não só. Porque quer queiram alguns quer não aceitem, é a Casa de Angola, de Lisboa, que é a mais visível. Talvez não seja a mais operativa. Mas das outras pouco ou nada conheço, salvo aquilo que, esporadicamente, se fala. Daí que preconizo a criação de uma Federação aglutinadora das Casas de Angola em Portugal, ou Lisboa, pela sua geocentricidade assuma e concentre titularidade das Casas de Angola em Portugal.
António Cardoso, que, perante a sanzalada – como alguém disse e muito bem (peço desculpa de não citar o nome devido aos seus compromissos sócio-profissionais) – que ocorreu durante um largo período, tentou, por fim, e fazendo valer a sua condição de Mais Velho, serenar os ânimos. O que se via era um perfeito escarcéu onde ninguém, repito NINGUÉM, saiu incólume.
Se há alguém que, politicamente, está nos antípodas de António Cardoso, esse serei eu. Mas António Cardoso, um homem de pequena estatura, mostrou uma grandeza de Homem Grande. Soube transmitir sábias e sensatas palavras mas que, na minha perspectiva, não foram bem assimiladas. Principalmente a sua primeira e liminar frase. E quem conhece o poeta sabe como ele está e saberá como ele se encontra; por respeito nada mais adiantarei.
Ora António Cardoso conseguiu aquilo que poucos ou nenhum ainda tinha conseguido: calar a turba. Criticou asperamente a Lista B por não saber fazer o seu trabalho de casa; chamou-lhes claramente Burros. Criticou a Lista A porque lhe pareceu que foram espertos demais (não concordo mas aceito a crítica). Mas acima de tudo criticou a falta de civismo e a inoperância que estávamos a demonstrar, nomeadamente não conseguirmos transmitir uma capacidade democrática de aceitar o voto.
E essa foi a sensação com que fiquei. Derrotámos um Homem que queria, clara e inequivocamente, votar.
E ao adiarmos as eleições poderemos ter-lhe tirado esse último prazer.
Para mim foi o maior perdedor. E todos nós teremos contribuído para isso. Lamento pelo Homem.

Adenda: Ainda sobre esta matéria a Manchete do Notícias Lusófonas: "Bagunçada total faz adiar eleições na Casa de Angola"; Lamentável a imagem que transmitimos para o exterior.
Lamentável, também, que a RDP África, sem que tenha consultado os principais responsáveis da Lista A, tenha, na manhã da votação afirmado que as eleições tinham sido adiadas. Quem deu essa informação e com que legitimidade. Que eu saiba a demissionária Mesa da Assembleia não foi consultada e o demissionário presidente não forma, por si só, a Mesa.
Tenho a certeza que quer a Cidade Alta quer o antigo cinema Restauradores não gostarão de saber como nos comportamos e que imagem retransmitimos para o exterior. Uma vez mais, LAMENTÁVEL.

25 novembro 2005

Eleições na Casa de Angola II - os absurdos

Se perguntar não ofende - e por certo não ofenderá - será que o presidente Eduardo dos Santos saberá que uma diplomata sua anda a tentar interferir nas eleições da Casa de Angola, solicitando adiamento das mesmas, depois de um dos candidatos da Lista B, sob a capa de ainda Presidente da Mesa da Assembleia-geral e contrariando uma deliberação tomada em Assembleia-geral extraordinária e por unanimidade - repito por unanimidade dos presentes - ter decidido convocar eleições para hoje dia 25 de Novembro.
Pois essa diplomata, através de fax e dirigido ao demitido presidente da Mesa da Assembleia (MA) propôs o citado adiamento evocando razões técnicas - por mero acaso o referido presidente da MA também tinha evocado razões técnicas mas nunca jurídias ou de força maior - para se proceder ao adiamento. Uma das razões, logo um dos absurdos, seria a dificuldade da presença de observadores do Consulado nas eleições.
Que eu saiba a Direcção em exercício não solicitou a presença de qualquer observador nas mesmas. Ou será que o fez sem o conhecimento dos restantes sócios?
Outro dos absurdos prender-se-ia com o facto de estarem a ser efectuados eventos ao abrigo da festa da Dipanda e alguns dos candidatos das listas estarem nesses eventos, por acaso um a ocorrer também a 25 de Novembro, e estarem na contigência de não poderem participar no voto. Ora o absurdo é que nenhum - repito nenhum - dos membros da Lista A foi convidado a estar presentes nesses eventos. De certeza mero lapso e mero esquecimento.
Com tantos absurdos diplomáticos volto à questão inicial. Será que o senhor presidente de Angola, Eduardo dos Santos, e depois das ponderadas palavras que proferiu na festa da independência saberá destas movimentações diplomáticas em terrenos não partidários e particulares?
Ou será que aqui estará, também, um pouco a evocação do 25 de Novembro de 1975. Um facto histórico que certos sectores políticos portugueses ainda hoje, trinta anos depois, não digeriram.
E nem me perguntem porquê chamo os sectores políticos portugueses à colação.

21 novembro 2005

40,3 milhões de infectados com SIDA

De acordo com o relatório 2005 da ONUSIDA, apresentado hoje em New Delhi, o Mundo terá cerca de 40,3 milhões de infectados com o SIDA.
Segundo aquele relatório citado no GloboOnline, em 2005, o continente africano contribuiu com cerca de 5 milhões (5.000.000) de novos infectados.
Mas como não há mal que sempre dure, já começa a aparecer em África países em que a regressão já começa a fazer sentir efeitos. São os casos do Quénia que passou de 10% de adultos infectados, em 1999, para 7%, que se verificaram em 2004; e também as grávidas decresceram de23%, em 2003 para os 21%, em 2004. Além do Quénia, registe-se igual desaceleração no Zimbabwé.
Comparativamente, a África do Sul, continua a ser o país africano onde se regista o maior número de seropositivos, bem ladeado – infelizmente – pelo Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia que também têm das mais altas taxas de infecção entre grávidas – cerca de 30%.
O grande problema dos africanos continua a ser a sua ancestral liberdade sexual, não devida protecção, por falta de uma informação sexual credível, e a continuada retracção de alguns países em disponibilizarem anti-retrovirais. Segundo o relatório, só apenas um em cada dez africanos e um em cada sete asiáticos, conseguem aceder aos anti-retrovirais.
Também quando um presidente do cone austral de África proferiu as afirmações que tem proferido como “[questionando] a ligação entre o VIH e a SIDA e chamava aos antiretrovirais "perigosos," acusando as companhias farmacêuticas de tentarem enriquecer à custa dos pobres“ ou “… não conhece ninguém que morreu com SIDA e questionou a ligação entre o VIH e a SIDA”, que esperar… e mesmo que Buthelezi, ex-Ministro do governo de Mandela, e presidente do Inkatha Freedom Party, tenha, em 2004, enterrado dois filhos devido ao Sida.
A educação também deve começar, rápida e fortemente, pelos dirigentes.
Nesse aspecto, e apesar de morrerem cerca de 1000 polícias(?) anualmente, Moçambique começa a dar sinais de querer travar o avanço do Sida.

20 novembro 2005

Homenagem a José João Oliveira

Pinturas de José João Oliveira
Agora que a Casa de Angola vai a eleições é de toda a justiça prestar homenagem ao ainda timoneiro que, apesar de todas as vicissitudes e da sua precária saúde tentou manter dentro de um padrão justo esta grande nau que se chama “Casa de Angola
Daí que a minha homenagem seja prestada através destes quadros da sua autoria e que faziam parte do calendário de 2005 cujo o tema era a “Lusofonia”.
Bem-haja a José João Oliveira, um nome que ficará ligado à Casa de Angola.

Rádio e Televisão guineense têm novos directores

Governo de Aristides Gomes nomeou novos directores para a Rádio e Televisão guineense.
De acordo com o despacho daquele Governo, as demissões deveram-se ao facto daqueles órgãos informativos estarem a operar "defeituosamente". E com os antigos directores foram despedidos 13 funcionários, a maioria jornalistas, da Televisão guineense.
Segundo aquele despacho para a reestruturação da TVGB contribuiu o facto do quadro de pessoal ser considerado pelas novas autoridades como "pletórico" (Dicionário Universal de língua portuguesa, "pletórico": relativo a pletora; pletora: grande quantidade; excesso de humores ou sangue; excesso de seiva; superabundância. – cada um que tire as conclusões).
De notar que o novo director da TV guineense é, simultaneamente, assessor de imprensa do primeiro-ministro. Só por mero acaso.
Tal como por mero acaso os dois novos directores, Lamine Diatta e Eusébio Nunes, foram activos participantes na campanha que levou “Nino” ao poder.
Também só por mero acaso que os anteriores directores terem sido nomeados há cerca de 3 meses pelo executivo de Gomes Júnior.
São só coincidências.

Fonte: Panapress

Burkina Faso e as presidenciais

As presidenciais de Burkina Faso, ocorridas a 13 de Novembro pp., mostraram a força do voto popular.
Quando toda a gente previa uma vitória folgadíssima do (re)candidato Blaise Campaoré eis que o povo burkinase trocou as voltas a todos os analistas.
Então não é que Campaoré só conseguiu 80,3% dos votos escrutinados? E mais, em 5 províncias, Campaoré só conseguiu 60% dos votos.
O principal candidato oposicionista, Bénéwendé Sankara, ficou 4,94% do sufrágio, no segundo lugar do escrutínio.
Enfim! África, já não dá votos como antigamente…

Eleições na Casa de Angola

A Casa de Angola vai a eleições no próximo dia 25 de Novembro.
Concorrem ao acto duas listas a saber:
Lista A (Unir e Reorganizar na Comunidade), liderada por Gervásio Viana, para a Direcção; Júlio Corrêa Mendes, na Mesa da Assembleia Geral e Vítor Ramalho, no Conselho Fiscal;
e a Lista B (Servir a Casa de Angola é Servir a Pátria), liderada por Elizabete Vera Cruz, sendo a Mesa da Assembleia por Edmundo Rocha e Conselho Fiscal por Jorge Pessoa.
Por razões éticas abstenho-me de fazer juízos de valor sobre as Listas em confronto. Também porque faço parte de uma delas.
Para mais informações, nomeadamente quem mais fazem das Listas e suas linhas programáticas, poderão e deverão consultar o sítio da Casa de Angola já as terão disponíveis, ou tê-las-ão a partir da próxima segunda-feira.
Aos eleitores que estejam a ler estas linhas proponho-vos que apareçam, na sede da Casa de Angola, no próximo dia 25 entre as 19 e 22 horas para a votação.
Apareçam e cumpram com o vosso dever de sócios. Ou solicitem via as credenciais para o fazerem através de terceiros ou por correspondências se tal já for possível.
Além do sítio da Casa de Angola poderão saber mais coisas e debater este assunto no sítio da SanzalAngola.
A participação de todos os angolanos e seus amigos é importante para o relançamento e afirmação desta nossa Casa.

19 novembro 2005

Onde está Bento Bembe?

© Foto de Silva Pinto (Tonspi)
António Bento Bembe, dirigente da FLEC e do Fórum Cabindês, desapareceu em vésperas de ser analisado o pedido de extradição feito pelos EUA a abrigo da acusação que existe sobre aquele, de rapto de um cidadão norte-americano. Pedido esse que chegou a ter o patrocínio da actual secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice.
Segundo alguns dos seus companheiros Bembe não desapareceria se a tal não fosse forçado – leia-se raptado –; só não se sabe se isso aconteceu. Bembe sentia-se protegido em Holanda como os factos posteriores o confirmam.
Mas se aconteceu a quem acarretar as culpas. A Angola que veria, por certo, com bons olhos o desaparecimento de uma personalidade que lhe tem causado alguns incómodos pelas tomadas de posição sobre Cabinda? O os EUA que prevendo um eventual não ao pedido de extradição.
E foi isso que aconteceu.
A justiça holandesa recusou a extradição do cidadão angolano de origem cabindense.
Ora de acordo com segundo o Luanda Digital, citando a justiça holandesa o próprio MNE angolano terá apelado ao Tribunal holandês o “não” à extradição realçando para a importância do responsável do Fórum Cabindês para o processo de paz em Cabinda. (Todavia, sabe-se que as moscas também se apanham com mel).
Só restam duas opções.
Ou Bembe estaria escondido temendo pela vida e à espera desta decisão do Tribunal; e se assim for já pode reaparecer em cena, feliz e contente, ou…
Os EUA provocaram, conforme acusam alguns dos seus detractores e apoiantes do dirigente cabindense, o seu rapto.
Já agora, porque não se pede à U.E. para investigar, juntamente com o caso das prisões secretas da CIA se Bembe não estará algures numa delas… (caso se confirme a sua existência). Assim como assim…

18 novembro 2005

Sobre África, o ensaio em 2ª. edição


De acordo com o meu amigo e editor a 2ª. edição do África: Trajectos Políticos, Religiosos e Culturais já está à venda.
Segundo o mesmo editor, nesta primeira fase, já estarão nos escaparates das diferentes lojas da FNAC.
Infelizmente, razões particulares impediram-me de ir à apresentação do livro do livro de João Carlos Silva, "Na Roça com os Tachos" como era minha intenção.
Se a obra estiver ao mesmo nível das suas intervenções no programa televisivo do mesmo nome - e de acordo com a Brígida do "África de Todos os Sonhos" está mesmo - é evidente que vou ter de ir rapidamente a uma livraria se não quiser ficar sem ele.

16 novembro 2005

Pentágono confirma uso de fósforo

Já este mês escrevi aqui, um apontamento sobre o eventual uso de armas químicas pelos norte-americanos no Iraque, segundo uma acusação efectuada num programa da RAI (televisão italiana).
Nesse programa alguns ex-militares, apresentados como norte-americanos terão afirmado que o efeito do fósforo nos corpos era horrível. Os corpos desfaziam-se em contacto com o fósforo das citadas armas.
Só vi parte do programa. Aquile que as televisões mostraram. Não tive oportunidade de ver o programa completo da RAI. Mas o que vi, chegou.
Pois bem. Um porta-voz do Pentágono acabou por confirmar que, de facto, as forças militares norte-americanas terão usado o citado fósforo – branco, como ressalva – no Iraque.
Ainda de acordo com aquele porta-voz, o uso do fósforo não é ilegal porque não é uma arma química, mas que se “… trata de uma arma convencional, e não uma substância química de efeito incendiário” sublinhando que o fósforo é usado como “agentes sinalizadores e para criar cortinas de fumo”.
Sem comentários.

Portugal e Angola no futebol

Parabéns ao sub-21 de Portugal que estão na fase final do Europeu de 2006. Pelos zuns zuns Portugal é o principal candidato a organizar o evento. Se assim for, lá vamos nós ver tantas bandeirinhas verde e vermelhas plantadas nas janelas. Provavelmente com pagodes em vez de castelos a ornamentar o seu escudo armilar.

Um lamento por Angola que sofreu, no último minuto do tempo regulamentar, o golo que a derrotou em terra nipónicas. Apesar disso, e porque também estava defalcada de alguns dos seus principais jogadores, não há dúvida que o treinador angolano continua a fazer um excelente trabalho. Bons indícios para o CAN e Mundial de 2006. A ver vamos.

Vitória da cidadania e da blogosfera...

... a que juntaria o direito à liberdade do colectivo e do indivíduo.
Foi o que aconteceu ontem num tribunal de Alcobaça que absolveu o autor do blog "Do Portugal Profundo" ao não sansionar a vontade do Ministério Público em ver condenado uma pessoa cujo o único delito foi publicar os seus pensamentos tendo por base o que à sua volta se passava sobre um dos casos jurídicos, cada vez mais obscuro, que é o da Casa Pia e dos meandros que em seu torno se geram ou não.

Austrália, fez-se justiça

A Austrália, 32 anos depois, regressa a um Mundial à custa da toda poderosa(?) e, porque não dizê-lo, protegida selecção do Uruguai, na sequência da marcação de grandes penalidades (4-2) - no tempo regulamentar estava 1-0 que se manteve no prolongamento .
Fazia algum sentido que uma selecção que ganhou, brilhantemente, a sua zona fosse obrigada a fazer uma repescagem com o 5º classificado da zona latino-americana?
Isto só acontece porque ainda não houve alguém que fizesse ver à FIFA que é uma organização não-governamental e não um Estado dentro de vários Estados.
Era uma forma que a FIFA tentou para manter os 5 Estados latino-americanos no Mundial sem mostrar eventual favor.
Saiu, brilhantemente, o tiro pela culatra. Fez-se justiça.
E com a Austrália, entra, também e pela primeira vez, a selecção de Trinidad e Tobago.
Parabéns às duas selecções.

Dia Nacional da Tolerância

Em Portugal assinala-se hoje o Dia Nacional da Tolerância.
Vários eventos vão ocorrer no âmbito do alto-comissariado para as minorias étnicas e imigração.
Mas será que a tolerância se circunscreve a estes dois sensíveis sectores da sociedade portuguesa?

15 novembro 2005

A corrupção, o pior legado…

… da independência.
Quem falou assim não foi, não é, gago. Bem pelo contrário.
Assim foi a adjectivou de D. Zacarias Kamwenho, bispo do Lubando, na homilia proferida durante as comemorações da independência angolana, ocorridas em Mbanza-Congo, a antiga capital do Reino do Congo (e a sede da primeira diocese da África sub-saariana, instaurada em 1596).
Mas o bispo do Lubando não ficou por estas palavras. Criticou o ango-pessimismo em contraponto ao excesso de optimismo narcisista, ou o oportunismo barroco de uns quantos em detrimento de muitos é aludido por aquele prelado quando afirmou: “a insensibilidade dos novos-ricos que açambarcam fazendas dos antigos colonos, deixando a população dos irmãos na miséria”.
A igreja angolana volta a dar um passo à frente na harmonização a favor da consolidação da Paz ao fazer a analogia do desenvolvimento como o novo nome da paz.

14 novembro 2005

Os compadres já se estão a zangar?

Segundo o Notícias Lusófonas, a Comissão da Juventude do Partido da Renovação Social (CJPRS) afirmou-se hoje “preocupada com a formação do novo governo, que "viola a natureza, espírito e princípios do relacionamento criado entre Kumba Ialá e “Nino” Vieira.”
Ainda de acordo com aquela Comissão de Juventude dos renovadores as “atitudes de desprezo, falta de consideração e respeito, humilhação e descrédito” da parte de “elementos da equipa” do presidente guineense “Nino” Vieira é motivos de forte preocupação.
Pelos vistos, os compadres já começam a sentir a crispação do poder.
E tudo isto por causa da nova composição do Governo de Aristides Gomes que integra ex-dirigentes do PAIGC (oito ministros e dois secretários de Estado), do PRS (5 ministros e quatro secretários), do PUSD (dois ministros e um secretário) a União Eleitoral e o PCD cederam um ministro cada e ainda 3 independentes (um ministro e dois secretários).
De notar que Francisco Fadul, líder do PUSD, candidato presidencial derrotado na primeira volta e apo1ante de Nino na segunda foi nomeado conselheiro pessoal de “Nino” Vieira.

11 novembro 2005

Weah 0 – Sirleaf 1

Ellen Johnson Sirleaf vai, quase de certeza, se tornar na primeira mulher com o mais alto cargo de um Estado africano: Presidente da Libéria.
Embora ainda hajam menos de 5% de votos por contar, a economista é a já vencedora das eleições presidências liberianas, na 2ª volta; até ao momento já obteve mais de 59% dos votos escrutinados.
Apesar de tudo ter parecido correr às maravilhas, o candidato derrotado, George Weah, manifestou um pequeno mau-perder ao evocar eventuais fraudes. Os seus apoiantes já se manifestaram contra as ditas fraudes. Mas, louve-se o civismo dos mesmos. Fizeram-no com discrição e contidamente.
Ganhou a Libéria e, provavelmente, África.

ANGOLA, os 30 anos

Sobre os TRINTA ANOS da independência de Angola poderão ler dois artigos de opinião, abaixo assinalados, no Angonotícias e no Notícias Lusófonas
Trinta anos depois da Dipanda - Angola para os que a amam Image hosted by Photobucket.com

«Angola, que viabilidade, que prospectivismo!» Image hosted by Photobucket.com

Ainda sobre este temática, no Notícias Lusófonas, a critica de Orlando Castro, na rubrica Alto Hama, e a perspectiva angolana na crónica de Jorge Eurico.
De realçar, também, o excelente artigo de Ismael Mateus, no Angonotícias.

Ofeka y'etu yikwete ongusu! *

© Foto Angop
Há 30 anos, Angola via a independência ser aclamada, embora cada uma à sua maneira, em duas cidades angolanas distintas e assumindo, nominativamente, duas Repúblicas: a sul, no Huambo, a coligação UNITA-FNLA proclamava a República Socialista, Democrática Africana de Angola e, a norte, o MPLA proclamava a República Popular de Angola.
E com as duas repúblicas reacendiam-se ódios antigos e o povo angolano sofreu uma dura e penosa guerra-civil.
Trinta anos depois muita coisa aconteceu. República sulista só reconhecida por menos de meia dúzia de países diluiu-se rapidamente no tempo; a RPA torna-se por via de um dos acordos de Paz entre a Unita e o Mpla, na República de Angola; são efectuadas eleições legislativas e a primeira-volta das presidenciais; dois dos fundadores de Angola, morrem: um, segundo fontes oficiais, de doença em Moscovo; o outro morre em combate no leste de Angola.
E trinta anos depois chega a PAZ. Já dura há três. Que se mantenha por muitos décadas mais para que Angola possa ser aquilo que todos desejamos: "Ongola ya pama"**

* A nossa terra tem força
** Angola é forte

10 novembro 2005

Maputo em festa

A cidade de Maputo festejou hoje o seu aniversário.
Aos maputenses as minhas maiores felicidades e que a cidade das grandes avenidas rasgadas em régua possa voltar ao esplendor que já conheceu e que parece querer voltar a gozar.
Sei que essa é a vontade dos seus edis.
Cabe aos maputenses também ajudarem.
E tenho a certeza que é isso o que os habitantes desta centenária cidade querem.

09 novembro 2005

Massacres... TPI...

Segundo a televisão italiana RAI, os EUA terão, alegadamente, utilizado armas químicas contra populações de Fallujah, no Iraque, em Novembro de 2004.
Apesar de não ter negado, formalmente, a utilização de produtos químicos que integram essas armas, como o fósforo branco, fontes junto do US Army admitiram que os mesmos terõ sido utilizados mas para ilumonação de posições inimigas.
A ser verdadeo conteúdo do documentário da RAI, sob o título "O Massacre Escondido" fico a perceber, cada vez mais, porque os EUA não querem, nem permitem, que soldados ou cidadãos seus sejam julgados no Tribunal Penal Internacional.
Já dizia Frei Tomás. Faz o que ele diz, não o que ele faz... (mais ou menos assim!)

08 novembro 2005

Secessão no Zimbabwe?

Mas será que se passaram todos de vez?
Ao Zimbabwe já não bastava haver Mugabe e seus “belos” correligionários e eis que surge mais um candidato a bobo da corte.
De acordo com o Panapress, o vice-presidente do MDC, um tal senhor Gibson Sibanda, apelou para a criação de um estado secionista que agrupe todo o seus grupo étnico, os Ndebele.
Para este senhor o futuro estado deveria ocupar toda a região sul do país até ao Lesotho.
Seria a criação do Estado de Matabelelândia, mesmo que inserido no Zimbabwe como o Lesotho na África do Sul. Algo que ndebele tentaram no início dos anos 80 sem o conseguirem, excepto terem provocado alguns mortos e entrado num governo de unidade.
Ou seja, se Mugabe precisava de um balão de oxigénio para se fortalecer e manter no poder, o senhor Sibanda acabou de servir de enfermeiro.
Definitivamente, estes madiés estão mesmo loucos.

Savimbi igual a Hitler?

O senhor João Cravinho, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, do Governo português, em entrevista ao Expresso e citada pelo Angonotícias declarou e igualou Savimbi a um monstro africano só parecido com Hitler.
O senhor Secretário de Estado tem todo o direito, como cidadão, e só enquanto cidadão, em exprimir a sua opinião. Pode ser contestada, criticada mas todos teremos de a respeitar, mesmo que não concordemos com ela. Mas, enquanto Secretário de Estado de um Governo estrangeiro não tem o direito de dar este tipo de opinião, muito menos publicamente.
Caberá, unicamente, aos angolanos exteriorizar o que pensam de Jonas Malheiro Savimbi.
Não será um membro de um Governo externo, por sinal filho de um angolano, que deverá opinar e nas condições que o fez.
Não insulta quem quer, mas quem tem capacidade para tal. E ao contrário de
Orlando Castro, na sua rubrica Alto Hama, não me parece que aquele senhor tenha a mínima capacidade para insultar quem quer que seja, muito menos aqueles que, por esta ou aquela razão gostaram, simpatizaram e continuar a venerar a auréola de Savimbi. É uma forma de estar dos angolanos; salvaguardarem os seus mitos, principalmente depois de mortos e nas condições em que essa ocorreu.
E não é um senhor que, paradoxalmente, está num Governo apoiado por um partido que é o suporte primeiro da candidatura de Mário Soares, um dos culpados por não ter havido “um distanciamento [perante Savimbi pelo] que prejudicou muito seriamente as relações entre Portugal e Angola” que vai dizer aos angolanos como devem respeitar, ou não, os seus mortos.
E já agora, senhor João Cravinho, talvez não saiba mas chegou a ser pensado em condecorar o senhor Jonas Malheiro Savimbi, e dar-lhe o título de “
Herói Nacional” ao abrigo da nova lei-quadro dos títulos honoríficos e condecorações aprovados pela Assembleia Nacional.
Por isso senhor Secretário de Estado, tomando a liberdade de utilizar como minhas as palavras de OC permita-me que lhe diga é que Savimbi, “continuará na História, mau grado as tentativas dos Cravinhos que não fora a sorte de viverem na Europa não conseguiriam aplaudir o que é válido porque teriam medo de cair da árvore.” E isso duvido que venha a acontecer consigo.

06 novembro 2005

Savimbi, nem depois de morto?

© Foto Angonotícias
Segundo o Folha 8, citado pelo Angonotícias, o corpo de Jonas Savimbi terá sido retirado da sua campa para evitar eventuais profanações, ou vandalizações, por populares fanáticos.
Ainda de acordo com aquele bi-semanário, citando autoridades provinciais de Moxico, terá sido por iniciativa do Governo Central que isto aconteceu, ou terá acontecido.
Depois da denúncia dos fundos e diamantes que Savimbi poderia ter escondido e de militares das FAA’s que poderiam ter sido pagos pela UNITA durante a guerra, só faltava mais esta: corpo de Savimbi ter sido retirado – pelas notícias até parece ter sido em segredo – do Cemitério.
Será que esta eventual situação trará benefícios a alguém.
Penso que ninguém de bom senso, e num país em que o culto dos mortos é demasiado profundo – basta relembrar que a epidemia de Marburg demorou a ser debelada devido precisamente a esse forte culto – é perigoso brincar com os defuntos.
E se ele se chama Savimbi, ainda mais perigoso o é; e a poucos meses das eleições… Daí o absurdo.
Ou será que tudo tem a haver com uma notícia ocorrida, em tempos, da vontade das famílias em conceder um enterro cristão a Savimbi, Ben-Ben e Salupeto Pena, num mesmo dia, na localidade Lopitanga, perto de Andulo.
Se assim for continua a ser absurdo este secretismo e esta polémica toda.
Poupemos e respeitemos os mortos independentemente da vida terrena que tivessem tido.

05 novembro 2005

Que se passa em França?

© Foto retirada da SicOnline
Será que alguém consegue explicar, cabal e eficazmente, o que realmente se passa em Paris, primeiro, e nas restantes cidades francesas, actualmente.
Não me parece que dois jovens electrocutados sejam razão suficiente para os distúrbios e autênticos actos de vandalismo que grassam em França.
Também não me parece razão bastante que estes desmandos possam e devam ser motivo para as autoridades começarem já a rotular de terrorismo urbano e alguns certas comunidades sejam acusadas de terem e de estarem por detrás destes actos totalmente gratuitos.
Cerca de 2300 carros destruídos, 500 detidos, uma biblioteca municipal e um ginásio incendiados são razão sim para seja analisada e repensada a forma como as comunidades são inseridas nos diferentes contextos locais.
Por vezes é mais fácil criar e ler rótulos que analisar os conteúdos. E se os assuntos são de raiz afro-magrebina e asiática, então a rotulagem é maior. E aí em vez de diluirmos o perigo, aumentamo-lo.
E marchas silenciosas por muito meritórias que sejam não parecem ser suficientes.

04 novembro 2005

Saga guineense sem fim à vista

O PAIGC, invocando razões constitucionais apresentou, junto do Supremo Tribunal, um pedido de suspensão e anulação da nomeação de Aristides Gomes para p.m., acto já formalizado por “Nino” Vieira.
Segundo a petição do PAIGC, que parece congregar o apoio de 17 formações políticas, o p.m. deverá sair das fileiras do partido mais votado nas últimas legislativas – conforme estará consagrado na Constituição guineense em vigor.
Ora Aristides Gomes está suspenso do PAIGC há cerca de um ano pelo que, na concepção jurisdicional do Partido não poderia ser nomeado pm. Um acto que, na ideia do PAIGC foi tomado para provocar uma cisão no partido e, assim, “Nino” poder retomar as rédeas de um partido que já foi seu.
E para ajudar a esta pequena festa, cerca de 300 jovens manifestaram-se ontem em Bissau para exigir a anulação da nomeação de Aristides Gomes.
Também o Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento da Guiné-Bissau exigiu hoje a revogação do decreto que nomeou o novo p.m. e a retorno à legalidade constitucional anterior.
Ou seja, e como avisam analistas políticos locais, Guiné-Bissau começa a retomar o caminho mais perigoso para a sua existência e de que parecia já estar esquecida: o da guerra-civil.
Mas nem por isso o novo Governo deixou de receber as chaves da “Primatura”. Só que o novo p.m. primou pela ausência e o deposto ficou a cerca de 100 metros a ver o panorama.
E, no meio disto tudo, alguém já ouviu os militares dizerem ou comentarem alguma coisa?
Na Guiné-Bissau, em regra, o silêncio castrense costuma ser demasiado ensurdecedor.

África no Courrier Internacional

(As edição original francesa e a versãoportuguesa) O Courrier Internacional – edição portuguesa – desta semana (nº. 31) traz três interessantes artigos sobre África.
Um, assinado por Pablo Muñoz, correspondente do madrileno ABC, fala sobre a plataforma giratória de emigrantes que passou a ser a antiquíssima cidade songhai de Gao, no Mali.
A outra, sob o título, “Pesadelo de João e Francisco em Paris” reporta-se ao problema do “salto” que alguns africanos conseguem concretizar para a Europa e depois os problemas que, apesar disso, lá subsistem. Uma reportagem do santomense Correio da Semana, assinado por Rui Neumann, e citado no luandadigital.com., reportando a saga de dois angolanos na cidade de Paris.
Mas não fica por aqui. A questão do uso das línguas nacionais é também tratada nesta edição, num pequeno artigo do burkiname Bétéo D. Nébié, no L’Événement.
Um problema que Angola já decidiu minorar ao iniciar as crianças do primeiro ano de escolaridade na aprendizagem das línguas nacionais.

Prisões secretas na Europa?

Campos de concentração – perdão, prisões secretas – para suspeitos de terrorismo na Europa?
E sob o auto-patrocínio da CIA?
Interessante.
Mas… e porque não nos EUA?
Ah!! Sim. À CIA o território norte-americano está, oficialmente, vedado qualquer tipo de operação, efectuadas pela Agência, pelo Senado…
Algo vai bem, mesmo muito bem, no seio das Liberdades individuais e nos Direitos Humanos…

4 de Novembro, há 49 anos...

Revolta Húngara há 49 anos
Igreja Nª. Srª Arrábida, onde fui baptizado e perto do local onde nasci
Há 49 anos um belo país da Europa Central, que procurava aprofundar a desestalinização do país, via-se invadido em nome da solidariedade internacionalista capitulando sete dias depois, a 11 de Novembro.
Há 49 anos, num belo domingo matinal, nascia na africana Angola, mais concretamente na Restinga do Lobito um tipo, que, mais tarde, viria a ter a pretensão de querer virar o Mundo, defender que o seu país seja cada vez melhor e escrever algumas coisas que, para ele, são importantes mas que, para outros, mais não serão que umas letras em amálgama e que, provavelmente, nada dirão.
Há 49 anos Budapeste, que tinha tentado libertar-se do jogo comunista dias antes, via – tal como iria acontecer anos mais tarde em Praga – tanques de guerra entrarem na cidade e destruírem tudo o que não fosse da e pró Organização do Tratado de Varsóvia (reconhecida pelo Pacto de Varsóvia). Foram necessários quase trinta nos para se libertar desse jugo quando, enfim, caiu o primeiro Muro da Vergonha – há outra em emergência – pela co-iniciativa de um ex-director do KGB.
Há 49 anos nascia um tipo que 18 anos depois iria ver o seu país ascender à independência sete dias após, no ano de 1975, a Dipanda. Também quase 30 anos depois iria ver o país ser realmente quase liberto do jogo internacionalista que alguns ainda querem manter contra todas as evidências em contrário.
Ou seja, até parece que a Hungria e eu estamos umbilicalmente ligados.

03 novembro 2005

Guiné-Bissau tem novo p.m.

“Nino” Vieira nomeou Aristides Gomes como primeiro-ministro da Guiné-Bissau, através de um decreto presidencial, substituindo assim no cargo Carlos Gomes Júnior. É o 12º Chefe de Governo desde 1973.
Aristides Gomes, ainda militante do PAIGC, mas suspenso e sob processo disciplinar, devido ao apoio que deu a “Nino” Vieira, foi durante o consolado deste várias vezes ministro.
Todavia, a contestação já começou.
Segundo a Constituição é do partido mais votado que deve sair o Chefe de Governo.
Ora, de acordo com o PAIGC, nada disto aconteceu.
Até porque, segundo o PAIGC este apresentou como alternativa a Gomes Júnior – que decidiu abandonar o direito ao lugar devido à incompatibilidade de coabitação que “Nino” eventualmente invocaria – escolher Martinho Ndafa Cabi, 3º vice-presidente, na impossibilidade de Satu Camará, 2º vice-presidente do PAIGC, que é actualmente o 1º vice-presidente do Parlamento.
Mas “Nino” num golpe de teatro muito habitual nele não só não aceitou a proposta como apresentou um novo primeiro-ministro, entretanto já empossado no cargo, sob a presença de Francisco Benante, presidente do parlamento, do Procurador-Geral da República, Octávio Alves, e de alguns representantes da comunidade internacional.
De notar, no entanto, a ausência, além do ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e membros do anterior executivo, da presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Maria do Céu Monteiro, e, principalmente, das chefias militares.
De notar, também, que o novo primeiro-ministro foi empossado sem discursos.

02 novembro 2005

Cahora Bassa, o entendimento

Trinta anos passados e depois de muitas negociações Portugal e Moçambique chegam a memorando de entendimento sobre a transferência da tutela da barragem Hidroeléctrica de Cahora Bassa para Moçambique.
Com este acordo Moçambique fica detentor de 85% da barragem e Portugal com 15% restantes ficando, assim, como parceiro estratégico.
De saudar a descrição com que correram estas negociações, principalmente quando estavam em jogo uma indemnização, a Portugal, de 1,8 mil milhões de euros pela construção e manutenção da barragem.
Apesar de não ter sido publicitado como se irá processar essa indemnização, sabe-se que a mesma está no memorando que hoje foi assinado entre os ministros das Finanças de Portugal, Teixeira dos Santos, o da Energia de Moçambique, Salvador Namburete.
Uma grande vitória de Armando Guebuza que tinha afirmado ser uma prioridade da sua magistratura um acordo com Portugal.

01 novembro 2005

Petição pelo Português oficial na ONU

Começa a estar na moda petições para isto ou para aquilo onde a língua portuguesa surge como a trave mestra dessa mesmo petição.
Todavia, esta que agora corre na atmosfera netiana é justa e pertinente, pecando, talvez, por tardia ou por ela ter de acontecer.
A citada petição, denominada PETIÇÃO PARA TORNAR OFICIAL O IDIOMA PORTUGUÊS NAS NAÇÕES UNIDAS tenta congregar os cerca de 250 milhões de falantes de português tendo sido elaborada e colocada pela Elos Internacional.
Só se estranha que, 60 anos passados desde a criação da ONU, 30 anos desde as independências dos Estados lusófonos, e que um dos últimos a ascender à independência - o lusófono Timor-Lorosae - tenha sido governada pela administração onusiana, esta Organização Supranacional ainda não tenha adoptado, em todos os seus órgãos, o português como língua oficial.

Mulato põe o dedo na ferida

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O vice-presidente da UNITA, Ernesto Mulato decidiu, na semana que antecede os 30 anos da Dipanda pôr, de uma vez, o dedo na ferida e chamar os cornos pelo nome correcto: “SOMOS TODOS CULPADOS PELA TRAGÉDIA DE ANGOLA”.
Mais vale tarde que nunca.
A UNITA deu um passo de gigante. Cabe ao MPLA dar o outro, apesar de Francisco Chiuissa já o ter começado. Mas não será o único. A FNLA também não está isenta de culpas. Não esqueçamos que nas vésperas da Dipanda estava às portas de Luanda na tentativa de entrar vitoriosa – apesar de dizer coligada com a UNITA – na capital.
Mas não são só estes. Haverão muitos que independentemente de partidos ou organizações políticas muito contribuíram para o descalabro económico, social e político do país.
Pois será altura de todos – mas todos – darem as mãos, lutarem por uma democracia sã, escorreita e sem demagogia barata.
Mulato, como diriam aficionados portugueses, tornou-se no forcado da cara. Agora cabe às “ajudas” não deixá-lo cair e consumarem a pega.

Proximizade, um blogue da solidariedade

Vai ser colocado na blogosfera, amanhã, 2 de Novembro, um blogue virado essencialmente para a Solidariedade.
O "Proximizade", assim se chama o blogue, diz que será feito “do entusiasmo voluntário de quem quer ajudar a combater a apatia, a dispersão e a insensibilidade que nos ameaça se continuarmos indiferentes ao que se sabe e ao que se vê.
Por este motivo, procurando lutar contra o "cultivo da insensibilidade" que de alguma forma se vai instalando, um conjunto de "bloggers" decidiu reunir-se num projecto comum ("Proximizade"), visando potenciar as virtudes da blogosfera, no sentido de "aproximar uma mão amiga" (que será a de todos os que decidam de alguma forma apoiar/colaborar com este projecto) dessas pessoas carenciadas.

Daí que segundo um dos autores – porque parece que é um blogue aberto a toda a sociedade e a todos que lá queiram (com)participar –, a sua primeira medida foi o apadrinhamento de uma criança moçambicana, a Berta, de 3 anos.
Vamos aceder ao Proximizade e cada um ver como poderá contribuir para a sua divulgação.