24 setembro 2005

32 anos de pauperrismo e absurdismos

A Guiné-Bissau faz hoje 32 anos que existe como Estado independente, mas ainda não como Nação. As eleições presidendiais passadas provaram-no.
Declarada, unilateralmente, a independência a 24 de Setembro de 1973, através de uma declaração lida por "Nino" Vieira, então presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) nas Zonas Libertadas pelo PAIGC,só viu reconhecida a sua independência, por Portugal, a potência colonizadora, quase um ano depois, a 10 de Setembro de 1974, pelas mãos de Mário Soares e Pedro Pires. Interessante, que estas três personalidades são, ou foram, ou estão em vias de ser novamente, presidentes.
A pobreza endémica – mais devido à corrupção que à falta de condições agro-económicas e vontade do povo –, sem luz eléctrica há cerca de dois meses, deficiente fornecimento de água, salários em atraso – o Estado é o principal empregador –, uma classe empresarial deficiente (com grande parte das empresas nas mãos de um homem ou de um grupo por ele dominado –, uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano que o coloca no 6º mais pobre do Mundo e uma crise epidémica de cólera que não parece esbater, tornam a Guiné-Bissau num dos Estados mais pobres de África e do Mundo, só suplantando Chad, Mali, Burkina Faso, Serra Leoa e Níger. Quem diria tudo países africanos.
Pois veremos o que nos trará o 1º de Outubro, quando “Nino” tomar posse e co-habitar com o seu inimigo político e primeiro-ministro (e antigos aliados no PAIGC – mas quando é que os guineenses deixam cair o “C” e se tornam no partido nacional – e se viram de vez par dentro?) Carlos Gomes Júnior que continua, justa ou injustificadamente não se questiona, apesar das decisões do Tribunal Supremo, a questionar a vitória do candidato “Nino” Vieira.
Bom seria que ambos dessem as mãos e concertassem exclusivamente as suas forças em prole do desenvolvimento do Estado da Guiné-Bissau e a tornassem num futuro próximo numa Nação sem medos dos seus vizinhos.
Quando é que dinheiros públicos deixam de ser mal desbaratados e aqueles que, por uma razão qualquer desconhecida o levou para fora – a bem da prosperidade e do desenvolvimento não vamos questionar quem o fez – volta ao erário público e ao deficiente sistema financeiro guineense?
Até que isso aconteça, iremos continuar a ver um Estado paupérrimo assente em absurdos equívocos que a Comunidade Internacional começa a não mais tolerar, nem os doadores, em Novembro acobertar.

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