19 agosto 2008

Os críticos vão e ele fica

A Zâmbia perdeu hoje o seu presidente, Levy Mwanawasa, falecido em Paris, onde se encontrava em tratamento depois de sofrido, há cerca de 2 meses, um ataque cardíaco.
Mwanawasa assumia, actualmente, também o cargo de presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e perfilava-se na região como o maior e mais acutilante crítico de Robert Mugabe.
Relembre-se que foi o único Chefe de Estado da África Austral que teve a coragem e a frontalidade de acusar Mugabe de ditadura. De condenar a violência política no Zimbabwé, de pedir aos estados membros da SADC que impedissem a entrada nos seus portos do navio chinês, que transportava armas para o Zimbabwé, depois das eleições parlamentares e presidenciais de Março passado e de exigir o adiamento da segunda volta das eleições presidenciais de Junho, defendendo que o ambiente no País de Mugabe era desfavorável à organização de eleições livres e justas.
As disputas entre Mwanawasa e Mugabe eram de tal ordem que os "homens" de Mugabe chegaram a dar o estadista zambiano como morto e levar o "ingénuo" Mbeki fazer-lhe uma "homenagem" fúnebre de que depois teve de pedir desculpas públicas.
Os críticos vão passando e Mugabe vai se mantendo no cargo, com um passo em frente e cinco atrás nas rondas que vai mantendo com Tsvangirai, sempre com o “ingénuo” beneplácito de alguns Chefes de Estado vizinhos…
O, até agora, vice-presidente Rupiah Banda, vai assumir a chefia de Estado até que sejam cumpridos os requisitos constitucionais zambianos.

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