24 maio 2013

Dia de África - artigo

"Entre a formação da OUA, em 25 de Maio de 1963, e a transformação em União Africana, em Julho de 2002, o Continente africano passou por diversas vicissitudes políticas, económicas e sociais importantes, nomeadamente, a transformação das antigas colónias europeias em – nalguns, poucos, casos de sucesso – potenciais Estados geradores de importantes pólos de desenvolvimento económicos e políticos e militares.

Os finais dos anos 80, particularmente após a implosão da antiga URSS, o fim do mito marxista e a afirmação do neoliberalismo conservador, tão a gosto de Fukuyama ou de Friedman, tem sido apontado e caracterizado como sendo o grande responsável pela larga referência que se tem feito à democratização do Continente Negro, com consequente proliferação de movimentos políticos em África, nomeadamente na África subsaariana.

O norte africano debate-se com um problema crucial: fazer coexistir os fundamentos de uma religião ainda, temporalmente, medieva ou, pelo menos assim a querem apresentar, não mutável e base de alguns sistemas políticos nacionais, com os ideais democráticos ditos ocidentais e laicos, onde o direito do Estado predomina sobre o direito eclesiástico. A “Primavera Árabe” é o exemplo vivo disto mesmo.

São ou foram-no os processos eleitorais em Angola, no Congo Democrático, no Gana, no Mali e na Nigéria, entre outros, ou ainda as que aí vêm, como as esperadas e sempre não marcadas eleições na Guiné-Bissau e Madagáscar, só para citar alguns exemplos, resultantes de Coup d’États ilegais e condenados pelas instituições internacionais, nomeadamente pela União Africana e que os centros decisórios regionais não conseguem estancar. (...)" (continuar a ler aqui)

Publicado no semanário Novo Jornal, edição 279, de 24-Maio-2013, página 21

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