14 junho 2008

Meu caro, desculpa mas não concordo com a abstenção!

(Meu caro Jorge aqui está uma pressão sublimar e indiscreta; com amigos assim...)

O meu caro amigo Jorge Eurico, no seu mais recente texto da sua Coluna, no Notícias Lusófonas, sob o título “Já sei quais serão os resultados das eleições...” afirma, entre outras coisas, a maioria das quais subscrevo, que nas eleições vai se manter no seu canto, ou seja, não vai votar; por outras palavras, Jorge Eurico afirma que se vai abster “para não ter peso de consciência relativamente aos resultados das próximas”.
Meu caro, infelizmente também eu não vou votar, mas porque o Governo angolano não nos deixou, aos da Diáspora, se recensearem o que nos daria o direito a fazer valer o nosso dever cívico.
Por isso, não concordo com a tua eventual abstenção.
Não será com a abstenção que iremos ter menos peso na consciência nem evitar que as eleições se cumpram no sentido que predizes.
Quanto muito, o voto da abstenção pode dizer que uma, de duas coisas, está mal: ou o Povo angolano se está nas tintas para o seu dever cívico e isso só dará força àqueles que durante 16 anos tudo fizeram para se perpetuarem no poder; ou, então, que o sistema eleitoral apresentado não está de acordo com as expectativas do Povo angolano.
Como não acredito no último caso – temos o sistema possível face ao pós-guerra e ao pós-predomínio político de uma força –, e porque tenho a certeza que o Povo angolano quer cumprir o seu inalienável dever cívico a abstenção não servirá para alertar ninguém e somente para esfregar as mãos de contente quem quer manter o domínio político!
Por isso, meu caro amigo, entre a abstenção e um voto em branco – ou seja, em qualquer dos casos quem vier está bem – proponho o voto nulo que poderá ter mais impacto no espectro político nacional.
Por isso, meu caro, ao abster-te estarás a contribuir para um eventual resultado que, apesar de tudo, seria o que menos gostaria que acontecesse – seja ele qual for.
Assim, e se a minha opinião – o conselho deixo para os mais velhos – valer alguma coisa proponho-te que vás para a fila (é, com o Acordo temos de ter mais cuidado com o que se escreve…) e deposites na urna o teu voto por mais cândido ou iníquo que ele, no fim, possa ter sido.
Por isso, não concordo com a tua eventual abstenção e, se me permites, usa-o como protesto por não terem permitido a outros Angolanos disporem do mesmo direito!

2 comentários:

Anónimo disse...

Voto nulo não servirá pra nada, eles não vão ligar ao voto nulo mesmo! Vão se riri no voto nulo!! Ficar sem votar tambeim não! Não votar e´ lhes dar o leme do pais e massacrar o povo e o futuro. Nois angolanos temos e´ de votar, votar meismo! Escolher bem, analisar bem, estudar propostas, tem sim senhora partidos bons em Angola. Procurar bem vai encontrar. Mesmo quem esta na diaspora pode fazer muito! Procure um partido e apoieim, tem alem de mpla e unita e voto nulo. Vamos avançar com o pais!

Anónimo disse...

A diaspora pode votar sim! Bastava passar por casa e conhecer a realidade. Os seguidores de Jonas Savimbe, contribuintes para a guerra civil que assolou o país porque que não vao a sua suposta terra?