18 abril 2007

Ainda e sempre Darfur!

Quando as Nações Unidas começavam a felicitar – a eterna precipitação onusiana – o Sudão pela eventual abertura de que dava mostras ao admitir a entrada de “capacetes azuis”, com o reforço imediato de fornecimento de um "apoio pesado" pela ONU aos soldados de manutenção da paz da União Africana (UA), na região do Darfur, eis que irrompe uma notícia do New York Times (NYT), reproduzida pelo Diário Digital, citando um relatório confidencial da ONU:
O governo sudanês utiliza aviões que ostentam fraudulentamente as cores da ONU para bombardeamentos no Darfur.
Fotografias mostram um avião militar sudanês cujas cores nacionais foram substituídas pelas da ONU (UN em inglês) nas asas (…); este e outros aviões foram utilizados para bombardear algumas localidades e para transportar carga para o Darfur, onde a violência provocou uma crise humanitária.”
Mas o relatório da ONU, citado pelo NYT, também parece culpabilizar os rebeldes do Darfur de violação das resoluções da ONU e das regras humanitárias.
Quando por algum menos países houveram que invadiram outros sob o escudo de protecção humanitária não se entende como a Comunidade nternacional continua a deixar Darfur como um assunto estrategicamente esquecido.
Não acredito que seja pelo facto da actual mais pujante economia mundial, aquela que mais combustíveis fósseis consome, ter interesses na exploração do petróleo sudanês seja factor impeditivo para que as desumanas autoridades sudanesas sejam vera e fortemente condenadas e, ou, forçadas a se demitirem.
Por algum menos há uma região na Europa que foi “retirada” ao país de origem – razões étnicas evocadas mas que, e por um acaso histórico, nem lá existiam até há cerca de 2-3 séculos – sob evocação de protecção humanitária e querem conceder uma super-autonomia; que lhe dará hipóteses de reforçar – leia-se, aumentar – a área de um país vizinho etnicamente próximo…
Darfur, é, cada vez mais, um estratégico silêncio cobarde!

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