29 novembro 2007

Do que será que Ramos-Horta receia?

(os acordos são para se cumprir mesmo que não se goste...)
Juiz português destacado em Timor-Leste, ao abrigo dos protocolos celebrados entre a ONU e este país lusófono do Indopacífico, quer fazer cumprir a Justiça mandando deter, por todos os meios, tal como já tinha sido determinado por tribunais timorenses, o “rebelde” major Alfredo Reinado, considerado por muitos como o principal rosto da crise de 2006.
Por sua vez, o presidente Ramos-Horta determinou à Força de Estabilização Internacional que não cumpra as ordens do juiz que mostrou uma "atitude arrogante e Colonial deste magistrado revela, afinal, ignorância sobre a realidade histórica, política e social da comunidade em que a ordem jurídica, que deve servir, opera e produz efeitos"; ou seja, embora Ramos-Horta acuse o juiz de se intrometer em assuntos de Estado(?) foi o presidente que se intrometeu em esferas da competência exclusiva da Justiça. Às críticas do juiz que considerou a atitude de Ramos-Horta como “uma manifesta interferência no poder judicial por parte de outro órgão de soberania” respondeu este que o juiz "abusou da sua função” e “intrometeu-se noutras esferas do poder”, assumindo uma postura que prejudica “a construção do sistema judiciário em Timor-Leste" (sobre esta matéria ver aqui e aqui).
Do que será que Ramos-Horta receia, quando Timor-Leste celebra mais um aniversário da sua independência?

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