04 abril 2009

E a Paz já está fundamentada há 7 anos, mas…

(Angola, o grande e delicioso mosaico multicultural)

Faz (fez porque estou a escrever fora do nosso meridiano) hoje 7 anos que a Paz foi, finalmente, assinada pelo Memorando de Luena entre o então responsável militar da UNITA, general Abreu Muengo Kamurteiro, e pelas FAA o general Armando Cruz Neto.

Pela primeira vez os políticos angolanos ficaram a ver os homens de armas e de luta dizerem basta e vamos para a Paz.

Passados 7 anos que Paz temos e a que preço?

O ter havido eleições? Ainda não estão completas!

Um partido se ter e tornado próximo de ser numa força única e quase ter diluído a Oposição a uma sensível existência residual? Mau vai a democracia quando isto acontece sem que nada façam para tornear esta questão mesmo que alguém afirme, ou diga, como li algures na Internet que querer democracia em África poderá ser um acto colonialista (ou parecido).



Ter havido um perdão presidencial para certos tipos de crimes esquecendo outros, mesmo que nunca alvo de condenação jurídica é, são, espinhos no coração de alguns, e não poucos, nada mesmo, angolanos que nunca foram clarificados e, ou, justificados, é óptimo mas parece pouco. Quem sabe se um pedido público de perdão por actos como o 27 de Maio e, ou, outros não seria o que de melhor poderia acontecer socialmente no País.

E por falar em actos sociais, continuar a vermos pobres cada vez mais pobres, apesar de se notar fortes melhorias estruturais no País? Um País não se desenvolve só pelas fachadas se as condições sociais se mantiverem inadequadas à verdadeira realidade cívica de um Povo.

Dizem os romanos que Roma e Pavia não se fizeram num dia. Também os resultados da Paz – e recordemos quantos anos a Europa precisou para recuperar da II Guerra Mundial – não podem ser imediatos. Mas ficarmos só pelas fachadas urbanísticas e esquecermos tudo o resto – recordemos como as cheias no País profundo e em certas zonas de e próximas de Luanda tem provocado – o País estará a andar a várias e assimétricas velocidades.

Mas continuar a esperar ano após ano que certas reformas, necessárias e obrigatórias, sejam proteladas? Quero acreditar que não!

Quem sabe se as presidenciais não serão o modo e o veículo que alterará esta contínua maneira de pensar…

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