29 dezembro 2006

Somália, que caminho para a crise?


Há primeira vista parece que a crise somali poderá estar em regressão. As tropas do Governo provisório de transição – leia-se as milícias dos senhores da guerra – fortemente apoiadas pelos etíopes retomaram Mogadíscio e expulsaram os radicais islâmicos da UTI que parece já terem aceite a derrota.
Parece, porque se há algo que um radical não aceita é a derrota. Para ele, a derrota de um combate é o princípio da vitória de uma guerra. E na região – que não só no Corno de África e nem só em África – estão muitos interesses em jogo e muitas vontades para serem cumpridas.
Como já escrevi, o Corno de África é um importante e apetecível check-point na região onde pontuam potências como o imprevisível Iémen ou a tradicionalista islâmica Arábia Saudita além da Etiópia e das forças francesas estacionadas no Djibuti.
Ora, apesar dos islamitas da UTI estarem conotados com a al-Qaeda, é ponto assente que tinham alguns militares eritreus a combater ao seu lado. Como na guerra de secessão, que a Eritreia levou contra a Etiópia, os eritreus foram apoiados pela Arábia Saudita é de crer que muitos sauditas estivessem por detrás da UTI.
Haverá país islâmico mais tradicionalista, ortodoxo e radical que a Arábia Saudita?

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