09 julho 2007

Timor-Leste sem maiorias

(será que o voto só interessa, quando interessa? O povo escolheu, mas...)
As eleições legislativas em Timor-Leste e deram como vencedor o… povo timorense! Foram vários os partidos e coligações que se apresentaram a escrutínio. Dois, apontavam para uma maioria absoluta. E o povo timorense disse não!
Mas se houve um vencedor, houve também um claro derrotado: Austrália.
Vamos então por sectores.
Se uns apostavam na maioria absoluta, nomeadamente a Fretilin e o novo CNRT, os australianos apostavam no desaparecimento ou diluição quase completa do antigo partido de Xanana e Ramos-Horta; não só não o conseguiram como viram o CNRT ficar pelo segundo lugar do escrutínio, precisamente atrás da Fretilin e, “last, but not least” – um anglicismo como é do muito gosto do actual presidente timorense (lamento mas não conheço nem uma palavra bahasa) – e vão também ver o quase proscrito Mari Alkatiri ser o principal candidato a liderar o novo Governo timorense embora, provável e naturalmente, com a presença de Xanana Gusmão.
Ou seja, o antigo triunvirato timorense acaba por ser recuperado pelo povo timorense, contrariando a vontade dos seus vizinhos, nomeadamente, dos “aussies”…
Mas se a Fretilin e a CNRT ficaram por esta ordem no escrutínio final, o actual presidente, não poderá esquecer a sua proposta após as eleições e que os timorenses parece terem adivinhado.
A AST/PSD e o PD ficaram logo atrás e em condições de participarem no novo Governo.
Até nisto os timorenses mostraram quanto estão democratizados e politicamente evoluídos.
Texto inicialmente publicado no , em 4 de Julho de 2007

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